And Let Me Kiss You

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Reyna bufava enquanto atravessava as ruas do Brooklyn. Como se já não bastasse a brisa do outono atravessando o seu casaco como sempre fazia, ela estava atrasada. Sim, atrasada. A professora seguidora de Hera havia conseguido deixa-la na suspensão a semana toda e aquilo havia acabado com o bom humor dela.

– Hécate... Idiota... – murmurou ela entredentes subindo as escadas do velho prédio onde vivia. – Me fez... Perder a hora do café.

E, se tinha algo que a morena não gostava era perder a hora do café sagrado. Um mantra. Era a energia de antes do treino de dança. Ela tinha que ser a melhor se quisesse se comparar com a amiga que, aos seus olhos, dançava divinamente bem.

Mas, seus xingamentos para a mulher foram interrompidos ao receber uma mensagem. Ela franziu o cenho.

"Qntas modalidades vou ter q dançar? Pq vc me convenceu"

Sua primeira reação: choque. A segunda: histeria, risos e pulos descontrolados como os das patricinhas que ela detestava, mas não pode resistir ao impulso. Piper havia topado e agora ela sabia que estava vários passos mais próxima de conseguir o dinheiro para sua mãe, e aquilo foi como se tivessem lhe tirado o peso do mundo das costas.

Abriu a porta de casa enquanto digitava uma mensagem para a amiga e ouvia uma batida dentro da casa que a fez se mexer no ritmo.

– Hyll! Cheguei! – gritou, andando até a bancada e pegando uma maça para enfim morde-la. Foi então que algo lhe parou de súbito. Hylla estava no hospital com sua mãe. Não estava em casa.

Andou calmamente até a varanda e pegou o taco de basebol que havia ali, escondido para emergências como essa.

O som vinha de seu quarto de dança. Colocou um pé na frente do outro para finalmente abrir a porta. Um garoto de cabelo encaracolado dançava ao som da batida melhor do que ela gostaria de admitir. Mas não importava, ainda era um estranho em seu quarto.

O garoto deu dois passos para o lado, enquanto ela apertava o bastão com força e o levantava, pronta para acertá-lo, e então um passo para trás e um giro.

Foi instantâneo. Ele gritou, assustado ao ver a garota e ela gritou mais alto.

– Valdez! O que... Mas... Como...?

– Você quer me matar do coração? – perguntou ele, eufórico.

– Eu? Eu quero te matar? Você invade a minha casa, e sou eu que quero te matar?

– Mas não sou eu que estou com um taco de basebol pronto para rachar a cabeça de alguém!

– Como foi que você entrou aqui?

Ele deu um sorriso de lado, como se estivesse tentando seduzi-la e falou com a voz mais atraente que pode:

– Eu sou Leo Valdez dulzura – falou, como se isso explicasse toda a situação, fazendo Reyna revirar os olhos.

– Isso eu sei.

– Então? Precisa de mais alguma coisa? Sou Leo gostoso pra dedéu e posso fazer qualquer coisa. – incrivelmente a piada fez a garota rir um pouco a abaixar o taco.

– Eu fiquei assustada. Podia ser realmente alguém que quisesse me estuprar ou sei lá. – murmurou, esfregando as mãos no rosto.

– Ué, - ele deu um passo em sua direção, sorrindo tentando ser sedutor – E quem te garante que eu não quero?

A garota deu um meio sorriso.

– Valdez, eu tenho um taco de basebol e não tenho medo de usar.

BAILA COMIGO?Where stories live. Discover now