02. Rumo a capital

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Nem deu muito tempo para ficar triste, assim que entrei em casa a minha irmãzinha, Alice, pulou em cima de mim dizendo:

- Você precisa mesmo viajar?
- Preciso mesmo mesmo...

Alice era 13 anos mais nova que eu e sempre fomos muito apegadas porque ela era a minha caçulinha. Ela ainda não compreendia muito bem que eu ia para a faculdade e ficaria um grande período de tempo na capital.

Na sua cabecinha eu viajaria por uns dias e voltaria e, eu tentei explicar, mas ela não entendeu porque eu não voltaria para a casa do papai e da mamãe depois das aulas.

Meu quarto já estava praticamente vazio, eu preferi ir sozinha para São Paulo para evitar que eu ficasse triste no meu primeiro dia no apartamento novo ou, até mesmo, acabasse desistindo da faculdade por causa da culpa por deixar a minha família.

Olhei para as minhas quatro malas e decidi já colocá-las no porta malas para evitar correria na hora da partida. Aproveitei que ainda tinha umas boas horas antes de ir embora e decidi tirar um último cochilo na minha cama.

Acordei com a minha mãe cozinhando, o cheiro do tempero fez o meu estômago roncar, e com o papai e Alice cantando na sala junto com um dos candidatos do The Voice Brasil.

Eu sentiria falta desses momentos em família, mas aquela vaga na faculdade era a recompensa pelo meu esforço e eu precisava aproveitar.

Assim que saí do quarto Alice grudou na minha perna e falou olhando para o meu pai:

- Não deixa a Nanda ir embora.
- Querida ela não vai embora - disse o meu pai a desgrudando da minha perna e a pegando no colo - ela voltará daqui a algum tempo.
- Eu vou voltar sim Ali, e vou trazer um presente bem legal para você quando vier - a olhei nos olhos.
- Promete?
- Promessa de mindinho, pode ser? - estiquei o meu mindinho e ela enroscou o seu dedinho no meu.
- Promessa de mindinho.

Logo em seguida mamãe nos chamou para almoçar, corri para a mesa e encontrei uma lasanha de quatro queijos na mesa. Era meu prato favorito, fiquei emocionada:

- Eu vou sentir falta da sua lasanha mamãe - disse eu enquanto me servia de um pedaço generoso.
- Querida, obviamente quando eu for lhe visitar ou quando você vier para cá eu vou fazer essa lasanha só para você.
- Eu vou sentir falta dessa família - disse pegando na mão do papai - da nossa rotina aqui em casa.
- Nós também vamos sentir sua falta, mas você está indo para a capital por um bem maior - disse papai.

O almoço foi até tranquilo, relembramos histórias de família e, quando eu olhei o relógio, vi que já passava das 14h30. Era hora de partir.

Abracei primeiramente o meu pai, que me entregou um colar de aço cirúrgico com a balança do direito e ressaltou que eu poderia usá-lo até na piscina.

Em seguida abracei Ali, que começou chorar copiosamente e me entregou a Senhora Arco Íris, sua ursinha de pelúcia cor de rosa, como uma lembrança para eu nunca me esquecer dela, como se fosse possível.

Por último me despedi da minha mãe, que me entregou um frasco do seu perfume favorito e me mandou passar no travesseiro sempre que sentisse falta de casa para aliviar a saudade.

Coloquei os presentes no banco do passageiro, dei um aceno para a minha família, que me via partir reunidos na porta da frente, entrei no carro, dei partida e fui rumo ao meu futuro.

Coloquei os presentes no banco do passageiro, dei um aceno para a minha família, que me via partir reunidos na porta da frente, entrei no carro, dei partida e fui rumo ao meu futuro

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O melhor de nós dois - Livro 02 (Série Família Cavallero) [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora