sou um quase de tudo e quero abraçar o mundo. taí! sou várias de mim, só não sei ser completa. há dias questiono;
decidi me resolver na estrada. namorar os horizontes do norte, descobrir nuances no nordeste. talvez eu arrume uma casinha e passe a vida toda vendo o céu mudar de cor. azul, azul rosado, azul alaranjado, breu. a brisa calma do mar me acalma só de pensar. correr debaixo do luar atrás de tu, tropeçar, brincar. conhecer os sotaques que não conheci, sorrir com os sorrisos que ainda não vi, levar meu violão e fazer poesia cantada em cada canto desse Brasilzão. eu queria viver assim. então pronto, tá resolvido.
mas, e se eu sentisse falta das cores cinzas, do som alto e do corre do dia? eu sentiria. respiro equilíbrio, ser radical? como se a vida deixasse ser equilíbrio... como se a vida deixasse ser.
a ânsia em me mover é minha ou deles? a gente tem tanta mistura que não é fácil se aprender. reaprender. eu posso me refazer em qualquer lugar, até mesmo sem sair do lugar. o problema é querer me achar nas histórias de um septuagenário sabido ou numa prosa rodeada de fogueira e cachaça na mão.
talvez sim! talvez não.
tá vendo? meu mundo é feito de metades e incertezas. mas também, ter certeza de tudo não causa bem, te causa? eu só queria ter certeza que um dia a certeza vai chegar. mas talvez, eu descubra que ser metade também é massa.
até lá, questiono. e não me corro não, o resto eu descubro na estrada.