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25 de dezembro

- Que merda.

Na manhã do dia seguinte, Hermione acordou rolando no tapete. Tipo, literalmente. Talvez fosse pelo sonho assustador que tivera, ou pelas batidas na porta.

Hmm... Batidas na porta?

Ela revirou os olhos enquanto se sentava e se recostava no criado-mudo.

- Desde quando você bate na porta? - gritou, sentindo a garganta arranhar.

Silêncio.

Como não obteve resposta, fechou os olhos. Cara, precisaria de uma aspirina.

Optou por se levantar.

Ouviu batidas na porta outra vez. Destrancou-a, irritada, e girou a maçaneta. Era bom que Isaac tivesse um ótimo motivo para acordá-la naquele horário. Não que ele concordasse com o que ela falava, muito menos sentia que precisava lhe dar satisfação do que fazia ali pela manhã.

As bochechas de Hermione coraram. Não soube dizer se era pelo acentuado frio ou por ter se lembrado de acordar no chão. Isaac a fitaria e cairia no tipo de gargalhada que você joga a cabeça para trás quando ela contasse isso.

Mas não era tola. Não contaria. Ele caçoaria dela eternamente.

Mesmo no inferno, onde voltariam a se encontrar.

- Bom dia!

Hermione abriu mais os olhos enquanto a imagem do Sr. Newton se dissipava em sua mente. Ela não soube como reagir estando diante de Emily e Brooke.

E, logo na altura do quadril de Emily, Ashley.

- Aceita um? - Brooke estendeu uma caixa de donuts para ela, doce preferido de Ash.

~*~

-... porque todas as roupas daquela loja eram caras. Com certeza não valia a pena. Eu prefiro pechinchar.

- Brooke - Emily trincou os dentes.

Hermie teve de morder o lábio inferior para não rir.

- O que é? Vai me enforcar por eu preferir comprar pela metade do preço? Você deveria fazer o mesmo, mãe.

- Essa é a Dulce - Ashley olhou para Hermione com os olhos azuis brilhando como nunca. - Ela gosta de carinho.

Hermione achou que Ash estivesse falando de uma boneca desde o início, mas na verdade era um hamster nojento.

Ela tentou não fazer cara de nojo.

- Eu fiz reservas num restaurante, Her - Brooke engatinhou da cadeira até o tapete, onde elas estavam.

Pôquer às dez.

Ela pigarreou.

- Por que não comemos aqui? - indagou.

Brooke piscou.

- Você tem um peru?

Hermione estreitou os olhos.

- Claro que não.

- Então, isso responde sua pergunta. Aposto que sua geladeira só tem água. Talvez explique o porquê de estar tão magra.

As bochechas dela ficaram ainda mais vermelhas. Realmente achava que aquilo não fosse perceptível.

Só que sua família estava atenta a todos os detalhes. A magreza, os olhos, a respiração, o jeito de andar, as reclamações de dor - até o momento, conseguira não resmungar a respeito de sua dor de cabeça.

UM RÉQUIEM PARA HERMIONE KINGOnde histórias criam vida. Descubra agora