1* Capítulo - Fruto Proibido

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Uma mulher loira e viúva chamada Mali, e seus seis filhos, eram camponeses pobres e viviam em uma casa na parte mais escura do Reino Lux Urbe. Onde apenas habitavam mendigos e sem tetos.
Em uma manhã, a mulher foi para as ruas como de costume para implorar por algumas moedas. No fim do dia, quando já havia acabado seu tempo de ficar nas ruas, ela optou por esperar mais um pouco pois não havia recebido nada ainda. Então passou um homem alto, branco, com cabelos tão escuros que não se via onde acabava. Olhou para a mulher dos pés a cabeça, e com um olhar arrepiante deu a ela uma carta branca e pequena junto com 9 moedas pequenas de Prata e 7 pequenas de bronze. A quantia mais alta que a mulher já recebera de um indivíduo. Ela perguntou: -Quem és tu, que não me conheces e me dá tal quantia?
-Eu a conheço há mais tempo do que imagina- Ele respondeu, e logo virou-se e foi embora.
Ao anoitecer a mulher voltou para sua casa assustada, e resolveu ler a carta.
Mali, após ler o que havia escrito na carta entrou em desespero e decidiu que apenas esperaria amanhecer para procurar ajuda.

Após amanhecer, Mali pega o que lhe foi dado, e sai em busca de ajuda.
A mulher desesperada avista uma pequena porta, que dizia "Artigos de Bruxaria", e adentra no local. Depois de quinze minutos esperando alguém a atender, aparece uma criança que aparenta ter treze anos e diz que a bruxa está adormecendo, mas que pode ajudar caso queira comprar algo, Mali insiste que não quer comprar nada, insiste para que desperte a bruxa, diz que o que ela quer é uma consulta.
A bruxa sonolenta, chega ao local e pede para Mali se apressar pois não tinha muito tempo,  a mulher entregou os itens que recebeu, e a bruxa a olha com rosto de assustada.
A bruxa diz que a assinatura que havia na moeda eram de símbolos relacionados à magia negra, as nove moedas de prata espelhadas, estavam relacionadas a algo que ainda não havia nascido, que iria vir em prováveis nove meses, a bruxa diz que os únicos seres que conseguem espelhar moedas de prata daquele jeito são os não-vivos, elas são levadas para outro mundo aonde adquirem um espelhamento perfeito. E as sete moedas de bronze, continham um símbolo de chamas em seu centro, chamas se espalhando para as bordas, a bruxa diz que isso se relaciona à o caos. E logo diz que ela está grávida e que a criança não será mais bem-vinda após os sete anos. A bruxa diz:- A criança poderá trazer o caos... - A bruxa é interrompida.
A mulher diz que é impossível, pois seu marido faleceu fazia anos. A bruxa a olhou e repetiu devagarosamente para ser o mais compreensível possível:- O que está para nascer, não é apenas humano, livre-se disto.
A mulher de coração bom e puro, optou por ficar com a criança. Então dias depois virou-se para seus filhos e disse:-Vocês terão outro irmão e ele poderá ser quem nos tirará dessa situação! - Os filhos de Mali já sabiam o que a bruxa havia dito, nem precisaram pensar, e todos discordaram.

Um dos filhos de Mali foi à bruxa implorar por um veneno que mataria a criança. A bruxa colaborou e entregou o melhor veneno que havia no local, um feito da melhor macieira do Reino. Então ele voltou para sua casa.
Lavou suas mãos, e preparou o melhor suco que Mali já havia tomado, na intenção de abortar a criança sem que Mali soubesse.

Passou-se cinco meses e a mulher continuava bem, com a criança intacta.
Os irmãos enfurecidos pois o veneno não havia funcionado, voltaram até a bruxa, e exigiram um veneno melhor, um que funcionasse sem margens de erros, pois o anterior não havia funcionado. A bruxa olhou, e respondeu:-Um mais potente posso fazer, mas Mali precisa beber e morrer antes da criança nascer.
Os irmãos tensos em tomar a decisão logo aceitaram.

Levou tempo para que eles criassem coragem para entregar a poção à Mali. Mas quando viram que já estava no nono mês e a criança ainda estava bem, entregaram a ela. A mulher bebeu, e na hora de apunhalar ela, os irmãos ficaram passando o fardo entre si, até que nenhum resolveu fazê-lo, e decidiram viver com o possível novo e preferido filho.

Nove meses e 7 dias, a criança nasce, ele era belo, branco como a neve, seus olhos eram azuis como o mar à luz de meio dia, e seu cabelo era escuro, muito escuro. A mulher o nomeou de Mortin. E a cada ano que passava, a beleza ia se renovando.

Numa manhã, no dia de seu sétimo aniversário, saiu de casa para brincar com os coelhos de sua vizinha. Ao voltar estava com uma das orelhas de seus coelhos na mão, e sua boca, estava mais vermelha que a maçã mais bela do reino. A mulher assustada e pálida sem saber o que fazer vai recorrer às bruxas. Mali pediu para que enfeitiçassem ela e seus filhos para que lhes proteja de um mal maior. Com muita discussão, a bruxa fará o possível, aprisionará a alma dela e de seus filhos em um lugar de paz, onde ninguém ousaria destruir.

Durante uma semana em que a criança não aparecia em casa ocorreram assassinatos de mães, pais, filhos e até príncipes. A mulher corre para sua casa e chama seus filhos para irem embora. A porta abre, Mali percebia pois estavam todas as entradas de luz fechadas, e vem aquele lindo brilho do Sol invadindo a casa e logo, Mortin aparece com aparência demoníaca dizendo:-"O que foi mamãe?". A mulher corre desesperadamente quando vê o corpo de seus outros seis filhos mortos em uma macieira, Mortin escuta o grito de sua mãe dizendo:- Sua besta! Você não deveria ter nascido! Será que não enxerga o que está fazendo?! - Mortin inclina a cabeça com um olhar maníaco e diz:-"Eu sinto muito... Mas agora é a sua vez..."
Mortin pula em cima de sua mãe, e com breves e rápidos socos e mordidas, a mata. E com o passar dos anos, Mortin é reconhecido como A Sombra Do Caos.
Em cima do local onde a mulher foi enterrada, nasce a mais bela das macieiras, com apenas seis frutos. Todos os dias A Sombra do Caos tenta destruir a bela macieira pela sua interpretação duvidosa sobre a história da árvore.

Numa manhã de Domingo sombria e chuvosa, Mortin amarrou uma corda em seu pescoço e de cima de um estabelecimento público, saltou, assim morrendo com a queda e cometendo suicídio. Achou que poderia ficar em paz, mas a carta dizia "Eu consagro a criança o dono do caos na Terra", assim nasce o sétimo fruto na árvore, o mais belo, o mais cruel e o mais maligno.

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Fruto Da Árvore ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora