Narrador P.O.V
YoungJae já estava a quase quarenta minutos tentando achar o caminho para a casa de praia da mãe, até que ele viu uma rua deserta, parecendo um beco de depósito, se lembrou de ter passado por ali para chegar na avenida que fica perto da casa. Foi andando lentamente pelo beco por ser totalmente assustador, era escuro - por algum motivo estava nublado no verão- havia apenas um rato enorme rasgando uma sacola de lixo violentamente com seus dentes, YoungJae passou do lado do rato que grunhiu alto para o garoto e saiu sumindo nas outras sacolas ali.
Eu vou chegar em casa bem, eu vou chegar em casa bem... Repetia baixinho para si mesmo, viu um homem sair por uma porta que parecia ser a porta dos fundos de algum estabelecimento.
Se assustou dando dois passos para trás, enquando o homem de meia idade que cheirava a maconha e álcool lhe encarou e abriu um sorriso, no mínino, nojento.
— O-olá... — YoungJae disse para o homem que se aproximava, pensava que ele poderia lhe dizer onde ficava a avenida. — O senhor sabe o caminho para a avenida principal? — Perguntou nervoso porque o homem não parava de se aproximar, o velho lambeu os lábios fitando YoungJae.
Droga, pensou já sabendo o que poderia acontecer ali, cinco e pouca da manhã, um homem de idade com cheiro de álcool e maconha aparece num beco totalmente eufórico, e passa a língua entre os lábios nojentos lhe fitando, o que mais poderia ser?
YoungJae foi andando um pouquinho para trás lentamente, mas o homem apertava mais os passos conforme lhe fitava, tentou correr mas o último puxou seu braço o prensando na parede, ele gritava mas parecia não ter ninguém por perto, até que o homem tapou sua boca com uma mão, com a outra passava pelo abdômen de YoungJae e vez ou outra apertava sua bunda, deixava beijos nojentos e babados no pescoço do mais novo.
A este ponto YoungJae já estava chorando desesperado quando viu o outro abrindo o cinto, se aproveitou da dificuldade do mesmo para abri-lo, o empurrou na parede atrás deles que havia uma escada, vendo-o reclamar da dor causada pelo impacto de suas costas contra a escada.
Era essa a chance de YoungJae, ele começou a correr e nunca olhava para trás, avistou a avenida a poucos metros, e logo a casa. Ele ainda chorava, fora um grande susto, talvez se ele estivesse bêbado nem se tocaria do que estava acontecendo, mas o efeito da bebida já havia passado. Tentava encaixar a chave com suas mãos trêmulas ainda chorando alto, quando conseguiu abrir a fechou para ter certeza que o homem do beco não o pegaria outra vez.
A casa estava silenciosa, parecia que não tinha ninguém ou que só estavam dormindo, ainda assustado e chorando muito YoungJae escorregou pela porta afundando o rosto nas mãos, ouviu uma porta do corredor ser aberta e sua mãe sair dela, continuou do mesmo jeito no chão, não tinha forças para levantar ainda sentindo os toques daquele homem em si.
— YoungJae? O que foi? — Sua mãe perguntava mas ele só soluçava alto e chorava mais e mais, não era a primeira vez que ele passava por isso na rua, diferente da outra vez ele conseguiu escapar.
A mais velha subiu até o quarto de Jaebum para ele tentar falar com YoungJae, mas chegou lá e encontrou o quarto vazio, era de se esperar já que ele saiu acompanhado, ela tinha quase certeza que YoungJae iria culpá-lo, se eles fossem juntos e saíssem juntos nada disso aconteceria.
Com muito esforço conseguiu fazer YoungJae se levantar e ir até o sofá, se passaram trinta minutos e ele ainda chorava, sua mãe já não sabia mais o que fazer, nunca havia visto o filho nesse estado.
— Bebê se acalme. — Disse abraçando o garoto.
— E-ele queria me p-pegar mãe. — Falou entre soluços e sua mãe entendeu na hora o que deveria ter acontecido.
Ficou sem reação, sem fazer a mínima ideia do que falar para confortar o filho, se levantou e foi até a cozinha para fazer algo para ele tomar e se acalmar, logo a porta foi aberta e Jaebum entrou por ela com a garota atrás dele, murmurou algo para a mesma que foi embora.
Youngjae se levantou rápido e saiu em disparada para seu quarto, no mesmo estado em que chegou em casa.
Foi para o banheiro de seu quarto, se sentando embaixo do chuveiro de roupa e tudo, aos poucos aquela sensação se esvaía de seu corpo trêmulo, só conseguia lembrar do que Jaebum lhe prometera há anos.
FlashBack On-
— Ele me obrigou... — Youngjae de dezesseis anos chorava nos braços do melhor amigo que passava as mãos calmamente pelos seus cabelos.
— Eu prometo que isso nunca mais vai acontecer, okay? Eu prometo. — Perguntou limpando as lágrimas do mais novo que assentiu.
FlashBack Off-
YoungJae já havia parado de chorar, seu corpo e sua mente não emitiam emoção nenhuma, estava vazio, mais uma vez.
— YoungJae... — Ouviu a voz de Jaebum o chamar do outro lado da porta encostada do banheiro, Jaebum abriu a porta de mansinho vendo como YoungJae estava. — Eu-
— Eu estou bem, só... Só saia da minha frente por favor. — Disse olhando para seus pés, sabia que não era certo culpar Jaebum, mas ele só queria ficar sozinho, não gostava de parecer fraco na frente de ninguém.
Mas nesse momento ele tinha nojo de si mesmo, nojo por ser tão idiota ao ponto de achar que alguém como aquele homem poderia ajudá-lo, nojo por culpar quem mais ama mesmo sabendo que é errado.
♨
Eh nois
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Sarang Sarang
Acak[06/08/2017 - 189 ] [16/09/2017 - 140 ] [12/10/2017- 139 ] Onde Choi YoungJae se vê apaixonado pelo melhor amigo, Jaebum. De início ele fica com outras pessoas achando que algo que tinha pelo mais velho era passageiro, o que Choi não sabia é que amo...