Meu nome é Lilian Lindsay tenho 17 anos. Meus amigos só me chamam pelo sobrenome, acham ele mais legal... amigos... Como se eu tivesse algum de verdade nesse lugar, o meu único amigo de verdade me foi tirado aos 14 anos, Jughead, me dói tanto lembrar daquele dia, eu nem pude me despedir dele.
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4 ANOS ATRÁSEu estava sentada na varanda de casa, ansiosa pela visita do Jughead. Ele vinha todos os dias brincar comigo enquanto meu pai estava fora de casa. O meu pai era de um grupo de motoqueiros chamados de serpentes, liderado pelo FP, pai do Jug. Eu nunca soube bem que tipo de serviço meu pai fazia pra ele, só sei que foi graças a amizade deles que eu conheci o magricelo do Jughead.
- Filha o que você está fazendo aí?, vem pra dentro que seu pai já deve está perto de chegar e não vai gostar de ver você aí fora. - Disse minha mãe se aproximando.
- Tudo bem, mãezinha, estou esperando o Jug. Ele nunca se atrasou, não entendo a demora dele. - disse com um tom de tristeza na voz.
- Ele deve estar ocupado com algo princesa. – Disse minha mãe acariciando meus cabelos. - Mas agora a senhorita pode ir entrando senão vai se resfriar, vamos, vamos.
Alguns minutos depois meu pai chegou, completamente alterado, ele tinha bebido com certeza. Eu já conhecia esse estado dele, cresci vendo ele assim, batendo na minha mãe e em mim.
- CADÊ A DROGA DO ALMOÇO. - Gritou completamente alterado, com aquele olhar furioso que visitava meus pesadelos todas as noites.
- Calma querido, está quase pronto. - Respondeu a minha mãe tentando ser amorosa, mas eu sentia o medo por trás da voz dela.
- VOCÊ É UMA VACA, NÃO SERVE NEM PARA PREPARAR UM ALMOÇO NA HORA CERTA! - Exclamou ele levantando a mão para bater nela, antes que ele pudesse tocar na minha mãe eu peguei a minha sandália e joguei em cima dele sem pensar em nada. Estava exausta de ver minha mãe apanhar, preferia que ele me batesse, do que vê-lo machuca-la
- SUA VADIAZINHA, QUEM VOCÊ PENSA QUE É? EU SOU SEU PAI, VOU TE ENSINAR A ME RESPEITAR. - Antes que eu pudesse correr senti o tapa forte em meu rosto, senti o peso do meu corpo ir ao chão no mesmo instante, ouvi a minha mãe gritar para aquele homem se afastar de mim. Eu não via nada, me encolhi no chão com os olhos fechados esparando a dor passar, aqueles gritos cessarem, queria que TUDO acabasse, até que todos aqueles gritos pararam em um segundo. Fiquei sem entender e sem coragem de abrir meus olhos, até que sentir as mãos macias da minha mãe me sacudir.
- Filha, filha levanta. Corra para o seu quarto e pegue o máximo de roupas suas que conseguir. – A voz dela estava apreensiva e eu ainda não tinha entendido nada, até me levantar e ver o meu pai caido no chão e ao lado da sua cabeça cactos de vidro, de uma garrafa que ficava em cima da mesa, ele estava vivo, da pra ver os seus pulmões enchendo e soltando ar.
- FILHA, VAI!- Sai dos meus pensamentos ao ouvi minha mãe gritar, corri para meu quarto e peguei o máximo que consegui. Corri para fora da minha casa, mamãe estava jogando algumas coisas dentro da caminhonete. Assim que me viu aproximar do carro, abriu a porta e sem olhar-me nos olhos, mandou entrar. Não sabia o que pensar apenas entrei, ela entrou do lado do motorista, colocou a chave.
- Mãe - chamei e não obtive resposta. - MÃE! - sem resposta, só vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto, e então ela olhou pra mim e disse:
- É para nosso bem filha, é para o seu bem. - então, ela deu partida, e a nossa casa foi ficando para trás e meu coração começou a doer. Foi ali que cresci, apesar de todas as coisas ruins, teve coisas boas também, uma coisa boa...Jug....Uma lágrima escorreu pelo meu rosto dando sequência as outras.
⌛⏳
No final do dia, eu e minha mãe chegamos em uma pequena cidade que tinha poucas casas, mas no centro da cidade havia um grande prédio que se destacava. Quando nos aproximamos mais eu pude ler o nome da faixada “INTERNADO IMPERIAL”, meu coração apertou naquele momento eu olhei para minha mãe e ela estava com a cabeça baixa.
- Mamãe, não, por favor. - comecei a implorar já com uma voz embaraçada.
- Meu amor, escuta, é a melhor opção. Eu não tenho dinheiro, vou ter que voltar, eu apenas tinha que te tirar de lá, Lindsay. Você é uma boa menina, não merece a vida que estava tendo, eu irei juntar um dinheiro e quando tiver oportunidade vou voltar pra te buscar para irmos pra bem longe daqui, prometo. – Disse me abraçando, me doía tanto, não queria ficar ali mas sabia que ela estava fazendo aquilo pro meu bem.
- Eu te amo, mãe. - disse entre o choro.
- Eu te amo, minha pequenina - disse ela, depositando um beijo em minha testa. Desci do carro e fiquei ali, olhando para aquele grande prédio, me dava medo mas era meu novo lar. Não vi minha mãe partir. Ela pediu pra que eu não olhasse para trás, para não ver o carro sair, porque iria doer mais e eu preciso ser forte, por mim, pela minha mãe, eu preciso ser.
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E cá estou eu, 4 anos depois, esperando a minha mãe. Ela me liga duas vezes em cada ano, uma no meu aniversário e outra no Natal. Toda vez que eu perguntava quando poderia voltar ela fugia do assunto até que parei de insistir, também não me dava notícias do meu pai, não sei o que aconteceu com eles, muito menos com Jug – Ai que saudade daquele magricelo, como será que ele está? Como sera que a cidade está? – a vida aqui no internato é um saco, no começo me mantive na linha, só que sinceramente depois de um ano não deu, as vezes é preciso fugir para não enlouquecer neste lugar. Dei um pouco de dor de cabeça para as freiras, mas sei que elas me amam ou não? – acontece que meu aniversário esta próximo. Logo logo vou ter 18 anos e ninguém, ninguém mesmo vai poder segurar Lilian Lindsay neste lugar, nem mesmo a minha mãezinha que por algum motivo me esqueceu nesta prisão!
Riverdale me aguarde, pois eu estou chegando!
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Simply Happens - RIVERDALE ( Jughead / Cole Sprouse )
FanficLilian Lindsay teve uma infância difícil, a sua única alegria era o amor de sua mãe e a amizade do pequeno Jughead, mais em um dia terrivel tudo isso tirado de você. 4 anos depois ela está decidida a voltar para sua antiga cidade, Riverdale mal ela...