❤ A secretária❤

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"Deixe nas mãos do Senhor tudo o quanto você faz e todos os seus planos serão bem-sucedidos."
(Pv. 16:3)

🌸

Puxei uma parte do cobertor e me deitei ao seu lado.

— Seu pai disse que vai ficar tudo bem. — sussurro.

— Brigou com ele? — levo um susto ao ouvir a pergunta.

— Você está acordada ou eu ouvi vozes? — pergunto ainda assustada.

— Que exagero. — vira-se para mim.

— Não. Nós não brigamos. Eu só queria ficar com você, mas se quiser vou embora. — faço drama.

— Fica. — imagino um suposto sorriso saindo dos seus lábios. — Sabe mãe, Deus acertou em cheio em ter me colocado em seu ventre.

— Que fofinha. — sorrio.

— Pode ser "clichê" ou não, porque, também nunca ouvi nenhuma amiga minha dizer isso a sua mãe. Como era sua relação com minha avó?

— Bom, sua avó era muito protetora. Até hoje. Meu pai sempre foi uma pessoa agressiva, batia na minha mãe por minha causa e ela juntando forças irreconhecíveis para continuar sorrindo e fingir que nada aconteceu.

— Meu avô? Agressivo? — interrompe.

— É. Eu acho que nunca te contei: minha mãe engravidou de mim achando que eu era filha de outro homem. Mas quando fez o exame de DNA descobriu que eu era filha do seu avô. Só que a mesma escondeu isso por muitos anos e em uma briga, ela acabou revelando o resultado. Meu pai chorou, mas aquela notícia não impediu do mesmo sair de casa. Ele não gostava de mim, porque na sua mente eu não tinha parte do seu sangue, mas não sei como não reparou as nossas semelhanças. Acho que na verdade nunca me encarou nos olhos. Depois, Deus permitiu que ele fosse esquecido. Ele parou no hospital, ficou em coma por meses e o hospital não tinha como entrar em contato conosco, pois a cidade que estava internado não havia rede. Mas como Deus trata as pessoas, às vezes através de uma tragédia, nós nos perdoamos e aprendemos a conviver juntos, a se amar. Sei que não foi desde a infância, mas pelo menos tenho esses anos para aproveitar um amor paterno. Ou seja, enquanto o mesmo está vivo.

— E meu tio Jonas? Como lidava com essas agressões? — pergunta.

— Como eu disse: minha mãe não falava, mas tenho certeza que meu irmão percebeu em algum momento, porém preferiu se policiar. Ele amava meu pai e meu pai amava ele. — explico.

— A história da minha família é muito bonita. Fiquei sabendo que você e meu pai passaram anos separados. — diz.

— Sua avó que lhe disse, não é mesmo? — pergunto e a mesma confirma. — Bom, não foram anos, foi apenas um ano e alguns meses. Eu não digo separados, porque nós não estávamos namorando, mas Deus criou uma situação para que eu pudesse me achegar mais a Ele. E nessa missão seu pai não poderia estar. Era eu e Deus e mais ninguém. Confesso que foi muito difícil. Uma menina se apaixonou pelo seu pai aonde ele estava morando e eu só vim saber depois. Ela até foi para o nosso casamento e já estava namorando, graças a Deus.

Gargalhamos.

— Às vezes eu penso que a senhora deve ter sentido muito ciúmes dele, porque meu pai é um gato! — brinco.

— Filha! — dou um leve tapa em seu braço.

— Desculpas, mas não é só eu que digo isso.

— E quem mais diz? — pergunto curiosa.

Herdeira III - Meu Leão BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora