AMOR PSICOPÁTICO

Capítulo 3

Crystal Moon Kannenberg

...dou play na música (multimídia).

Tomo distância pegando velocidade com o pé direito. Fecho os olhos e inspiro.

FLASH BACK

- Vamos! - me puxa pela mão correndo, começo a rir feito uma louca, mas não me importo, as me pessoas já me chamam assim.
Estamos no meio da pista, não há ninguém além de nós, ele pega um skate e só ele e Deus sabem de onde surgiu. Pega a minha mão direita me ajudando a subir no skate.
Ata Crystal, como se fosse um cavalo para tanta cerimônia - quieto subconsciente.

- Isso, agora escolha um pé para dar o impulso. - escolho o pé direito, não sou tão burra, já vi pessoas andando de skate, parece fácil. Então sobe e faz o PARECE FÁCIL - hoje o sub tá se superando.
Ele solta a minha mão, eu o olho e percebo que faz o mesmo comigo. Ando de vagar até ele soltar a minha mão.

Tá, agora eu estou em uma tábua com quatro rodas, sozinha. Torço o pé na hora de colocar novamente no chão e caio. Jake começa a rir feito um histérico, me viro irritada e o olho.

- Não ria, eu posso ter me machucado! - digo sem graça.

- Você se machucou? - ele pergunta sério.

- Não. - digo me levantando e vendo que ele está gargalhando de novo, me permito rir também e apreciar a pessoa mais sem noção e linda a minha frente. Jake, Jake Haars.

FLASH BLACK OFF

Oh, não. É, muito obrigada memória, muito obrigada por me mostrar quão idiota eu sou. Depois de ficar cinco, apenas cinco segundos no ar estou no chão. Suspiro, antigamente eu tinha um subconsciente, na qual me fazia rir do nada, mas depois de um tempo ela sumiu misteriosamente.

Fico deitada com os olhos fechados, está tocando Life of the party - Shawn Mendes, humpf. Jake provavelmente me faria rir com o trocadilho com o nome do cantor. JAKE, JAKE, JAKE, JAKE. Tudo me lembra ele, tudo me faz de alguma forma ou jeito me lembrar dele, às vezes acho que posso ouvi-lo quando faço algo, mas isso seria louco demais, até mesmo para mim.
Porque choras menina, linda? Hoje eu vi uma flor e me lembrei de você, pois ela não teria chance de ganhar um sorriso seu, já que ele é só meu...
Ele cantarolava para mim quando via que eu não estava bem. Suspiro e me levanto, seco as lágrimas e vejo que não estou tão mal assim, mas preciso fazer um curativo. Vou até a enfermaria com o skate no chão e eu sobre ele. A porta se abre no momento que estou com a mão no batente da mesma. Me apoio na parede e sinto meu rosto ruborizar, de raiva.

- Mrs. Moon, na escola há regras. - a enfermeira diz me olhando

- É, eu sei, mas é que eu caí Mrs. Clar e não teve outro jeito de eu vir para cá. - digo rápida, tenho que voltar para a sala e pegar a prova, e sim ela é casada com o professor de matemática, ela é bonita por sinal. Loira, olhos castanhos e alta, ela termina o curativo no braço esquerdo e então percebo que estou a encarando a um tempo. Me levanto da maca e pego as minhas coisas, coloco os fones. Chego na sala e o professor não está, olho ao redor e suas coisas ainda estão aqui, suspiro e me viro para os meus colegas de classe...
Todos estão de pé, me olhando, eu não sou provedora do futuro, mas tenho certeza que isso não vai acabar bem. Alguns alunos abrem o caminho para alguém.

- Ora, ora. Brad Haars, vejo que usou a criatividade dessa vez. - digo com ironia no rosto e nos lábios também, ele sorri e olha para mim.

- Eu sempre usei a criatividade, só que agora ela vai ser muito bem usada. - ele termina a frase rindo, cruzo os braços.

- No que? - pergunto.

- No que, não, em quem. Em você. - ele diz e eu olho para a porta, tarde demais por sinal.