Nem saudade, nem Ansiedade.

35 9 0
                                    

ELIZABETH

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ELIZABETH.


Acordei em um salto, ou talvez tivesse sido em um susto. Algo haver com o peso na consciência de acordar tarde demais, mas para minha surpresa, eu havia acordado quarenta minutos antes do meu encontro com: O senhor e a senhora, Reed. Encontrar meus pais era legal e frustrante, já que eles me tratavam como um garotinha de dez anos.

Minha cabeça doeu um pouco e eu percebi que isso era consequência da noite anterior. Eu não tinha bebido tanto, mas eu tinha me esquecido que tinha tomado meus remédios para ansiedade. Parabéns Elizabeth, você podia ter dado uma overdose, por causa da sua merda de memória.

Entrei no banheiro fiz minhas necessidades, arrumei o meu cabelo que já passava dos seios, e me encarei no espelho, vendo que a minha maquiagem escura ainda manchava meu concavo.

Peguei meu celular, que não parava de vibrar desde as seis da manha, e foi ai que notei o grupo: ''BAR''. Que bom que trocamos os contatos e que bom que me colocaram nele, mas eu ignorei as mensagens e corri para vestir uma roupa descente, já que estava só com um blusão.

Coloquei uma calça jeans preta surrada e uma camisa do Chicago bulls e peguei minha bolsa.

Nunca achei que era tão difícil pegar um táxi no Harlem, mas vai por mim, quando você mais precisa, eles somem. Meu celular tocou e eu atendi, enquanto continuava com a mão estendida, a espera de uma intervenção divina.

- A noite deve ter sido muito boa.- Eu escutei a voz de Max, no outro lado da linha.- Onde você se meteu ontem, maluca? Ficamos a noite toda te esperando.

- Eu fui pro lugar errado.- Disse com a voz rouca.

- Por que eu não estou surpreso?.- Ele deu uma gargalhada irônica que me fez revirar os olhos.

- Vai se fuder, Max.- Disse com deboche.- Você bem que podia me dar uma carona até East Village.- Disse com o braço já cansado, quando um Táxi parou no acostamento na minha frente, e eu corri abrindo a porta.- Não precisa mais, babaca.

- Eu também te amo.- Ele disse e eu escutei latidos de fundo.- Tenho que desligar, vai passar aqui hoje?

Olhei o relógio no meu pulso e pensei um minuto.

- Se eles não ficarem me prendendo na casa da tia Helen como na ultima vez, acho que consigo chegar ai. Tenho que fechar a loja hoje...vou dar o meu jeito.

- Fechado. Boa sorte.- Ele disse e deligou.

Sorri, colocando os fones de ouvido enquanto apertava Play em Dire Straits, Tunel Of Love. 

Essa era quem eu era, uma garota de vinte anos com uma carteira de identidade falsa para beber e um problema sério com ansiedade.  Parece que eu tenho a vida mais agitada do mundo, mas as coisas não funcionam assim.

Eu, por exemplo, achei que meus dezoito, vinte anos, fossem ser como nos filmes e series, e isso foi um grande tapa na minha cara. Fui morar sozinha aos dezoito com uma amiga que tinha cinco anos a mais que eu e que me levou a começar a fumar. Eu estou parando, e sim, eu sou uma mentirosa.

Tenho minha plantas e tenho um trabalho, que é a coisa que leva a sair de casa, tirando o Max , e não, eu não sou depressiva, eu quero viver e eu sou feliz, mas do meu jeito. Traduzindo melhor, eu sou uma velha no corpo de vinte.

Eu vou encontrar eles e volto para casa, me arrumo e vou para a papelaria. Sim, eu trabalho em uma papelaria. Um completo fracasso, eu sei. 

Mas tudo bem, de vez em quando, clientes como, Fillipe aparecem. Ele é um pintor, que vai na papelaria toda quinta a partir das Cinco, não que eu tenha gravado essas coisas a respeito. De qualquer forma, eu não devo fazer o tipo dele.

Depois de quase quarenta minutos, cheguei na casa de tia Helen.

Tia helen era uma ex atriz francesa, que ficou cega de um olho e por isso parou de atuar. 

Ela era o motivo de eu ainda ir até East Village toda quarta feira, para o almoço em família.

Minha mãe abriu a porta já me abraçando. 

- Oi meu amor.- Ela me apertou.

- Bom dia, mãe.- Disse sem grança acenando e entrando no velho apartamento. De longe eu vi tia Helen sentada na poltrona de balanço e me surpreendi pelo fato de ela nunca envelhecer.- Oi, tia Helen! Cade o papai?.- Perguntei beijando o rosto dela.

- Estava na cozinha fazendo café...Querida, você anda fumando?.- Eu engoli seco e discordei com a cabeça, encarando o rosto sério da minha mãe.

- É um amigo...que pegou o táxi comigo. Ele fuma.- Sorri.

Como eu disse, eu sou uma mentirosa.

A papelaria estava parada, então eu peguei meu celular para aproveitar e olhar o que tanto falavam no grupo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A papelaria estava parada, então eu peguei meu celular para aproveitar e olhar o que tanto falavam no grupo. Consegui me lembrar de todos rapidamente. 

Ashley, Bianca, Cecilia, Leah, Maya e Drake. No mesmo momento a lembrança do gosto da tequila e da cerveja misturadas me deu ânsia de vômito. 

'' Você tem 357 mensagens novas.''

Olha, pelo que tanto conversam, a coisa está séria e haverão mais bares para ir.

- Não devia mexer no celular enquanto trabalha.- Soltei o celular no susto, quando encarei Fillipe. Ele estava com os cabelos louros bagunçados e a camisa bege suja de tinta, assim como sua mão. Engoli seco e neguei com a cabeça.

- Eu não estava no celular. Você me viu no celular?.- Dei um sorriso sínico. Fillip negou com a cabeça, com um sorriso de ponta a ponta, enquanto entrava na fileira das tintas, logo saindo de lá segurando bisnagas de tinta óleo.

Passei elas no caixa enquanto prendia o cabelo num coque.

- A papelaria é sua?.- Ele perguntou distraído, olhando as revistas em quadrinho na bancada do caixa. Neguei encarando ele.

- Não. Cristine é a dona, eu só trabalho aqui. Ham...quarenta e oito dólares e sessenta.- Disse. Ele pegou o cartão na carteira e passou, enquanto colocava na sacola.

- Seu nome é...?.- Ele arqueou a sobrancelha me encarando e por um minuto eu esqueci meu nome.

- Ham... Elizabeth.- Ele acenou sorrindo enquanto ia na direção da saída.

- Até a próxima, Elizabeth.- Ele disse saindo.

Um grupo com amigos novos e um ''A té a próxima.'', as coisas não estavam tão ruins assim.

O caso: '' Rafa''Onde histórias criam vida. Descubra agora