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26 de dezembro

- Hã... Mamãe?

Hermione resmungou e esfregou os olhos antes de abri-los.

- Mamãe?

Caralho. Por que a cama estava tão gelada?

- Hermione, sai do chão.

A voz de Emily dizendo aquilo fez Hermione despertar de uma vez.

Estava no chão?

De novo?

- Droga - espreguiçou-se antes de se levantar e repetiu o movimento de esfregar os olhos.

- Fiz café.

Sentada na cama com o corpo mole e gélido - e a cabeça em estado comemorativo com direito a explosões e fogos de artifício -, encarou Emily por um longo tempo. Ela estava lendo um jornal sentada na confortável cadeira acolchoada, tomando café na xícara que repousava na mesinha de canto de vidro e comendo um biscoito amanteigado. Não notou o olhar de Hermione, mas começava a pesar, e isso a obrigou a erguer a cabeça.

- Você está bem? - perguntou, franzindo as sobrancelhas.

Hermie assentiu. Por que diabos havia acordado no chão outra vez?

- Ashley acordou faz muito tempo?

- Hum... - Emily fez uma pausa para pensar a respeito. - Na verdade, não. Ash acordou faz trinta minutos. Ela foi escovar os dentes e quando voltou, te viu no chão. E me chamou.

- E você? Faz quanto tempo que está aí?

Emily sorriu.

- Há dois minutos. Estava ajudando Brooke com o chá.

Ah, é. Brooke existia.

Hermione respirou fundo e seguiu para o banheiro. Não para urinar e escovar os dentes como Emily deve ter pensado, e sim para pegar uma aspirina no armário. Que droga.

Parou diante da pia. Tremia, observou Hermie. Talvez pelo frio. Ela ergueu os olhos para o espelho e encarou seu reflexo.

Ok, já estivera melhor. Havia olheiras debaixo de seus olhos - que estavam caídos -, alguns cravos, a pele parecia ter adquirido uma camada a mais de oleosidade, o cabelo não tinha brilho e exibia pontas duplas.

- Hum, oi, gato - disse, mexendo nos fios loiros. - O que acha da minha aparência horrorosa? Talvez eu fique pior se não lavar o cabelo por mais alguns dias, você pode anotar meu n...

- Eu realmente espero que a senhorita só esteja zombando de si mesma.

Hermione deu um pulo e olhou na direção da banheira. Nela, havia um Newton muito imprevisível.

- Quanta dor de cabeça - ponderou.

Ela estreitou os olhos.

- Tá fazendo o que aí? Vaza!

Isaac ergueu as sobrancelhas. Cedeu à exigência dela e saiu da banheira.

Completamente seco.

E vestido.

- Acha mesmo que é só uma dor de cabeça, srta. King? - cruzou os braços.

Hermie estremeceu. Você deve saber o porquê.

- Acho - respondeu com a firmeza que não tinha de verdade. - Também acho que deveria cuidar da sua vida, sr. Newton. E parar de empurrar as pessoas de suas camas.

Isaac permaneceu encarando-a. Depois, sorriu. Mas não era para ela - isso estava claro e bastante perceptível em seus olhos. Era do que tinha aprontado.

UM RÉQUIEM PARA HERMIONE KINGOnde histórias criam vida. Descubra agora