Academia de Dança Olympus

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Era sexta-feira à tarde. A maioria dos adolescentes estariam passando torpedos e marcando festas e mais festas para o final de semana, porém isso não era o que Reyna fazia.

Reyna e Piper preferiam passar a tarde e a noite toda dançando na sala de dança perto da casa de Piper do que ir à festa e beber como se não houvesse amanhã.

– Reyna, e se, em vez de nós fazermos esse passo, a gente não tentasse intercalá-lo? O ritmo não bate muito bem do jeito que está. - diz Piper.

Reyna apenas toma um gole de água.

– Mas do mesmo jeito não bate com o ritmo. Talvez se acelerarmos ficasse mais fácil.

– Vamos tentar. - Piper diz colocando a música.- 1, 2,3,4.

1 e 2, 3 e 4, 5 e 6, 7 e 8. As duas contavam mentalmente enquanto dançavam.

– Verdade. Assim fica mais fácil. - Piper olha pro horário no celular - Caramba, estamos ensaiando já faz 3 horas seguidas.

O tempo passara rápido para as duas enquanto dançavam, mas afinal não era pra menos, as duas melhores amigas estavam praticando dia e noite para ganhar a bolsa para a Academia de Dança Olympus e, por mais que Piper tivesse dinheiro para pagar a mensalidade, ela preferira conseguir uma bolsa.

– A Academia Olympus é apenas para os melhores, Pips, nós estamos certas em treinar durante tanto tempo.

– Já posso até imaginar nós duas entrando pelas portas da Olympus e dançando em suas apresentações.

– Quando será a audição mesmo, Piper?

– Dia 20 de abril às 14:00hs, eu mal posso esperar para fazer o teste.

– Nem eu. Agora do começo.

As duas foram para suas posições, colocaram a música e começaram a ensaiar novamente.

Conseguir uma bolsa era tudo que elas queriam desde que começaram a dançar, a dança as ajudava a esquecer os problemas. Piper esquecia de seus problemas com a família e Reyna esquecia de seus problemas em relação a saúde da mãe que estava gravemente doente.

19:00hs. Essa foi a hora que as duas se despediram após dançarem quase 7 horas direto devido à saída mais cedo da escola para todos os alunos.

Reyna tinha que pegar 3 metrôs até chegar em sua casa no Brooklin. Com os fones de ouvidos encaixados em suas orelhas ela ouvia a música da audição e tentava relembrar cada passo da dança procurando por algo que pudesse melhorar enquanto atravessava a cidade.

"Se pudesse dançaria até morrer " ela pensou enquanto ainda relembrava os passos da coreografia.



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– Onde você estava até essa hora? - perguntou Tristan McLean, o pai de Piper.

O pai nunca aceitara o fato de Piper dançar ao invés de se concentrar em carreiras que o pai achava que desse mais futuro, como medicina.

– Reyna e eu estávamos estudando biologia. Perdemos a hora enquanto estudávamos sobre as glândulas endócrinas.

– Menos mal. Você ao menos poderia ter avisado, eu fiquei preocupado que você estivesse dançando como das últimas vezes.

Aquilo foi como uma bomba caindo no estômago de Piper, era como se o próprio pai não aceitasse a própria filha e em parte isso era verdade.

– Claro que não! Isso é coisa do passado! - Piper respondeu quase se quebrando por dentro - Agora se o senhor me der licença estudar tanto me deixou cansada, eu vou subir e dormir. Boa noite.

– Boa noite, Pipes.

O pai beijou a testa da filha. Piper subiu a escada e foi até o quarto da irmã mais velha, Silena.

Silena estava deitada na cama lendo alguma revistas e assim que Piper abriu a porta do quarto, Silena se virou e largou a revista assim que viu o olhar da irmã.

– Eu vou adivinhar. - Silena disse triste - Você ainda não contou a ele que continua dançando e ele mais uma vez disse mesmo assim que dança é perda de tempo.

Piper assentiu com lágrimas nos olhos e se sentou no colo da irmã chorando.

– Mesmo assim nunca desista de seus sonhos, minha flor! - Silena falou fazendo cafuné na irmã que ensopava seu pijama da Dior.

BAILA COMIGO?Where stories live. Discover now