AMOR PSICOPÁTICO

Capítulo 1

-Droga! - exclamo ao chegar em casa.
Como de costume vou ter que voltar à escola, pois esqueci um de meus cadernos. Eu odeio matemática, e em parte pode ter sido por isso que esqueci o bendito caderno, tenho duas opções:
A) volto e pego e estudo para a prova
B) não volto, não estudo e vou mal. A segunda opção é tentadora, eu sei.
Subo as escadas e entro no meu quarto, não está cheio de sangue como da última vez. Suspiro e largo a mochila em cima da mesinha que fica perto da cama. E sim, infelizmente escolho a primeira opção eu vou buscar o caderno, mas antes preciso de um banho.

Tiro a minha roupa e entro no chuveiro, água gelada é a melhor coisa, em dias como hoje as pessoas normais ficam loucas por causa do frio, mas eu não sou normal.  Saio do banheiro com a toalha no corpo, deixo o cabelo cair sobre os meus ombros e vou até o meu armário, por ser diferente dos outros no qual você não encontra em qualquer lugar sou obrigada a mantê-lo arrumado, não tem portas e é todo aberto. Porque? Meu irmão que fez e bem, como uma boa anfitriã em perfeição quando o assunto é objetos e roupas, como disse antes; mantenho sempre arrumado. Coloco um top e um moletom comprido preto, um short azul escuro e um tênis qualquer. Passo creme nos cabelos e faço um rabo de cavalo frouxo, pego a minha outra mochila e desço as escadas, estico o braço pegando meu skate que está no sofá e abro a porta, trancando a mesma quando estou do lado de fora.

Depois de chegar no asfalto começo a ter aquela sensação que sempre tenho quando algo de ruim vai acontecer, algo comigo.
Não eu não sou o centro do mundo, mas de um dias pra cá, eu também não sou o centro da sorte.

(...)

Chego na escola e paro na secretaria.

- Essa já e terceira vez nessa semana Mrs. Moon. - mesmo não sendo de outro país a nossa escola faz questão de ser "etiquetada", reviro os olhos e vejo algo uma marca de batom em sua camiseta.

- Eu deveria dar nota disso para o diretor ou você mesma faz isso? - ele diz com um risinho nos lábios sem mostrar os dentes.

- Nossa você me pegou! - exclamo fingindo surpresa e apoio minhas mãos na pequena mesinha que há entre o vidro.

- Sabe, você deveria cuidar de quem pega ou de quem pega você. - dou uma piscadela com o olho esquerdo e volto a procurar a minha sala. Nesse instante a cozinheira passa por mim, diminuo o passo e sigo meu olhar até onde ela está indo e vejo um chupão em seu pescoço. Abro a boca surpresa e coloco as mãos na mesma.

(...)

Balanço a cabeça não acreditando no que acabei de ver e caminho até a minha sala, mas escuto algo na direção. E o pior, ou escuto ou passo pela diretoria, sorte é algo que não tenho, pois a minha sala fica do lado da direção. Suspiro e me escondo atrás da parede.

- Estamos felizes que tenha escolhido estudar aqui. - o diretor fala para alguém, odeio fofocas, talvez porque eu sou o motivo delas, na verdade é isso, eu sou a fofoca mais divertida das loiras falsas.

- Aaah, não faça isso, não tente puxar meu saco só porque meu pai patrocina essa escola. - acho que esse "alguém" é um garoto, Mr. Haars não puxaria saco de uma garota, suspiro e ralo os olhos. Como vou pegar o meu caderno? Saio de trás da parede e caminho até a sala. O diretor me chama, ignoro e continuo meu caminho até a sala.

- Mais cinco segundos até ele chegar... - sussurro, vou até a minha mesa e pego o culpado de eu estar aqui. Corro até a porta e nesse momento vejo o chão como nunca.
Ele me ajuda a levantar e falo sem pensar: