chapitre six

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Os Espíritos de São Valentim

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O banheiro quente, repleto de vapor, me permitiam relaxar durante aqueles breves momentos. Eu sabia que Jungkook iria chegar dali a cerca de meia a hora, e mesmo que tivesse passado o resto da noite ponderando a respeito de como iniciar todo aquele assunto com ele, ainda não havia obtido uma ideia a altura. O calor do banheiro, permitia com que meus músculos relaxassem, afastando um pouco o nervosismo que me assolava. Tirei o vapor do espelho, encarando meu rosto, na busca de encontrar alguma resposta nos mínimos detalhes, e falhando miseravelmente.

Eu havia entendido, durante aquelas várias noites com os espíritos que tinha culpa sim no declínio do meu relacionamento. Para alguns, talvez não fosse errado colocar o sucesso profissional como prioridade, mas eu havia entendido qual havia sido de fato, meu erro nesse ponto. Eu criei uma razão para meu esforço que não existia. Na minha cabeça, fazia aquilo para orgulhar meus pais para compensar erros que eu custava a colocar nas minhas costas, mas que no fim, não eram meus. Foquei tanto nisso, que esqueci dos mesmos. Esqueci que eles tampouco se importavam se eu era o primeiro ou último da turma. Eles se importavam comigo e com meu bem estar, e foram exatamente as coisas que eu deixei de lado. Suspirei enrolando a toalha na cintura, antes de seguir em direção a saída do banheiro.

Isso tudo também incluía a Jungkook. O colocando como exemplo mais uma vez, o Jeon jamais colocava as coisas acima de sua família. E bem, eu claramente estava incluso nisso. Se eu fosse fazer uma lista de prioridades do moreno, diria facilmente que talvez, até seu lagarto recém adotado estaria acima de sua formação acadêmica nesse quesito. Ele era o exemplo nato de um coração ambulante, enquanto tivesse amor, nada lhe importava. Enquanto tivesse a mim e a sua família, nada mais importava. Lembro-me claramente de um dia no qual ele me disse que formação e dinheiro não era tudo, e que enquanto estivesse comigo e tivesse sua família ao seu lado, poderia passar a vida trabalhando numa simples loja de conveniência que ainda assim seria plenamente feliz.

Também me recordo de ter o achado doido de imediato, mas obviamente não disse nada em voz alta. Hoje, começo a entender o que ele estava dizendo. Isso não é tudo, de fato. Meus pais sorririam para mim do mesmo jeito seja eu um cientista ou um vendedor.

Eu coloquei minha faculdade acima de tudo. Dos meus pais. De Jungkook. E até mesmo de mim. Troquei festas de aniversário, datas comemorativas e noites de sono, e agora me encontrava num estado deprimente, digamos, pois eu sabia que estava doente. E que aquela fixação por boas notas e por aprovação estavam me sugando aos poucos. Não havia dado uma pausa, desde que comecei a estudar, era tudo que eu pensava. E mesmo assim, não conseguia imaginar o que fazer da minha vida, após me formar. Sem metas. Sem planos. No fim, não entendia nem mesmo motivo pelo qual eu estava batalhando tanto. Gostava daquele curso, mas o que faria a seguir? Porquê iniciei aquilo? De certo modo, havia estagnado. E precisava de ajuda para voltar a andar.

Após me vestir no quarto, com uma toalha na cabeça, comecei a secar os fios de cabelo ao ritmo que caminhava em direção a cozinha. Abri a geladeira, tirando de lá um suco de laranja. Minha cabeça estava cansada, por diversos motivos, isso a anos, mas eu me obrigava a seguir em busca de algo que eu se quer entendia o porquê de tamanha fixação. Mas a única certeza que eu tinha, é que muita coisa iria mudar dali para frente. Minha vida havia virado de cabeça para baixo. Não sei mais com certeza se Jungkook estará do meu lado, já marquei um consulta com uma psicóloga, e estou esperando um filho. Acabei por rir, ao constatar os fatos. Como as coisas haviam mudado em apenas uma semana, quer dizer, eu jamais imaginaria que fosse dizer essas coisas a seis dias atrás por exemplo.

The Spirits of Love • Pjm × JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora