Twenty two

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P.S.: Quando eu escrevi esse capítulo pela primeira vez, a música Secrets - OneRepublic parecia ser a trilha sonora ideal, mas, hoje, From The Dinning Table - Harry Styles é muito mais significante, então sintam-se livres para ouvir qualquer... ou outra.

Capítulo não revisado.

– Eu, hm... Você estava demorando muito e eu decidi dar uma olhada pelo prédio para ver se te encontrava...

– De novo você, garota? Por que não vai embora de uma vez por todas assim como todas as outras? – fechei os olhos no momento em que vi Louis praticamente voando em cima de mim, no entanto voltei a abri-los quando nada aconteceu. Harry o segurava no ar pela cintura e logo o colocou no chão, entretanto continuou o segurando.

– Você ficou louco?! – a veia no pescoço do meu namorado pulsava, era como se ela fosse estourar a qualquer minuto.

O homem não respondeu, apenas passou a mão no rosto e depois enfiou os dedos no cabelo, puxando os fios para trás com força. Harry o olhou por alguns segundos antes de soltá-lo lentamente e, na mesma velocidade, começar a se afastar.

– Não! Harry! – Louis tentou segurá-lo pelo pulso, mas o homem se esquivou.

– Vamos? – olhei para meu namorado com as sobrancelhas franzidas. Ele ia mesmo fingir que seu ex não estava ali quase tendo um colapso nervoso?

– Mas... – apontei para o garoto que continuava com as mãos nos fios de cabelo e nos encarava com certa firmeza.

– Eu vou lhe contar tudo agora – estendeu a mão entre nossos corpos, mas hesitei antes de pegá-la. Aquela frase era algo que eu esperava ouvir desde quando o conheci, mas, naquele momento, parecia tão... errado, talvez seja a palavra certa.

Encarei sua mão com dedos grandes e cheios de anéis; o homem ainda parado atrás do mais alto e seus olhos desesperados; mais uma vez a mão de Harry e finalmente a segurei. Eu queria saber de tudo de uma vez por todas e, se possível, ajuda-lo.

Louis não tentou nos impedir de passar pela porta, acho que ele sabia que Harry precisava de um momento para pensar melhor e, talvez, conversar com ele de forma mais calma. Porém ele não podia conter suas emoções para sempre e logo um barulho de vidro quebrando foi ouvido. Virei-me para ver o que havia acontecido e vi que ele tinha as mãos cobrindo o rosto e diversos cacos de vidros espalhados diante dos seus pés. Um sentimento bem conhecido por mim, chamado pena, invadiu meu coração e senti uma vontade imensa de voltar lá e ajuda-lo de alguma forma, no entanto eu sabia que o meu rosto era o último que ele queria ver naquele momento.

Por mais surpreendente que isso vá parecer, Harry aparentava estar bem calmo enquanto andava rapidamente para o mais longe possível da sala que antes estava. Mesmo assim, eu sentia sua mão tremer contra a minha e o barulho da sua respiração descompassada. Pensei em parar e pedir para ele se acalmasse, mas eu sabia que isso era a última coisa que ele queria ouvir.

Passamos por algumas garotas no corredor e elas fizeram questão de fazer aqueles "own" extremamente alto quando viram que estávamos de mãos dadas, como se fôssemos o casal mais perfeito do mundo. Quando na verdade, de perfeito não tínhamos nada e muito menos éramos um casal. Mas elas não precisavam saber daquilo, então apenas sorri em suas direções e elas fizeram o mesmo de volta. Enquanto isso, Harry olhava para todos os lados a procura de alguma coisa que eu não sabia exatamente o que era.

Percebi que o que Styles procurava era um estúdio de gravação quando ele finalmente soltou minha mão e abriu a porta até que a mesma batesse na parede. Antes mesmo que eu pudesse fechá-la de volta, ele começou a berrar:

– Ah, como fomos burros em pensar que um dia seríamos livre para nos amar e formar nossa própria família – chutou a rodinha de uma das cadeiras que havia ali fazendo a mesma andar e bater na mesa. – Como fomos inocentes em pensar que aconteceria com nós dois o que nunca aconteceu com ninguém. Que nosso relacionamento seria aceito quando sabíamos que nenhum outro fora. Fomos idiotas por acharmos que a gravadora e a droga do pessoal de relações públicas iriam nos libertar em alguns meses – as lágrimas já escorriam sem parar de seus olhos. Ele tremia levemente a cada frase gritada, enquanto eu tinha o coração partido por vê-lo daquela forma.
– Eu sinto muito pelo que aconteceu, Harry. Queria poder fazer algo para te ajudar, de verdade – tentei me aproximar dele, porém ele deu dois passos para trás e sentou na cadeira que antes descontava sua raiva.

Uma Vida de MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora