25 Minutos
Niall olhou para o seu relógio que estava no pulso da mão que tinha os comprimidos e viu que já tinham passado cinco minutos. Ao meter a sua mão como estava antes ele deixou cair dois comprimidos.
- Merda! – Ele disse para si mesmo.
- Desculpe?
- Não é nada.
- O que é que aconteceu?
- Eu deixei cair dois comprimidos.
- Você ainda os tem na mão? Se calhar é um sinal do destino.
- Destino… - Niall riu perante a palavra. – Eu não acredito no destino.
- Porquê? Não acha que tudo acontece por uma razão?
- Se me continuares a tratar por você, eu juro que desligo o telemóvel. – Niall soltou um longo e pesado suspiro e esfregou os olhos com a mão que tinha os comprimidos. – Não, eu não acho que tudo acontece por uma razão, o destino é só uma desculpa esfarrapada que as pessoas usam para quando arruínam as próprias vidas.
- O que é que o leva… - Mary começou, mas parou de repente, lembrando-se que tinha que tratar o estranho por tu, por mais que isso lhe custasse. – O que é que te leva a pensar isso?
- Bem, Mary… queres ouvir uma história?
- Porque não? – Mary respondeu, feliz por o estranho estar a cooperar, o que lhe ia garantir mais tempo para que a ambulância chegasse e quem sabe, talvez este estranho pudesse ser salvo.
- Ontem, eu perdi tudo o que tinha num negócio da bolsa, o meu chefe despediu-me por causa disso, eu estampei-me com o meu carro que, provavelmente, nunca mais vai voltar a trabalhar e, quando cheguei a casa, estava à espera de ver a minha noiva sentada no sofá da sala, preocupada comigo, pronta a abraçar-me e a cuidar de… de mim… - Niall parou de falar quando o choro não mais o deixava falar, ele fungou e respirou fundo, tentando manter a calma. - … mas em vez disso, ela estava na minha cama a foder com o meu melhor amigo…
- Eu… eu lamento imenso. – Mary disse e engoliu em seco.
Era isto que Mary não gostava no seu trabalho, quando os estranhos lhes contavam as suas histórias ou o que os levavam a querer cometer suicídio, porque ela sentia sempre um nó no coração e uma pena enorme, então, ela sentir-se-ia próxima deles e iria querer fazer tudo para os salvar, o que era bom, mas mau porque se a chamada não corresse bem, ela iria ficar bastante triste.
No entanto, eram esses sentimentos e o facto de essas pessoas serem lutadores que a fazia querer trabalhar ali, ela queria salvar essas pessoas, fazer parte da vida delas e contribuir para a felicidade delas.
Mary queria fazer com estas pessoas aquilo que ela não conseguiu fazer com a sua mãe.
- Não lamentas nada. Tu nem me conheces. Tu só dizes isso porque te fica bem e porque te pagam para isso!
- Isso não é verdade.
- Não?
- Não. – Mary respondeu firme.
- Não me digas que fazes isto porque gostas? – Niall respondeu irónico.
- Sim.
- E pagam-te?
- Sim.
- Ha-ha! Então fazes isto porque te pagam. Diz-me, se te deixassem de pagar, continuavas a fazer isto?
- Sim. – Mary respondeu calmamente e dizendo a verdade.
- Mentirosa! O dinheiro controla tudo. Tudo!
- Por favor acalme-se. – Mary implorou numa tentativa de acalmar Niall, pois, como lhe tinham dito logo no seu primeiro dia de trabalho, é essencial que ambos mantenham a calma, mas, principalmente, a pessoa que está a pedir ajuda, pois isso pode levar a que eles fiquem ainda mais irritados e desesperados e acabem com a vida deles num segundo.
- Porquê? Não queres que eu morra para que, assim, não te despeçam?
- Não é nada disso.
- Então o que é?
- Nada.
- Um prémio?
- Não.
- Um carro?
- Não.
- Merda! O que é que é? O que é que alimenta o teu ego, Mary? Porque é que trabalhas aqui? – Niall perguntou. De alguma forma, ele gostava de falar com Mary e queria saber mais sobre ela, mesmo que estes fossem os seus últimos minutos de vida. – Diz-me, Mary.
- Eu estou aqui para ajudar as pessoas e fazê-las perceber que a vida vale a pena e que a morte não é a solução para nada.
- Lá estás tu com essas tretas. Porque é que queres ajudar as pessoas então?
- Eu quero ajudar estas pessoas… como não fui capaz de ajudar a minha mãe. – Mary engoliu em seco.
- O que é que aconteceu?
- Eu… eu não quero falar sobre isso.
- Porquê?
- Porque não.
- Queres ajudar-me?
- Sim.
- Então conta-me o que aconteceu…
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30 Minutes [Niall Horan Fanfiction]
FanfictionEm sete dias, Deus criou o mundo. E em sete segundos, Niall destruiu o seu.