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A menina, que ao todo era como qualquer outra, e não sabia das maldades do mundo, se tornou a própria maldade. Não demorou muito para todos perceberem que não haveria como parar Marina. Ela tinha sido amaldiçoada por os deuses, estava descontrolada e não poupava ninguém que ousasse passar por seu caminho, seu povo tentou de todas as maneiras retirar o veneno que corroía sua alma mas já era tarde.
Um grupo de Bacahles dourados, serventes diretos dos Doze, tiveram medo que a humanidade sucumbisse aos caprichos dos deuses e como última tentativa, se reuniram em uma noite chuvosa para encurralar a ruiva entre colunas de ruínas outrora enfeitiçadas. As colunas predispostas em um círculo absorviam todo tipo de magia e ataque, transformando-o em poder, acumulando em seu interior a energia absolvida. Os Bacahles descobriram como usar essa força e quando Marina se encontrava ao centro, expandiram a energia das pedras alinhadas formando uma espécie de cela, um escudo e um martírio para a garota.
Todos os seus ataques contra a prisão fortaleciam as paredes e voltavam contra Marina muito mais potentes.
A água da chuva começou a cair mais forte e as barreiras de energia e poder impediam que o liquido saísse do círculo, a ruiva já estava se cansando e suas forças vacilando, água agora seria o seu pior carrasco pois suas chamas já fracas não mais ascenderiam. Ela não resistiu pois seus melhores ataques eram, ao fim, praticamente contra si mesma e a fraqueza tomou conta de seu corpo, a água encheu como um tanque sua prisão e a afogou, os Bacahles dourados controlavam com toda sua magia as pedras, para que continuassem os protegendo e segurando Marina dentro de sua própria ira.
Estava acabado, ela perdera e, quando desacordada foi levada a um templo muito longe de suas terras natais, abaixo do nível do mar em túneis pelo subsolo, formados por controladores elementares. Uma cela liquida foi forjada para mante-la incapaz de fugir e era mantida por Goards (controladores específicos da água) que faziam túneis mínimos para a respiração e passagens para "visitas" a garota.
Eles a usavam para rituais e cultos aos deuses, a fazendo de oráculo por muitas vezes. Seu corpo era abusado já que muitos queriam desafiar oq chamavam de "fúria dos deuses", apelido dado a quem despertasse em um deus a ira e castigado por isso, transformado em um monstro. Ganhar de uma "fúria dos deuses" era símbolo de honra. Mesmo sendo apenas uma garota fraca e com poderes inertes acorrentada a própria dor.
Não importava o quanto Marina tentasse, a umidade e a fraqueza não permitiam q suas chamas retornassem, ela era mais como um objeto a ser usado do que umamulher e a tortura dos rituais remetidos aos deuses que ela tanto desprezava, tornaram Marina um ser tão nulo quanto os seus poderes, que já haviam sido motivo de medo e admiração há muito.
Sua alma deflorada por todos começou a ser visível, seu corpo agora muito magro dava a impressão de que já não havia vida ali, suas veias negras marcavam muito sua pele alva como raízes apodrecidas. Seu cabelo perdera forças e se tornara mais escuro, como o sangue e seus olhos... Esses que já eram únicos no mundo por serem todo pretos tomaram um tom de morte a quem olhasse, suas feições... de ódio, Marina era a raiva e o nojo personificados em 1 metro e 70 de ossos e fúria.
Tal qual uma doença, todos que a tocavam, que a faziam sangrar, sofriam... Como se o sangue da ruiva fosse veneno, mexia com o cérebro do envenenado e criava alucinações macabras, regadas a corpos mutilados, sangue, órgãos, pessoas queridas em decomposição e tudo mais que a mente seria capaz de reproduzir para levar a pessoa a loucura extrema e ao suicídio como forma de alívio.
Seu poder já não cabia mais em Marina, por muito tempo apagado parecia querer acender sozinho, dominar a garota como um fantoche e queimar como um lança chamas.
O calor em volta da bela foi se tornando insuportável e ninguém mais conseguia chegar perto, a água q a cercava veio a evaporar a medida que Marina ardia, tornou sua prisão opaca com a neblina, só se via os olhos negros e o cabelo vermelho. Seus carrascos já não davam conta de repor as "celas" e por um breve segundo de descuido, as águas cederam e Marina foi ao chão.
Seu fogo, sua fúria, sua dor, suas lembranças... Explodiram da garota como se sua própria alma se projetasse para todos os lados partindo de seu coração corrompido.
A nuvem negra, as chamas ferventes e todo o poder que cabia nela se alastraram por o lugar como fumaça tóxica, matando qualquer um que ousasse existir, deixando a sua volta ossos e cinzas como um aviso... Marina estava de volta e ia abusar do mundo do mesmo modo que abusaram dela, ia tirar do mundo tudo o que tiraram dela, ia dominar todos por simplesmente saber que pode. Ela queria vingança, não só dos meros mortais mas também daqueles que dominam os céus, nem que pra isso teria que matar e torturar cada homem, mulher, animal, ser magico ou não, cada um que vivesse até somente ela e seus deuses restarem, e definharem sob seus olhos por n mais mandarem no mundo.
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Editando...
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A GRAYISH MOMENT
FantasiO prólogo da história de um casal destinado ao ódio, que se torna amor, e a unica maneira de manter o mundo em equilibro.