💋Capítulo 3💋

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Maceió, 04 de julho de 2017 💅

Darcy, querido Darcy!

Queria eu estar aqui, agora, numa noite de terça-feira, dizendo-lhe que não escrevi durante esses dias porque não tive tempo.

Na verdade, no domingo, eu fiquei meio deprê (Pra você, eu posso falar!). É impossível você me tirar essa razão. Fiquei mesmo! Meu amigo era muito querido e gostoso!

Ah! Agora é passado!

Então... Na segunda-feira, saí mais cedo do trabalho. Evitei o Bruno o dia inteiro. Levei até alguns casos para estudar em casa. Vi algumas ligações da Lu, mas apenas mandei mensagem dizendo que estava em um caso muito importante e difícil. O Bruno deve ter confirmado, pois ela não me ligou mais.

Disposta a prolongar a noite, decidi que ia ao cinema e de lá iria até um barzinho. Só de raiva, coloquei o tal vestido vermelho com o decotão, um salto maravilhoso, uma clutch dourada e as chaves do meu possante.

Quem me visse, imaginaria que eu estava indo receber o Oscar. Ótimo!

A fila do cinema estava enorme. Melhor assim: dava mais tempo para apreciar a vista. Hoje eu estava à caça.

Talvez eu tenha exagerado um pouco, pois não seria qualquer um que teria coragem de chegar em mim.

Bingo!

Eu não queria qualquer um, certo, Darcy?

Não demorou muito e um homem muito elegante entrou na fila, logo atrás de mim.

Podia até estar errada, mas, na hora, achei que ele estava indo ao mesmo evento que eu: o tapete vermelho do Oscar.

Ele tocou em meu ombro. Virei-me e ele, educadamente, me cumprimentou:

- Boa noite!

- Boa noite! - Eu respondi, também, educadamente. E, claro, virei-me, novamente, para a frente. A fila andava.

- Você tem boas informações sobre esse filme? - Ele apontava para o painel onde ficava o cartaz do filme.

- Na verdade, eu vou assistir aquele ali. - Apontei para outro cartaz. - Estou esperando há muito tempo por ele.

Ele olhou fixamente, balançou a cabeça e, voltando seu rosto para mim:

- Então, será esse! A propósito, eu sou Marco Antônio. Muito prazer! - E já foi esticando a mão para mim.

- Verônica Barcellos. O prazer é todo meu.

Darcy, em alguns minutos nós já estávamos em uma conversa tão animada, que nem dava mais vontade de ir ao cinema. E foi o que nós fizemos: fomos a um bar no shopping mesmo.

Em cerca de uma hora, eu já conhecia a vida toda de Marco Antônio. Ele não deixava espaço para trocas. (Se é que você me entende, Darcy querido).

Os homens deveriam aprender com você a ouvir as mulheres, meu amigo. Você é um ótimo exemplo.

Parabéns!

Voltando ao assunto, em cerca de uma hora eu já sabia que Marco era um alto funcionário da Secretaria da Saúde, filho único, já tinha viajado para os Estados Unidos três vezes e duas para o Canadá, já trocou de carro esse ano (Não me diga!), fazia academia todos os dias, era alérgico a amendoim e frutos do mar, tinha 35 anos e era solteiro.

Eu juro, Darcy, que eu fiquei procurando outro defeito que não fosse o narcisismo naquele homem. Ele era lindo, charmoso, mas um tanto convencido. E nada tira mais o charme e a elegância de um homem, do que o convencimento.

A HORA CERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora