Baile de Máscaras (Parte 2)

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A conversa com o moreno foi ficando interessante, falamos um pouco de tudo; do mar, do céu, passado e presente. De músicas, comidas e lugares. De como ele estava satisfeito por tudo que havia conquistado. E cada palavra, cada toque não intencionado me encantava. 

Comecei a reparar em seu jeito. O modo de sorrir, largo e autêntico. As caretas que ele fazia quando me confessava algo sem noção. Das sobrancelhas arqueadas me questionando sobre algo, e…  aqueles olhos azuis tão perfeitos por trás da máscara de couro preta.

Eu estava completamente fascinada por aquele homem. Com uma vontade incontrolável de sentir o gosto de seus lábios. Meu corpo ansiava por um pouco mais de aproximação. Nunca me senti assim antes.

Que homem é esse?!

— Estamos andando e conversando a horas e você ainda não me disse seu nome.

Sorri para ele. A intenção era essa. Não queria acabar com a brincadeira e revelar meu rosto. Gostava do anonimato.

— Você também não me disse o seu. — Rebati com um sorriso travesso. 

Ele parou em minha frente, pegou em minha mão e curvou-se.

Sério!? Quem em pleno século vinte e um se curva diante uma mulher?

Não tem jeito. Tô ferrada! Vou ter que dar pra ele.

— Não seja por isso. Sou R . . . . .

Alguém ouviu o nome dele?

Eu estava aqui, imaginando esse deus grego nu, que nem ouvir o que ele disse.

Me fingi de desentendida pra ver se ele falaria seu nome de novo, mas ele apenas sorriu.

— Agora é a sua vez.

— O quê?

Ele meio que disfarçou um sorriso. Acho que no fundo ele sabia o quanto sua aparência estava mexendo comigo.

— O seu nome. Eu falei o meu, agora é a sua vez de me dizer o seu.

Aquela imagem de nós dois nus entrelaçados um no outro que projetei em minha cabeça, não estava ajudando em nada a me concentrar naquela conversa. 

— Não.

Digo meio aérea, culpa dos meus pensamentos.

— Não? 

Ah! Aqueles olhos me questionando.

— Não! — Digo agora com mais firmeza.

— Não…  Você não vai me dizer seu nome?

Dei de ombros.

— Não acho certo.

— Por que não? Eu lhe falei o meu.

— Mas, eu não ouvi.

— O quê? 

Seu sorriso me encantava, mesmo sabendo que ele estava zombando de mim.

— Eu estava aqui…  pensando… em outra coisa. E não ouvi o que disse. Pensei que, talvez, fosse repetir, mas não o fez.

Ele ainda sorria, coçou atrás da cabeça meio sem jeito.

— Tudo bem, posso repeti; meu nome é . . . . . .

— Não!

Avanço em sua direção, calando sua boca com minha mão. E que sensação gostosa foi sentir o toque de seus lábios tão suave em minha palma. Ele me segurou pela cintura, me firmando.

— Não quero saber.

Acho que aquilo o pegou de surpresa. Ele me olhou e parecia tristonho.

— Pensei que estivesse gostando da minha companhia.

— E estou. — Pousei as mãos em seu peito. — Nas poucas horas que nos falamos, percebi o quanto você é admirável. 

E que estou louca para me atracar com você. — Quis acrescentar. 

— Mas, olhe em volta. — disse, fazendo isso rapidamente. —  Estamos em um baile de máscaras. Você consegue reconhecer alguém por aqui? 

Ele vislumbrou o salão, olhando os convidados irreconhecíveis. 

— O anonimato faz parte. Então você conheceu uma garota, — alisei suavemente seu peito — conversou com ela e, o papo estava tão bom que vocês preferiram ir atrás de um lugar mais…  reservado, para da continuidade aquela conversa. 

Seus olhos brilhantes estavam em mim de novo. Seu coração batia quase tanto acelerado como o meu. 

Suas mãos antes suaves, apertaram forte minha cintura, colando meu corpo ao seu. 

— Sem apego. Sem arrependimentos. Só diversão e prazer. — Ele sussurrou ao meu ouvido, acariciando o lóbulo de minha orelha com a ponta da língua, puxando-o entre os dentes. 

Virei o rosto levemente, buscando por seus lábios e sendo correspondida ardentemente. 

Baile de MáscarasOnde histórias criam vida. Descubra agora