Recomeços

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Naquela manhã, Will levantara determinado a conversar com Coulson. Ele entendia que o diretor da SHIELD era muito ocupado, mas ele havia prometido rastrear sua família e conversar com eles a respeito de sua incomum jornada a outro planeta, garantindo a seus pais, irmã e sobrinho que ele estava vivo.

Por noites, Will se contorcera na cama pensando em como eles iriam receber aquela notícia. Era certo que já o davam como morto depois de 14 anos de ausência e nenhuma pista de seu paradeiro.

O problema é que aquele corredor estava apinhado de agentes extremamente centrados em seu trabalho, correndo de uma sala para outra com relatórios em mãos, sem tempo para informar Will de onde Coulson estava. No meio daquela correria, avistou o único agente que conhecia e com o qual realmente não queria falar. Mas ele era o único que parecia relaxado – como sempre – despreocupado e visivelmente ocioso.

- Hey, Hunter... Será que você viu...

- Jemma? – Hunter o cortou com um sorriso jocoso estampando seu rosto – Sim, como não? A última vez que a vi foi na noite passada, entrando no quarto do Fitz. E ela não saiu de lá até agora – completou, dando um tapa falsamente amigável no ombro do astronauta e se distanciando, por fim.

Will cerrou os olhos, respirando fundo e sacudindo a cabeça de um lado para o outro. Já estava mais do que na hora de partir. Era óbvio que ele estava sobrando por ali.

*

- Não vou dizer que foi fácil para eles receberem a notícia. Convenhamos que é, de fato, algo complicado de se assimilar. Eles não pareceram muito convencidos no início, mas, conforme Fitz sugeriu, eu levei as fotos que Jemma tirou no outro planeta, contei a respeito do real objetivo de sua missão, de que você fora enganado... Eles não conseguiram compreender inteiramente, mas ficaram genuinamente felizes de saber que está vivo e bem – Coulson explicou.

Um sorriso enviesado surgiu no rosto de Will. Por sorte, ele encontrara Mack no laboratório e ele o levou até Coulson. Os três se dirigiram à sala do diretor para relatar como havia sido seu encontro com a família do astronauta.

- No entanto, eu também não tenho notícias muito boas – o rosto de Coulson se transformou bruscamente. O semblante compreensivo e sutil cedendo espaço a uma expressão grave e receosa – Não há uma forma fácil de se dizer isso, mas seu pai... Infelizmente, faleceu há quatro anos.

De súbito, Will sentiu um peso desconfortável no peito. Mas assentiu com a cabeça, conformado, desviando o olhar, procurando não demonstrar sua dor. Isso também lhe fora roubado; viver o luto pela perda do pai.

- Lamento - tornou Coulson, solidário, e então suspirou longamente, tomando coragem para prosseguir - E, bem... Como você partiu há muito tempo e não regressou, eles acreditaram que estava morto...

- Portanto fizeram uma lápide simbólica para você no cemitério local – Mack completou, achando que era responsabilidade demais para Coulson transmitir a ele todas as más notícias.

Will inalou profundamente, abrindo bem os olhos como se despertasse de um sono profundo.

- Eu acho que posso lidar com isso... É compreensível, afinal – afirmou, cruzando os braços.

Coulson o fitou, complacente.

- E seu sobrinho está louco para te conhecer. Ouviu muitas histórias sobre você.

Ao ouvir aquilo, seus olhos pareceram faiscar.

- Meu Deus! Ele está com 14 anos agora...

- Sua irmã nos contou que estava grávida quando você partiu.

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⏰ Última atualização: Jul 02, 2017 ⏰

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