LaraUma vez me disseram que o coração era o órgão mais importante do seu corpo, mas li uma vez que mesmo depois de seu coração parar seu cérebro poderia continuar funcionando por um curto período de tempo como talvez alguns segundos.
Nunca pesquisei ou perguntei a alguém se isso era verdade, mas parada na calçada com minha respiração acelerada e o cérebro com pensamentos a mil, eu sentia que meu coração tinha parado.
Sentia todos me olharem mas não consegui-a ver ninguém a minha frente.
De todas as coisas que fui informada e alertada sobre a terra no meu mundo, atropelamento não estava no meu vocabulário.
O pior de tudo foi ter fitado o cabelo encaracolado e rebelde escapando do capacete ou a boca carnuda com um sorriso de lado e nem me fala daqueles olhos escuros que podiam acabar com o mais poderoso dos seres dessa existência .
Aos pouco foi percebendo meu coração no peito, as batidas constantes e ritmadas.
Ufa, por um instante pensei mesmo que ele tinha parado.- Aguenta um pouquinho aí amiguinho.
Escuto uma tosse e olho para o lado avistando um senhorzinho de idade me olhando, sentado em um banco.
Com certeza devia estar pensando que eu era uma completa louca por ser quase atropelada e logo após estar falando sozinha comigo mesma.
Solto um sorriso para ele, arrumo minha mochila nas costas e caminho pela calçada com o máximo de atenção.Esta manhã acordei determinada, passei muito tempo só observando, agora preciso agir.
Depois de tomar um banho e me arrumar, prontamente peguei uma mochila com tudo o que achei que ia precisar para o dia.
Peguei uma mapa na recepção do hotel e perguntei ao atendente onde poderia encontrar O ateliê de Rebeca.
Agora estou eu aqui, parada na frente de seu ateliê, me preparando para ser o mais prestativa possível e ajudar como posso.
Abro a porta da loja e sou recebida por um perfume forte e enjoativo.
Uma música em som ambiente toca no local, abro um sorriso para ser gentil, mas realmente ninguém me olha. Vejo senhoras sentadas com taças de alguma bebida clara e borbulhante nas mãos, moças com roupas elegantes e saltos parecem ser as atendentes da loja.
Com o sorriso ainda nos lábios caminho até um balcão no canto direito e leio em uma plaquinha encima:Rebeca Ateliê
Do outro lado, uma mulher de pele morena e cabelos lisos preto está sorridente conversando com o que acredito ser uma cliente, com sua carteira na mão pronta a pagar pelas roupas na sacola.
- As roupas ficaram lindas, tenho certeza de que o senhor Lucas irá amá-las em você Iva.
- Obrigada querida, não tem como errar com as roupas de Rebeca.
Envergonhada por interromper a conversa das duas, mas precisando mesmo assim, chamo a atenção da atende com um aceno.
-Desculpe interromper, mas preciso falar com a Rebeca, presumo que tenho hora marcada e...
A bela morena solta uma risada, olha meu vestido simples de algodão e comenta.
- Hora marcada?, duvido muito querida, e qual seria o seu nome exatamente?
O tom sarcástico se sobressai de sua voz, mas decido ignorar e respondo.
- Lara, mas pode dizer a ela que o serviço de missão casamento chegou, Rebeca vai saber do que estou falando!
Uma sobrancelha se levanta em seu rosto, e murmura.
- Um segundo.
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A Fada madrinha
RomansaSinopse: Destino! Já ouviu falar dele? E se ele não fosse algo e sim alguém? E se ele não passasse de um adolescente na puberdade morrendo de tédio? Ai sim aquele frase faria sentido " engraçado como o destino gosta de brincar com as pessoas". Meu n...