Capítulo 7

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Essa cena vai ser vista de duas maneiras, a primeira narrada por Crystal e depois por Carlos. Eles vão passar a mesma coisa no mesmo momento, só que um vai estar narrando seus sentimentos e movimentos....

Crystal Moon Kannenberg

Inspiro e solto o ar de vagar...

- Shhh, tudo bem. Eu estou aqui, depois de tanto tempo...eu estou aqui. - Essa, essa voz é de Carlos? Não, não é possível, é meu subconsciente voltando a me perturbar, ele não viria aqui, não por mim.

- O que você está fazendo aqui? - alguém indaga.

- Estou de visita, sou o irmão dela. - humpf, irmão. Você foi tudo nesses últimos e longos sete anos, menos meu irmão.

- Hmm, ok. Você pode me acompanhar até lá fora? Quero falar sobre a situação dela. - um barulho de porta sendo aberta invade meus ouvidos.

- Porque não pode ser aqui? Ela está em coma, não vai fazer diferença. - diz indiferente.

- Aí é que está, o corpo físico dela está em coma, mas você pode ter certeza de uma coisa, ela está ouvindo tudo o que estamos falando. Olhe para ela, está chorando. Ela sente você. - o Doutor fala e eu me emociono de novo, ele não está errado, nem um pouco.

- Ok. - ele responde por fim antes de sair da sala.

Não, não. Volte. SOCORRO! Ninguém me ouve, ninguém, talvez eu deva desistir agora mesmo, será mais fácil, Carlos não terá que se preocupar comigo, Lance me esquecerá e Jake... eu o verei com meu filho.


(...)

Carlos Fernando Kannenberg

Crystal vai de mal a pior e isso me deixa louco. Lance, Bliss e alguns outros intercalam comigo na hora de ficar com ela, mesmo eu reclamando sobre ficar com ela o tempo todo, eles teimam que não. Orgulhoso.
Suspiro, faço carinho no cabelo dela e sinto lágrimas escorrerem.

- Minha estrela, eu não cuidei de você. Na verdade quem fez isso foi Lance. Ele sempre foi um ótimo irmão para você. Você não sabe o quão triste me deixa vendo você assim, nesse estado. Eu sei, eu sei, poderia ter evitado tudo isso. Poderia ter vindo antes, ligado, mandado mensagens, eu estava tão ocupado tentando esquecer que nossos pais morreram que acabei esquecendo de você também. Minha estrela, eu sinto muito. - gaguejo e meu lábios tremem.

- Eu sei... sei que não tenho esse direito, mas por favor, me dê mais uma chance, eu vou ser o melhor irmão que você poderia ter, eu... faço o que você quiser. - murmuro.

- Só, acorde e farei tudo o que você quiser.
Me acabo em lágrimas e deito minha cabeça em sua barriga, abraço seu corpo fortemente sem machucar, ela está assim a uma semana. Aconteceu a mesma coisa com nossos pais antes de morrerem, não vou deixá-la dessa vez e espero que faça o mesmo.

- Você disse que faria qualquer coisa, pois bem, me deixe respirar por alguns segundos que eu te entrego a lista de coisas que você vai fazer. - levanto a cabeça lentamente e encaro seu rosto pálido.

- Oooh, Crystal. Não me assuste mais assim ou eu juro que - me preparo para xingá-la, porém me interrompe.

- Vai ir embora de novo? - indaga com um olhar magoado e preocupado. Suspiro, essas palavras me quebraram em mil formas diferente saindo de sua boca. Sorrio triste.

- Faço pior, te levo junto e aí sim, você vai ver o que é loucura. - digo me referindo a ela estar em uma maca.

- Você não muda. - ela sorri e faz uma cara de dor, me preocupo.

- Vou chamar o médico, fique com os olhos abertos. - ela assente e eu saio do quarto.
Enquanto ando pelo corredor a procura do médico me imponho uma promessa: protegê-la acima de tudo, acima do meu orgulho.

(...)

Crystal Moon Kannenberg

Sinto tudo desaparecer lentamente ao meu redor. Não sinto mais o cano do nariz me incomodar, ele foi tirado. Mesmo eu desistindo psicologicamente, meu físico não desiste. Suspiro. Todos vem conversar comigo, nem que seja pra dizer uma palavra, mas eles vêm. Algo se movimenta perto de mim e tenho certeza que é Carlos, só ele fica desse jeito comigo. Ele começa a falar sobre seus últimos sete anos a fora e eu apenas o respondo mentalmente até que ele começa a dizer o quanto se sente culpado e com saudades de mim. Ele ainda me ama, sempre soube, mas ouvir de perto, ao vivo, é outra coisa. Tento abrir os olhos enquanto faz carinho em meu cabelo, é em vão. Está tudo pesado, tudo mesmo.
Ele se deita em meu colo e desaba em lágrimas. Droga! Carlos só chorou assim quando papai e mamãe se foram... ele acha que eu também vou. Quer dizer, é o que eu quero, ver Jake e... outro soluço. Não, ainda não chegou a minha hora. Inspiro o ar lentamente e me forço a abrir o s olha. Consegui, solto o ar e digo com a voz rouca:

- Você disse que faria qualquer coisa, pois bem, me deixe respirar por alguns segundo que eu te entrego a lista de coisas que você vai fazer. - levanta a cabeça lentamente de meu colo e ele já começa a me xingar.

- Vai ir embora de novo? - pergunto magoada pensando já saber a resposta, mas felizmente ganho outra.

- Você não muda. - sorrio e sinto uma dor no peito fazendo careta, Carlos me olha preocupado.

- Vou chamar o médico, fique com os olhos abertos. - assinto e acompanho cada passo seu com o olhar.
Ele está aqui, realmente está aqui.

Depois de alguns exames extras que o médico pediu e eu tive que fazer estou sentada em uma cadeira de rodas. Atrás da cadeira a um Carlos feliz e diferente desde a última vez que o vi, não só fisicamente como emocionante.

- Vamos fazer uma surpresa aos seus amigos. - diz olhando para mim e empurrando a cadeira ao mesmo tempo.

- Eles também são seus amigos. - falo olhando para frente, ele ri.

- Por favor, Crystal. Não se engane, você é bem esperta. Eles devem me odiar tanto quanto as garotas que acordam ao meu lado pela manhã e descobrem que só foram mais uma. - balanço a cabeça negativamente e ele abre a porta de seu carro, me pega no colo e me direciona no lado do passageiro, coloca o cinto para mim e devolve a cadeira ao hospital, faz a volta até seu lado e se acomoda.

- Próxima parada... - o corto.

- Qualquer lugar com comida, X-burguer, por favor, com quatro porções de fritas e dois milkshake e um bolo com calda de chocolate. - o olho e ele está com os olhos arregalados.

- E onde está a salada nesse seu cardápio que vai me levar à falência? - cruza os braços esperando a sinaleira abrir.

- Oras, na batata, no X, eu vou saber, só me dê isso e será meio caminho andado para sua vida eterna. - sorrio e ele também.

O caminho até o Shopping é tranquilo, há vários casais, amigos, lojas, coisas normais de shopping em final de semana. Falando nisso, nem sei que dia é hoje. Lance me trouxe no colo até a lanchonete que é embutida com um playground, não vou mentir, amei.
Estico o pescoço a procura dele para tirar minha dúvida e fome e não o acho, na verdade, quem eu acho é Brad, e a única coisa que quero de Brad é distância. Parece que só eu penso dessa forma, porque ele está vindo em minha direção, com uma cara amigável.
E eu ainda não comi, belo jeito de começar uma...droga, preciso mesmo saber em que dia e horas me encontro.



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Nota da autora:
Oiiiiiie, lindooooos.
Tudo bem? Espero que sim
Por cabelo, amores, VOTEM, COMENTEM FAZEM A ALGAZARRA TODA SHSHSH, MAS OPINEM SOBRE O LIVRO.
Espero que estejam gostando, até a próxima
Beijos,
K.

AMOR PSICOPÁTICOOnde histórias criam vida. Descubra agora