12 de fevereiro de 2017 (domingo) às 03:30
Ao ir embora da casa de Shaira, me esbarro com Dylan com o impacto caiu no chão, ele se assusta ao olhar eu ali no chão vem me ajudar, mas me levanto rápido antes que chegue perto de mim, com esse movimento quase caio novamente no lugar que estava. Dou meia volta e sigo meu caminho, mesmo antes de começar a andar, o garoto que estava anteriormente na minha frente me empata de prosseguir meu percurso para o meu lar.
O encaro com uma cara não muito boa pois estou com raiva dele e muito triste por meu amigo e sua mãe, nesse instante passa em minha cabeça como um filme o momento que aconteceu agora pouco, meus olhos se enchem d'água e eu nessa altura do campeonato só quero chegar em casa e deitar em minha cama.Dylan ao perceber minha cara me abraça, tento me soltar de seu aperto mas deixo, ele me aconchegar em seus braço. Fico quieta encolhida no abraço me lembrando de Leandro e de como ele me acalmava quando eu ficava triste, até que eu fala:
- Eu preciso de você na minha vida! -
- Eu nem ti conheço guri e você só me traz problemas! - me soltei brutalmente do abraço dele.
- Mas eu quero ti conhecer e... - ele não tinha ideia do que falava.
- Vou embora daqui, antes que eu faça algo! - falei em um tom um pouco elevado e me virei para ir pro meu domicilio.
- Por favor, pelo menos me diga seu nome! - ele disse quase suplicando.
- Me chamo Luanda! - o respondi já longe.
Olho meu relógio e já eram 3:30 da manhã, assusto-me por causa da hora que passou bem rápido com correria toda. Ando um pouco, até que estou em frente o portãozinho de minha morada, emburro este portão enferrujado e paro na varanda e aprecio a rua deserta pelo motivo da hora.
Penso em Leandro, começo a sentir saudade de sua companhia, do seu sorriso e do seu jeito de tratar as pessoas. Eu gostava e ainda gosto dele, me culpo por dar a ideia de fazer aquela loucura de querer invadir a casa do povo sem saber se alguém mora nela. Não consigo parar de pensar que Shaira vai me odiar pela morte de seu único filho, já estou mal antes de contar para minha tia.
A essas horas minha tia deve estar na sala me esperando para a gente conversar, e para saber se estou bem mesmo, não sei como contar a ela acho que vou passar direto para o meu quarto e só amanhã eu conto ou vai que a mãe de Leandro conta pelo telefone fixo da residência e já tardia o meu sofrimento de lembrar as cenas que vão marcar o resto de minha vida.
Depois de uns dez minutos encarando aquela pracinha, cheia de árvores que balançavam seus grandes galhos ao vento, em frente a minha casa, descido entrar para contar a minha tia a péssima notícia que tenho em relação a seu afilhado(Leandro). Me levanto da onde estou sentada e ao virar a porta de entrada já é aberta por tia Vera com o telefone na mão e chorando muito.
Corro para lhe dar um abraço, entramos e ficamos sentada no sofá sem falar nada, espero minha tia dizer algo mas não recebo nenhuma pergunta ou afirmação. Resolvo sair desse carinho, e vou pegar eu copo d'água para ela. A observo beber a água e quando acaba coloco a peça de vidro em cima da mesinha de centro da sala e digo:
- Quem era no telefone? - para ela estar desse jeito é fácil deduzir.
- Acho que você sabe com quem eu estava falando. É verdade o que aconteceu? - pergunta para mim.
- Então... - paro um pouco para pensar que eu queria que isso seja mentira - É tia é verdade!
- Mas Leandro era tão cuidadoso... - ela não consegue terminar a frase.
- Sim tia, ele era e sempre vai ser em nossos corações! - nunca pensei que diria isso.
- É minha querida! - minha tia concordou.
- Vou dormir viu, vai para seu quarto também. - sugeri e fui indo ao meu cantinho de lazer.
- Tchau, durma bem! - ela desejou.
Passou pela cozinha, sigo pelo pequeno corredor e me viro para a porta direita, entro no banheiro. Lavo meu rosto, olho o espelho e vejo como meus olhos e nariz estão vermelhos e irritados, faço minhas necessidades e saio do banheiro, minha tia passa por mim indo em direção ao seu quarto. Vou reto para o meu quarto que é em frente ao banheiro.
Entro, me deito na cama de barriga para cima e fico a encarar o teto que contém uma pintura de estrelas, tenho a sensação que estou afogando em meus pensamentos e tento me distrair mas tudo aquilo não sai de minha memória, viro para a parede e fecho os olhos tentando dormir.Não sei quantos minutos já passaram, mas não consigo pregar o olho, conto carneirinhos, fico ligando e desligando o abajur.
Levanto da cama e sigo para a cozinha, abro a geladeira e pego a jarra com o suco de goiaba e encho um copo com o liquido, puxo um banco subo nele e agarro o pote de rosquinhas no armário e pego algumas que de para matar minha fome, desço e encosto meu corpo no balcão, aprecio meu lanche. Depois de comer e escovar os dentes, volto para meu quarto, num piscar o sono me atinge e ando sonolenta até minha cama, jogo todo meu peso e desligo o abajur, caio no sono sem perceber.
12 de fevereiro de 2017 (domingo) às 09:57
Acordo toda dolorida pois dormir de mau jeito, escuto uns cochichos perto da porta e logo ela é aberta por tia Vera que me encara como se fosse dar uma notícia, se aproxima de minha cama e puxa meu coberto fazendo eu me sentar e se senta ao meu lado e começo a dar a notícia que eu já esperava:
- As aulas só vão começar semana que vem, já que a escola escolheu ficar de luto! -
- Por um lado a notícia é boa e por outro... - digo.
- É minha querida. Vamos para a cozinha, o café já está pronto! - ela fala.
Saímos do meu quarto e fomos em direção a cozinha, havia dois pratos com uma milha de panquecas com manteiga, comemos e conversamos alegremente tentando esquecer o que aconteceu nessa semana. Passamos o resto do dia conversando, assistindo filmes, colocando os assuntos em dia, depois desse "divertido dia". Volto para o meu quarto e durmo entres meus pensamentos.
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Night Village
Teen FictionEm pequena cidade, espíritos vagam pela cidade sem ninguém perceber. Uma menina e seus amigos vão participar de uma história um pouco inusitada, um amor de várias vidas e o trauma da morte de seu amigo. Plágio é crime!