Capítulo VIII - Dor

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Desliguei o carro e subimos direto pro meu quarto, ele se sentou na minha cama ...

- Léo vai tomar um banho cara, vou arrumar as coisas aqui ...

Ele levantou me olhou e seguiu para o banheiro, só ouvi o barulho da água correndo sentei por um momento na cama, como eu falaria para ele tudo que passei nesse tempo, minha cabeça estava confusa mas já estava na hora, só preciso falar a verdade, estava com medo dele não me entender e fugir de mim, estava tão perdido em meus pensamentos que não vi que ele estava na minha frente me olhando, tinha colocado um calção de jogo e uma camiseta que tinha deixado para ele...ele parecia muito nervoso...

- Já venho Léo, - sem saber por que eu o abracei ele - fica bem já venho.

Antes de entrar no banheiro vi que ele sentou na cama e colocou a mão sobre seu rosto. Enquanto a água caia no meu corpo levando um pouco minha confusão ouvi uma batida forte na porta, será que o Léo estava bem?

- Tô indo Léo - sai do chuveiro....

- Toro!! Toro!!! me... meu relógio tá ai esqueci. - parecia tão desesperado.

Peguei o relógio dele, horroroso por sinal grande de mais parecia um bracelete, mas como foi a Mia que deu para ele e ele nunca tirava ... bem .... acho que gostava.

Quando sai do banheiro me assustei, ele estava parado em um canto segurando o pulso e estava com cara de apavorado,

- Léo aconteceu alguma coisa? - vi que ele começou a ficar mais assustado. -

- Na... na.... não Toro tá... tá tudo bem - Tava mentindo. -

Cheguei mais perto, estendi o relógio ele agarrou tentando colocar no pulso na hora, aquela merda caiu no chão ele se ajoelhou mais assustado ainda, isso tava estranho, me abaixei com ele e segurei seu pulso, eu sou muito mais forte ele deu um puxão e isso era muito estranho alguma coisa tava acontecendo o que ele tinha no pulso, ele saiu de perto de mim e começou a chorar em um canto, eu estava bravo com a atitude dele meu sangue começou a ferver, ele estava com medo de mim, não tava confiando em mim, porque? Ele chorava descontroladamente,

- Por favor toro, o relógio por favor.

Segurei o pulso dele rapidamente, e o que eu vi me fez cair sentado......., o que eu vi...... o Léo se escondeu num canto, até hoje não consigo esquecer, tinha uma marca... recente ainda... uma cicatriz !!!!!

- O QUE É ISSO LÉO????

- Nada! .... nada! ...- e chorava muito. -

Quando percebi o que era, uma cicatriz fina, ainda avermelhada no pulso dele, meu coração parou, eu não conseguia respirar, as fichas começaram a cair na minha cabeça, os 4 meses internados, a Mia me xingando, a mãe dele estar braba comigo quando voltei, minha mãe assustada, depois o pedido da mãe dele pra me afastar, do tio Sérgio para cuidar dele, o maldito relógio.....era pra ocultar a cicatriz...

Soquei a parede como muita forca o que foi que ele fez!!!

Os livros caíram todos no chão, olhei para o Léo ele estava desesperado, tentando sair pela porta, fui mais rápido consegui parar ele, ele me batia, tentava se soltar.

- Para Léo para tu vai se machucar, para por favor. Fala comigo Léo, por favor ... por favor.... fala comigo.

Segurei ele, eu já chorava muito, sentei com ele no chão o Léo não parava de chorar isso estava me matando, a culpa era minha, mas eu precisava ser forte..... por ele...

- Léo para, vai se machucar cara, para.

- Eu não queria.....foi um acidente – meu Léo gritava

Desencontros - O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora