(Maya) Cinema, batata frita e uma ideia.

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  Bom foi isso que aconteceu, na verdade foi Leonard que me contou.
Meu nome é Maya sou filha do Hanss fiquei sabendo de tudo que aconteceu quando eu e meus amigos Charles e Milla resolvemos ir ao cinema e depois estudar, fiquei muito preocupada com meu pai, pois o Matew se tornara o melhor amigo dele nos primeiros dois meses que tinha começado a trabalhar na delegacia e não era a primeira vez que ele ficou nesse estado.
  - Obrigado pela informação Leo. – Falei sorriso.
Leonard é como um irmão para mim, sempre que vou à delegacia fico mais com ele do que com meu pai.
  - De nada, se você quiser entrar lá seu pai não saiu da sala desde que voltamos, coitado.
  - Ok – Dei um abraço nele e fui correndo para a sala do meu pai.
  Eu entrei e lá estava ele praticamente jogado na cadeira escondido atrás de uma pilha de casos e relatórios (Ele era um cara um pouco acima do peso tinha as bochechas meio rosadas assim como as minhas e os olhos castanho claro, e quando ele juntava suas sobrancelhas ficava parecendo um panda, e eu amava isso pois quando eu era criança ele ficava dizendo que era um grande panda que perseguia criança indefesa, bons tempos.)
Ele parecia estar chorando, mas percebeu quando eu entrei e limpou uma lágrima.
  - Oi pai. – Sorri.
  - Oi minha linda. – Respondeu pigarreando, é ele estava chorando.
  - Fiquei sabendo o que aconteceu, eu sinto muito, mas vai ficar tudo bem ele vai sair dessa como na última vez ele e forte nada pode derrubar ele. –Tentei animar ele, mas não parecia estar dando certo.
  - É ele é forte... mas o acidente foi grave, as chances para ele sobreviver são mínimas. – Disse ele tentando conter as lágrimas.
  Eu fiquei meio sem jeito, não sabia o que fazer para animar meu pai, eu queria chorar junto com ele, mas eu me segurei. Dei um abraço nele e disse:
-Vai ficar tudo bem, temos que ter fé, não é mesmo.
  - Obrigado meu anjo, Mas por que você veio aqui? – Perguntou ele tentando mudar de assunto.
  - Ah, é que eu e meus amigos estamos querendo ir ao cinema e depois vou na casa da Milla para estudar e se você permitir dormir lá, posso?
  - Claro, já que eu não vou para casa hoje à noite, eu estou muito ocupado com o negócio do banco, então pode ir para você não ficar sozinha em casa. – Disse ele forçando um sorriso.
  - Obrigado papai, até logo, bom trabalho.
  - Até logo, filha.

  Quando eu estava quase saindo da sala, dei uma olhada para o quadro do meu pai, onde ele coloca foto de casos que não foram resolvidos, e vi quatro fotos repetidas uma sigla, WH.
  Eu confesso que fiquei muito preocupada com meu pai, mas fiquei feliz por não ter que ficar em casa sozinha, (Aliás, é só eu e meu pai, minha mãe faleceu quando eu nasci.), meus amigos estavam me esperando lá fora curiosos para saberem a resposta do meu pai.
  - E ai qual foi à resposta do seu pai? – Perguntou Charles.
  - Ele deixou disse que não vai passar a noite em casa está muito ocupado com um caso.
  - que ótimo, não seria nada legal eu ter que ir ao cinema com a Milla, sozinho. Sabe como ela ia querer me enfiar em uma privada ou coisa assim. – Dei um sorriso forçado e a Milla deu uma cotovelada nele o que o fez gemer de dor.
O Charles é um garoto meio esquisito ele tem o cabelo liso e preto caído na testa, (Diz que quer deixa crescer até o ombro) é alguns centímetros mais alto do que eu e era bem forte, faz um ano que ele vai com o pai dele para a academia acho estava obtendo resultado ele parecia o Smilinguido, estava com uma jaqueta de couro e bermuda. Ele toca teclado em uma banda de Rock que eu nem sei o nome acho que é ‘‘Höllische alguma coisa’’.
  - Deixa de ser chato sua inconha. Que cara e essa May? – Perguntou Milla.
A Milla e uma garota muito legal tem o cabelo liso preto e longo com mechas com todo tipo de cor que você pode imaginar, estava usando uma blusa do ‘‘Ozzy’’, uma calça Jeans e um colar com uma pequena caveira ela parecia ser "adoradora de satanás" como a madrasta dela dizia, mas não se deixe enganar pela aparência ela e uma pessoa amável e doce (bom com quem é legal com ela) só tinha uma pessoa que ela gostava de chatear, o Charles.
  Contei a eles o que aconteceu e também disse o quanto estava preocupada com meu pai.
  - Cara que hilário, parece até filme da ação. – Disse Charles empolgado.
- Não é piada, Charles. - disse Milla com um olhar de reprovação.
- Bom, eu só quero ir assistir o filme logo, vamos. - eu disse.
Sinalizei para um táxi que estava passando.
  - Ótimo, mas é minha vez de escolher o filme. E eu digo que vamos ver ‘‘A batalha de guitarras’’. – Disse ele entrando no táxi que tinha parado.
  - NEM POR CIMA DO MEU CADÁVER? – Disse Milla quase gritando o que fez o Charles dar um pulo. – Primeiro; você escolheu o filme da última vez segundo; esse filme não existe e terceiro; mesmo se existisse eu não veria nem que me oferecesse muito dinheiro... – Ela deu uma pausa para respirar, pois falou rapidamente como se tivesse ignorado as vírgulas – Vamos assistir Anabelle. – Disse dando um sorriso que me deu medo.
  - Eu prefiro ver comédia. – Falei.
Milla olhou pra mim surpresa.
Vai por mim, ver filme de terror já me dá medo, mas ver com a Milla me dá mais medo ainda. 
  - Charles, a coisa aqui está muito séria, vai chover canivete... Maya de Deus você odeia comédia.
Fiz que sim com a cabeça e afundei no banco, não falamos nada até chegar ao Shopping
Charles foi comprar os ingressos enquanto eu e a Milla entramos em uma lanchonete dentro do shopping para comprar pipoca fiquei observando ela discutir com a atendente sobre o preço absurdo da pipoca, mas eu não estava ali de verdade estava pensando na possibilidade de meu pai se dar mal nessa investigação. Quando me dei conta do que estava acontecendo ela agarrou meu braço e começou a me arrastar para fora da loja praguejando em latim (nem sei onde ela aprendeu) palavras que nem vale apena citar, eu estava implorando a Deus que a balconista não estivesse entendendo nada.
  - Quem ela pensa que é para falar assim comigo? – Ela estava nervosa. – acha que pode me passar à perna assim? – E voltou a praguejar palavras que eu me perguntava de onde ela tinha tirado. Talvez estivesse fazendo aulas ou aprendeu naquela série dos irmãos que caçam coisas estranhas, ela adorava essa série.
  Depois de um tempo resolvemos ir para o supermercado do shopping, já que o filme que íamos ver começaria daqui à uma hora.
Milla pegou uma cesta de compras e fomos direto nas caixas de bis (se você nunca comeu bis durante uma sessão no cinema não sabe o que é estar em outro mundo) compramos também três latinhas Coca-Cola e um pacote de salgadinho, e sentamos na porta do cinema esperando dar a hora de entrar.
  - O que você pretende fazer? – Perguntou Charles.
  - Além de ver o filme? Bom eu estou pensando em... – Ele me interrompeu imediatamente.
  - Não estou falando disso. Estou falando sobre o caso do seu pai. – Ele olhou rapidamente para Milla que o fuzilou com o um olhar que dizia ‘‘se você não calar a boca te jogo lá em baixo’’ ele olhou para o relógio e se levantou. – Já está quase na hora do filme começar vamos entrar?
Olhei pra Milla agradecida, estendi as mãos para Charles me ajudar a levanta e depois ele foi ajudar a Milla que o encarou e se levantou sozinha, dei um sorriso torto e entramos para a sala.
  O filme que vimos foi Debi e Loide no começo eu até ri bastante, mas depois eu praticamente me desliguei e fiquei pensando no Matew estava pensando em ir visitar ele no hospital depois do cinema, e se talvez eu descobrisse algo? E parecia uma boa ideia.
Quando eu percebi o filme já tinha acabado.
  - E ai May gostou do filme? – Disse Charles se jogando na cadeira do meu lado depois de jogar o lixo na lixeira.
  - Eu não consegui prestar atenção.
  - Ah vá. Não acredito que você ficou pensando naquilo. – Disse Milla se levantando da cadeira. – Esquece isso um pouco, você vai ver que logo seu pai vai esta sorrindo e saindo na primeira capa de todas as revistas como o herói da cidade que prendeu os bandidos, é sempre assim.
  - Eu... obrigado Milla, mas não consigo parar de pensar naquelas siglas. O que significa?
  - Aff, não tem créditos, então vamos? – Charles deu um pulo da cadeira. – Cara eu tô na broca... Muito faminto... VEIII...  – Eu e a Milla demos risadas e saímos da sala indo para a lanchonete.
  - E você Charles gostou do filme? – Perguntei me sentando em uma mesa.
  - Cara, foi muito louco mas eu preferia ter visto a batalha de guitarras seria muito mais legal.
  A Garçonete se aproximou com um grande sorriso e disse;
  - Bem-vindos, oi Maya como está seu pai?
  - Oi Mirela, meu pai esta com uns problemas mais está bem. – Sorri. – Bom eu vou querer um X-egg com um suco de laranja natural, por favor.
  - Eu vou querer um X-tudo com Coca-Cola. – Disse Milla mexendo nos guardanapos.
- E você Charles?
  - Olha, se eu fosse você eu anotaria pois o pedido e grande. – Disse Charles sem tirar os olhos do cardápio. – Quero um X-tudo com batatas fritas, uma coxinha dessa grande e Milk-shake de chocolate, por favor.
  - Nossa Charles você só não engorda de ruim em credo. – Falei dando risada.
Assim que a garçonete se foi Charles se endireitou na cadeira e olhou fixamente para mim o que me deixou bastante incomodada. Mudei de posição na cadeira.
  - O que foi?
  - O que vamos fazer agora Maya?
  - Do que você esta falando Charles?
  - Olha está na cara que você quer ajudar seu pai nessa investigação, e não vamos deixar você se dar mal sozinha Maya. Por isso. – ele levantou o dedo com confiança. – Eu e a Milla decidimos ajudar você.
Nessa hora Milla engasgou e começou a tossir como se tivesse alguma coisa presa na sua garganta.
  - Nós? Charles Almeida quando foi que eu morri e você toma decisões por mim?
  - Milla, por favor, não está vendo que nossa melhor amiga está prestes a cometer uma loucura e quer nos deixar fora disso?
  - Aff, ok tanto faz. Pode ser.
Nessa hora ele abriu um sorriso de orelha a orelha.
  - E ai Maya, o que acha de descobrimos alguma coisa?
  - Charles isso é loucura, eu nunca pensaria nisso. – Eu estava tensa minhas mãos estavam suando de mais, então as serrei e tentei manter a calma.
  - Fala sério, você nem sabe mentir direito, está escrito na sua testa eu sei que você pensou nisso, um pouco de aventura nessa vida pacata seria ótimo.
  Não consegui aguentar, acabei estourando, me levantei e me apoiei de com força na mesa e encarei ele.
  - Olha, eu disse que não estou pensando nisso, nem em nada e se estivesse eu não colocaria vocês nessa, já basta o Matew.
E depois disso eu sai correndo para fora e só escutei Charles gritando o meu nome e depois o barulho do tapa que a Milla deu nele, e eles ficaram lá olhando eu dar o meu showzinho. Se eu realmente fosse fazer algo eu não queria colocar eles no meio era muito perigoso, mas o Charles estava certo eu ia fazer alguma coisa.
Entrei no táxi e pedi o motorista para me levar ao hospital e mandei um SMS pra Milla.

‘‘Desculpa por ter deixado vocês sozinhos e sair daquele jeito, eu estava meio nervosa, vou passar no hospital para ver o Matew e depois vou pra sua casa. Pede desculpa pro Charles, diga que ele pode ficar com meu lanche e que eu vou pensar na proposta dele.’’

  Milla: ‘‘ não acredito que você vai me deixar aqui sozinha com ele, não que eu não goste dele, mas sei lá ele me assusta com esses papos de cientista louco...’’

Alguns minutos depois ela mandou outra mensagem:

 Milla: ‘‘O.K. ’’

Cheguei ao hospital, subi pro terceiro andar e na sala de espera sentado com o rosto entre as mãos estava o irmão do Matew, Kevin meu coração disparou ele era tipo muito lindo, eu o conhecia há bastante tempo, mas sempre que via ele eu ficava Pateta, me aproximei e dele.
  - Oi Kevin. – Ele deu um pulo da cadeira.
  - Maya meu Deus que susto. – Ele me deu um abraço de surpresa o que me fez ficar vermelha.
  - Desculpa... Eu não queria...
  - Tudo bem, você veio ver o Matew, né? Seu pai acabou de sair daqui ele está muito preocupado.
  - Eu sei. Mas também estou preocupada com o Matew. – Abaixei a cabeça tentando não chorar e ele me abraçou novamente encostei minha cabeça em seu peito ele era tão quente (Eu não deveria estar pensando nisso em um hospital, é eu sei).
  - Fique calma vai ficar tudo bem. Quer entrar lá? – Balancei a cabeça negando. – O.K.
  - Eu só quero saber como ele está. – Falei me afastando. – se teve alguma melhora.
  - Não. Ele continua na mesma, nem melhora, nem piora a pancada foi muito forte, você sabe foi pior que antas só um milagre para salvar ele.
  Assenti com a cabeça e me sentei, ele se sentou do meu lado e ficamos lá sem dizer nada.

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