❤ Abra o meu presente ❤

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Nathan se afasta e se isola em um canto. Não queria de maneira alguma procurar confusão com Luciano, mas não entendia o porquê de ter tomado aquela iniciativa.
Bem no fundo, estava arrependido.

— Obrigada por ter tornado esse dia tão especial, minha amiga merece. — Raissa diz.

— De nada. — ele sorri fraco. — A aparência dela está bem melhor do que antes.

— Verdade. O nome disso é "efeito Luciano". — ela ri.

— Não me aparenta ter alguma coisa especial nele. Por um acaso é algum deus grego? — pergunta com desdém.

— Não. — Raissa franze o cenho desconfiada. Ela chega a uma conclusão de que Nathan deve gostar de Nicoly. — Luciano significa muita coisa na vida de muitas pessoas e mesmo que fosse um deus grego, não faria diferença. Ele traz a presença de Deus para as pessoas que estão a sua volta. Ele ajudou Nicoly em muita coisa, é por isso que ela está feliz, pois a união deles é vinda do Céu.

Nathan engoliu seco ao ouvir aquelas palavras tão ríspidas da boca de Raissa. Ele se repreendia por cada palavra que dizia a respeito de Luciano, mas era mais forte do que seu próprio ego.

— Não precisa falar assim...eu só...deixa pra lá. — inconformado, caminha em direção a sacada; o "tal" lugar calmo e distante do salão. Raissa o segue.

— Me desculpe pelo que disse, é que não consigo entender o seu humor. Você estava tão bem antes dele chegar. Está acontecendo alguma coisa dentro do seu coração em relação a isso?

Ele apoia os braços no corrimão.

— O que quer dizer com isso?

— Você sabe muito bem. — revira os olhos e apoia seus braços no mesmo lugar que ele.

— Não sinto nada. Só estou meio inseguro em relação a esse sentimento. Não entendo porque ela não me contou antes...tudo bem que é algo pessoal, mas é estranho.

— Não se preocupe que ela não vai terminar a amizade contigo por causa dele. Nicoly não é esse tipo de pessoa. Seu rótulo de melhor amigo não será cancelado. — aconselha.

— Por que está se preocupando comigo? — ele a fita. Raissa engole o seco e procura uma forma de não gagejar.

— Não gosto de indiferenças. — sorri sem mostrar os dentes.

Que olhos mais lindos.

Ela pensa.

— O que foi? — ergue as sombrancelhas.

— Anh... é...se você criar alguma intriga com Luciano, te coloco dentro de uma casa abandonada juntamente com ele e para sair dela, terá que pedir perdão. Os dois!

— Ui que "meda". — revira os olhos e volta a fitar a rua.

— Quando conversei contigo pela primeira vez, achei que você não teria esse jeito tão enjoativo, você parece aquele tipo de gente imatura.

— As aparências enganam. Tenho diversas personalidades e cada uma, uso na hora que quero. — responde seco. — Nos primeiros dias, também achei que você fosse uma pessoa bacana, mas seu defeito é que você fala demais.

— Falo só o necessário. Você que é todo cheio de "não me toque".

— Se isso te incomoda, então o que faz aqui ainda? — volta a fita-la.

— Tem razão... — ela dá os ombros e volta para o salão.

Nicoly estava extremamente feliz com o carinho de todos a sua volta. Seu tio Jonas e seu paizinho estavam alegrando a festa, contando piadas da família. Sua avó só observava as baboseiras que os mesmo estavam contando. Ela queria que seu marido estivesse ali. Superou, mas a saudade é eterna.

Noemi conversava com algumas pessoas que conheciam, inclusive Luciano. Porém, ele nota que sua amada está sozinha, sem ninguém enchendo seu saco, então pede licença e se dirige até ela.

— Seu pai me chamou para bater um papo.

— Sério? Não tenha medo. — ela ri.

— Tá... não temerei. — ele sorri. — Quando podemos passar o dia juntos? Preciso te contar umas coisas, quero lhe fazer uma proposta, quero tê-la só pra mim...

— É só marcar. — diz envergonhada.

— Amanhã você está livre?

— Você está dormindo na casa de sua avó? A propósito, cadê sua mãe?

— Deixei ela em casa. Garanto que se a mesma viesse não iria prestar. Eu passaria muita vergonha.

— Coitada. — Nicoly leva as mãos até a boca.

— Garanto que ela deve estar me chingando em pensamentos até agora. E você ainda não respondeu minha pergunta.

— É... então... — engole o seco. Como contar que tinha visitas? — podemos sair daqui um pouco?

Ele assente e os dois se dirigem até a entrada do espaço. Luciano se encosta na porta e Nicoly anda de um lado para o outro, procurando uma maneira de falar e que ele não ficasse irritado.

— Independente do seu compromisso, irei compreender. — ele suspira.

— Promete? — ela para e olha no fundo dos olhos dele. O mesmo compreendeu que deve haver alguma coisa com Nathan.

— Por que prometer? Tem alguma coisa haver com seu melhor amigo?

Ela engole o seco e percebe que não há mais saída.

— É...ele...ele... está passando os dias lá em casa, não é culpa minha, sabe? Ele que teve essa ideia de realizar a festa, juntamente com meu pai, então, não iria expulsa-lo...

— E por que esse receio todo? — ergue uma das sombrancelhas.

— Achei que ficaria bravo.

— Só se ele resolvesse fazer algo para me provocar. — "dramatiza".

— Sabia que a Bíblia não concorda com o ciúmes? — ela cruza os braços.

— Hoje foi aberto uma exceção. — diz e ela ri. — Então, amanhã nós conversaremos direito sobre isso, pretendo voltar aos velhos tempos. Preciso saber se o que você sente... — ele se aproxima e alisa o rosto dela com o polegar. — é verdadeiro. Não que eu duvide, mas sua resposta será a chave para uma nova etapa das nossas vidas.

Nicoly não sabia o que falar. Ele sorri e compreende que nenhuma palavra sairá de seus lábios.

— Vamos subir? — tira seu dedo do rosto dela. — Mas antes, quero que quando chegar em casa, abra primeiro o meu presente.

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Herdeira III - Meu Leão BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora