INDOMÁVEL - SÉRIE DARK HAND - VOL I [RETIRADA DIA 06/04/2020]

4

Eu sempre me achei forte, sempre achei que aquilo nunca aconteceria comigo porque eu não era o tipo de garota que chamava atenção dos caras, nem dos certos, nem dos errados. Mas lá estava eu, dentro de um carro com quatro homens estranhos, sendo levada para sei lá onde por conta de um gringo maluco.

Como eu me xinguei mentalmente por ter ido pelo lugar errado. Como eu me odiei por isso. Quando voltei a consciência ouvi a música que tocava no carro, era algo clássico, algo que me irritava profundamente. Senti minhas mãos amarradas, meus pés também. Que droga. Eu nem mesmo sabia onde estava, mas não importava, eu precisava lutar, mesmo com a nuca extremamente dolorida. Respirei fundo e juntei minhas mãos, olhei para o lado de relance e vi o segurança distraído, então coloquei meu plano em ação descendo uma cotovelada na cara daquele homem com tanta força que senti seu rosto afundar. O outro logo tentou me segurar, eu o mordi novamente e tentei chutar com toda a força o cara que eu havia dado a cotovelada, mantendo ele longe enquanto estava arranhando a cara do idiota que estava mais próximo das minhas mãos.

- Ei! Garota! Se não ficar quieta eu vou estourar os seus miolos e se o chefe quiser, ele vai te foder morta - o cara do banco da frente apontava uma arma na minha direção. Eu arregalei os olhos e engoli seco.

- Eu vou foder a sua bunda com essa arma, me aguarde - eu finalmente fiquei quieta.

- Essa vadia me mordeu de novo! - o segurança do meu lado reclamou - vou amordaçar essa vaca.

E foi o que aconteceu. 

Achei que teria um infarto durante os vinte minutos seguintes me sentindo como um gado indo para o abate, estava na merda e agora só um milagre para me salvar.

O carro parou em um galpão no meio do nada, era mato pra todo lado e tudo o que pensei foi em tentar correr e me esconder na plantação.

- Nem pense em fugir, eu juro que meto uma bala na sua cabeça e entrego seu corpo para seu paizinho doente - Aquilo me assustou. Como eles sabiam que meu pai estava doente? Aliás, como esses filhos da pu.ta haviam descoberto onde eu estudava? Meu sangue fervia de raiva. Eu ia matar o desgraçado que havia me levado até ali.

Fui jogada para dentro do enorme armazém e caí sobre os joelhos machucados. Aquilo doeu como o inferno, mas eu respirei fundo e me sentei o melhor que pude, olhando para frente e vendo Louis sentado em uma mesa de jantar, a luz de velas, me olhando com muita curiosidade.

 Eu ia arrancar a cabeça daquele filho da pu.ta.

Eu não levantei, fiquei no chão encarando o homem que se levantou lentamente e andou até mim com passos firmes. Eu podia ouvir cada passo que ele dava contra o chão frio e aquilo foi fazendo meu coração acelerar em um nível louco, achei que ele fosse saltar para fora do peito. Eu não o encarei, olhei para o chão, rezando pra que aquilo fosse um sonho doido e implorando ao meu subconsciente que me acordasse, mas tudo o que aconteceu foi que o homem parou bem na minha frente com seu terno bem passado e soltou a mordaça da minha boca. Eu não falei nada, mas senti um alívio enorme sem aquilo me apertando. 

Minha respiração estava descompassada, podia sentir meu peito subindo e descendo rápido demais e engoli seco quando vi Louis sacar uma faca do bolso e passar com ela próxima ao meu rosto. Ele se abaixou, ficando na minha altura e disse com a voz mais mortal e séria enquanto segurava meu queixo.

- Eu vou soltar você, mas me prometa que não vai correr. Se você sair desse armazém, sem que eu autorize, vai receber uma bala bem no meio dos olhos... Eu não gostaria disso querida. Concorda? - que opção eu tinha? Fiz que sim com a cabeça, travando os dentes pra não mandar aquele homem enfiar a faca no rabo.

Ele passou o dedão no meu lábio inferior e sorriu de canto.

- Quem fez isso?

- Um dos seus guardinhas - disse com os dentes travados e ele desfez o sorriso, passando a faca em uma velocidade incrível nas cordas que prendiam minhas mãos e pés.