Dramas De Adolescentes

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Eu acordei mais tarde do que de costume naquela amanhã

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Eu acordei mais tarde do que de costume naquela amanhã. Fiquei um bom tempo sentada na cama, reclamando de uma dor de cabeça infernal, e logo me lembrei o motivo dela. A babaca da Lucy. Fui buscar ela, ela não tava, e então rolou o resto. Graças a ela andava sempre com identidade falsa, e daquela vez não foi diferente, não servem bebidas para menores.

-Mais que merda. - Eu reclamei já me levantando para me arrumar. Não estava tão atrasada quanto parecia, geralmente chegava cedo pra não ter que enfrentar a multidão no corredor e ter que encontrar com elas antes do lanche.

Infelizmente teria que mudar a estratégia e tomar uma dose a mais de paciência naquele dia. Não poderia reclamar muito, já que eu mesma havia causado tudo aquilo brincando de amiga para agradar os outros. Era meu último ano, então só tinha que aguentar mais um pouco.

Eu desliguei meu celular antes de dormir, então não conferi nenhuma mensagem, ou desculpa esfarrapada da Lucy, novamente. Ela já estava na faculdade, mas continuava a agir como uma criança, sempre em bares, festas, com gente que não prestava, e eu continuava a seguir ela, pelo bem da nossa amizade de infância.

Me apressei para chegar um pouco antes delas, mesmo sabendo que era inútil, eu tentei me apressar, chegando a quase correr. Cheguei faltando dez minutos pro sinal bater, significava que iria encontrar elas, já que nossos armários eram praticamente colados.

Não demorou muito pra eu encontrá-las, coloquei o meu melhor sorriso falso e as tratei como esperavam. Começou nosso pequeno papo furado sobre a última festa que fomos juntas, na semana passada Lucy juntou uma turma de universitários malucos e fez uma festa até o amanhecer, todas nós fomos, e nem vou dizer o resultado óbvio.

-Bih, - Mary me chamou, ela era mais alta que eu pelos saltos que insistia usar, seu cabelo loiro era bem cuidado e ela tinha olhos castanhos marcantes. - Você pegou aquele atleta? - Ela me perguntou, sabia que estava de olho nele durante a festa.

-Sim, - Eu falei pegando meus livros. - Não vale a pena, beija muito mal. - Menti para ela, queria acabar logo com o assunto de quantos pegou, como era a pegada e aquilo tudo de sempre.

-Não foi pra cama com ele? - Ly me perguntou em seguida, ela era negra, tinha cabelos com mechas coloridas e usava salto também. - Então ficou onde o resto da festa? - Em casa.

-Nem preciso falar. - Dei aquela resposta pra não ter que me lembrar do fato. Óbvio que eu ficaria só pro começo e deixaria elas fuderem com a casa toda depois, como sempre faziam. Só precisava inventar uma mentira qualquer, nenhum garoto negaria que foi pra cama com alguém em uma festa. - Beija mal, mas o resto até que faz bem.

-Ui... - As duas falaram ao mesmo tempo, e logo o foco mudou. Eu suspirei e me lembrei melhor dessa parte da festa, beijei ele na frente delas, depois subi pro quarto, dei um fora nele e fui pra casa. Ele mentiria sobre isso e eu também, fazia o mesmo padrão diversas vezes para me juntar ao grupo delas, não tendo que ficar isolado em um canto.

No ensino fundamental, eu costumava a não me meter em rodinhas de amigos, ficava isolada dos outros por não conseguir seguir a mesma linha de raciocínio. Afinal, qual é a lógica de ir a centenas de festas, adorar desconhecidos enlouquecidamente, e fazer milhares de falsas amizades de forma desnecessária? Apesar de não poder falar muito dos itens da minha pequena lista no momento.

O sinal da aula havia batido a pouco tempo e a aula começado. Todos estavam em seus lugares, fazendo brincadeiras, conversando, mexendo no celular, entre outras coisas antes do professor chegar. Assim que ele chegou, nos fingimos de santos, fizemos o que ele mandava sem muito barulho e participavamos da aula, era assim que eles queriam que agíssemos nos primeiros dias com o novo professor.

Eu fazia parte dos que "ditavam" as regras da escola. Os populares eram basicamente a equipe de basquete e de torcida da escola, conhecidos pelos clichês em filmes de Hollywood, também os responsáveis pelos inícios de Bullying e pelas melhores festas que davam na escola toda. Muita gente da escola queria fazer parte, queria ser assim, queriam tudo, se eles soubessem como realmente é.

A falsidade rolava solta entre nós, sempre nos sabotavamos e fingimos sermos melhores amigos, sempre no mesmo padrão. Graças a Lucy, eu fazia parte disso, ela odiava eu ficar isolada, então, no meu primeiro ano nessa escola, ela me fez prometer que iria agir como eles e não ficaria sozinha. Ela parece boazinha? Não é, acreditem em mim.

Fiz o máximo para aguentar minha dor de cabeça combinada com a chatice da mesa do lanche, quando a equipe de basquete se sentava, começavam os assuntos menos importantes e continuavam até o final do lanche. Depois disso parti para meu trabalho. Não era a única do grupo que trabalhava de meio período, nem todos eram ricos como nosso "líder", então acabei pegando carona com a Mary, já que ela trabalhava por perto.

Meus pais chegariam em casa tarde, novamente, então eu teria que sair mais cedo e preparar o jantar para eles. Felizmente aquele velho chato, também conhecido como meu chefe, me deu a liberdade de fazer isso naquele dia, tentei convencê-lo com um jeito especial, que Mary havia me indicado, e deu certo.

Eu trabalhava em uma locadora de DVDs, e quem, com a Internet a disposição, alugaria por 25 dólares um DVD por uns três dias? Graças a isso ficava sem muita coisa pra fazer durante boa parte da tarde, a não ser quando um daqueles loucos aparecia. Sim, estou me referindo dos compradores de fitas cassetes.

Meu dia se seguiu assim, em pé em frente de um balcão, batendo minhas unhas recentemente feitas, procurando alguma distração, e então me lembrei do grupo novo.

"Oooooooi, tudo bem?" - Toque para enviar para o grupo galera do bar.

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O caso: '' Rafa''Onde histórias criam vida. Descubra agora