Capítulo 15 - Cidade Dourada.

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Assim que saíram dos limites do espaçoporto, Kylo e Rey desembocaram nas ruas, infiltrando-se entre os nativos. Agora eles eram apenas dois rostos anônimos, perdidos naquela selva de aço.

Rey olhava deslumbrada para o mundo que se desdobrava ao seu redor. A Garota de Jakku, que somente conhecia o deserto e o mar, estava impressionada com o poder e a tecnologia da civilização. Os olhos abertos, forçando a visão a se reajustar com toda a informação que chegava até sua retina. A cidade resplandecia em tons de vermelho e dourado com o entardecer.

Cerinia é um planeta de grande porte, em franco desenvolvimento, muito visado pelas empreiteiras da Galáxia e arrojados empreendedores da Orla Exterior. Sua metrópole é toda arranha-céus e janelas espelhadas, subindo até onde os olhos podiam alcançar. Trilhos aéreos serpenteavam entre os edifícios, onde automóveis cruzavam em alta velocidade, deixando apenas um rastro luminoso nos céus. Letreiros e painéis iluminavam a cidade difundindo todo tipo de cor pelas ruas. Os sons a atingiam de todos os lados. Vozes, sirenes, risadas, motores, música.

A cidade parecia nunca dormir, pulsando de energia vital de milhões de habitantes de todas as formas e tamanhos, com roupas e idiomas diferentes dos quais Rey nunca ouviu falar.

"É a primeira vez que você vem a um planeta avançado?" Kylo parecia se divertir com a expressão quase infantil de Rey.

"Eu nunca vi nada parecido" ela respondeu meio envergonhada e meio admirada "É incrível!"

O Cavaleiro concordou, com um sorriso de lábios fechados. Em geral, Kylo seguia uma política de nunca parecer impressionado com nada, mas realmente era uma vista magnífica.

Rey deteve-se pelo caminho, distraída, quase tropeçando em um ser desengonçado de orelhas longas, que fazia malabares para uma pequena plateia. Para ela, parecia quase impossível que tantas pessoas pudessem dividir um mesmo lugar.

Kylo a pegou pelo pulso, tirando-a de sua catarse "Vamos, precisamos ir."

"Pensei que aqui estaríamos a salvo" Rey questionou.

"Não muito. Eles devem estar atrás da gente ainda."

Uma movimentação vinda da direção do hangar confirmou a intuição dele. Os Hedorianos passavam pelos transeuntes com a mesma truculência que viram na cidadela. Arrastando e empurrando quem cruzasse o caminho deles, causando um rebuliço.

Os dois embrenharam-se rapidamente entre um grupo turístico. Kylo a conduziu com a mão sobre seu ombro, mantendo-a próxima dele. Garantindo que não se perdessem em meio ao tumulto que os cercava.

Rey esperava que, com esta atitude aparentemente segura e tranquila, Kylo soubesse o que estava fazendo, mas a verdade é que nem ele mesmo sabia. Só sabia que tinham que sair dali antes que fossem reconhecidos – ainda mais em suas vestes negras gritando Primeira Ordem para qualquer um.

Adentraram na primeira porta iluminada que viram pelo caminho, onde um segurança Gamorreano, com seu focinho de porco e dois dentes enormes que atravessavam o lábio superior, ia liberando os fregueses um a um, com um leve aceno na cabeça.

Com a permissão dele, seguiram por um corredor estreito e mal iluminado, que cheirava a perfume e bebida. O som abafado reverberava pela parede numa batida rítmica até chegarem a um grande salão. Era um clube de entretenimento.

O lugar se iluminava com as luzes estroboscópicas, que acompanhavam o ritmo da música, fazendo tudo parecer parte de um sonho bizarro banhado a gelo seco. Uma música alta bombava nos ouvidos. A pista estava cheia de seres de todas as espécies, numa alegria quase bacântica. Também havia um bar central que oferecia bebidas e várias chances de jogatinas entre os fregueses.

A Terceira ForçaWhere stories live. Discover now