[Algumas horas depois] [Maria Point Of View]
-Vamos Maria, precisamos comer. –Chama o ouriço negro em minha frente.
Estava sentada em minha cama, recebi as informações pela Amy e sei que fui o motivo de todos esses ferimentos que meus amigos têm, de toda essa confusão, da quase morte da rosada. Me sinto culpada por tudo isso, seria eu uma boa rainha? Me acho tão... tão... tão frágil perante as adversidades que não consigo reagir a nada... nada! Eu me odeio por isso. Não sei se conseguirei aguentar todo o fardo e responsabilidade que terei de carregar.
-Shadow, por favor me dê um tempo.
-Maria... –Suspirava derrotado. –Se mudar de ideia me avise. –E saiu do quarto.
Cai sobre o colchão e fiz o que melhor poderia fazer naquele exato momento: pensar. Pensei se Mike pudesse atacar novamente afim de enfraquecer ainda mais nossas defesas. Reforços? Não... não chegariam a tempo. Precisamos de pessoas para se armarem... mas, e se?
Sai do quarto correndo, abri a porta e fui direto ao local onde precisava estar de imediato.
-Tails! Preciso de sua ajuda urgente! –Abri a porta subitamente.
No momento de correria, não vi que Tails e Cream estavam um pouco "próximos" demais. Suas faces se avermelharam ao me ver no quarto naquele momento tão íntimo.
-Estou atrapalhando?
-Não, o que foi Maria? –Falou a raposa saindo de perto de Cream.
-Eu tive uma ideia, uma ideia brilhante, mas não conseguirei realiza-la sozinha. Pode me ajudar? –Sorri carinhosamente enquanto ele coçava o queixo.
-O que pretende?
[Shadow Point Of View]
-Então cobalto, já se recuperou? –Dizia depois de engolir um pedaço de frango.
-Não completamente, meu senhor, mas estou melhor do que antes.
Estávamos na sala de jantar, estava na cabeceira da mesa enquanto ele à minha direita. Só havia a nossa presença no presente momento.
-Já basta de usar aquela espada não? Ela causa mais prejuízo do que benefício.
-Talvez, mas nunca se sabe se precisarei dela. Além do mais, ela está presa comigo.
-Não entendi. –Falei sem o olhar, fixando minha visão na porta, à espera de alguém.
-Seguinte... –Foi interrompido pela porta sendo aberta.
-Por que eu sabia que você viria?
-Shadow preciso de sua ajuda e sua permissão. –Falava a loira pondo as mãos na mesa. -Preciso armar o castelo. –Arqueei a sobrancelha.
[Algumas horas depois]
-Tem certeza de que isso vai funcionar?
-Absoluta. Nunca viram isso, vão se assustar e não saberão o que fazer. –Dizia orgulhosa a ouriça ao nosso lado.
-Certo... bestas automáticas... óleo engatilhado e canhões atrás das portas. –Coçava o queixo afim de analisar as armadilhas e mecanismo criados de última hora. –Nada mal loira.
-Agora só esperamos...
[Knuckles Point Of View]
Minha visão era turva, conseguia ver o teto de algum lugar, comecei a levantar meu tronco quando senti algo doendo, o meu braço... agora eu lembro. Olhei ao meu redor e vi que era meu quarto, minha cama e ao lado meu humilde violão, o guarda-roupas velho e meu cabide de carvalho.
-Tanto tempo e confusão que não me deixam me divertir. –Pegava o violão, já posicionava os dedos no braço do instrumento.
Comecei a tocar, sem me importar com se alguém visse ou ouvisse. Toda aquela dor do braço se esvaia ao longo que eu seguia a melodia. Fechei meus olhos, a brisa da janela batia em meu peito, conseguia sentir a luz da lua pelas pálpebras e ouvia detalhadamente a vibração das cordas.
Quando terminei coloquei o objeto em seu lugar e me deitei com tudo, quando senti algo que era duro demais para ser uma almofada, então que eu vejo Rouge. Minha cabeça em seu colo e ela olhava para mim tanto quanto impressionada.
-Não sabia que você sabia tocar desse jeito Knucky.
-Todos temos nossas surpresas, o que faz aqui?
-Ah nada, só vendo se você iria acordar ou morrer pra sempre me deixando sozinha nesse mundo escuro e frio. –Dizia ela fazendo uma pose dramática.
-Ah, deixe disso. Você sabe que eu nunca te deixaria.
Dito isso ela chegou perto e colocou seu nariz contra o meu, me fixando com suas orbes que penetravam na última instancia de meus ser.
-Prove. –Falou com um sorriso desafiador.
-Quer mesmo isso?
Ela apenas acenou positivo com a cabeça. Me pus e ficar a seu lado, deitei seu rosto em meu peito e comecei a alisar sua cintura e costas.
-Então... como tem sido esses seus dias? –Ela perguntava.
-Tu já sabes minha cara, apenas hoje que mudou, agora terei que parar de carregar alguns móveis pesados para o mestre. E pensar que eu sou um completo inútil nesse estado.
-Não diga isso idiota. Você é super útil, me salvou a vida anos atrás, quase derrotou aquele encapuzado e é uma peça fundamental para essa espelunca funcionar. –Falou deitando em cima de mim, me olhando séria.
-Mas Rouge...
-Mas nada! Pare de se subestimar! Idiota! Knucklehead! –Repreendia.
Me calei, ela estava certa. Apesar de meu estado eu era parte do todo e tinha de cumpri-lo, e sobre meu comportamento ela também não está equivocada. Eu me depredo demais, não consigo ver meu próprio valor dentro de um grupo. Me ponho sempre abaixo dos outros.
-Ei, não fique assim... –Rouge puxa meu queixo com sua mão delicada e macia. –Você pode ser o maior idiota do mundo, mas é o MEU idiota!
-Obrigada pelo elogio.
-Ah, não seja tão chato. Me dá um sorriso.
Assim o fiz.
-Melhorou? –Me beijou rapidamente.
-Um pouco. -Respondi corado.
Ela continuava olhando dentro de minha alma, procurando algo.
-Knuckles, se houver uma próxima batalha, que provavelmente vai ter. Por favor, não se arrisque.
-Por que?
Rouge olhava agora para baixo, analisando minha pergunta. Um simples "Por que" e ela ficou desse jeito. Alguns segundos se passaram, ela voltou a fixar em mim e começou a falar.
-Knucky, pode não parecer, mas eu te amo muito, muito mesmo e... –Já conseguia ouvir sua voz falhando e seus olhos lacrimejarem. –E não suportaria de te perder. Quando você tomou aquele tiro, meu coração doeu, por favor, não me faça ter essa dor novamente. Eu te amo Knuckles. Quando você caiu sagrando eu fiquei sem chão e minha cabeça começava a girar, a única coisa que consegui fazer foi ir ao seu encontro te socorrer. Agora, por favor, fique ao meu lado, não morra... Você sabe o que é o amor? É um sentimento que não consigo nem explicar para sua cabeça. É um campo de guerra!
-Rouge...
-O que?! –Ela estava indignada, eu a conheço, esse discurso todo e nem tenho palavras.
-Me desculpe, fui tolo em pensar que conseguiria derrotar alguém armado de mãos nuas.
-Agora já é tarde para isso... –Ela olhou para a lua e logo depois para mim, saindo de cima de meu peito. –E tarde para você, está ferido, vá dormir.
E se deitou ao meu lado. Ela iria aproveitar, haveria uma batalha amanhã e seria uma noite de despedidas.
Olhei para ela, de costas para mim, juntei nossos corpos e senti seu aroma e coloquei minhas mãos em sua cintura, beijei sua nuca e finalmente sussurrei em seu ouvido.
-Eu também te amo Rouge. Boa noite.
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A Flor e A Sombra - Segundo Arco
FanfictionMobius, 1786. Maria depois de acordar se encontra em um lugar desconhdcido. Lá dentro vai conhecer pessoas que mudarão sua vida, ou apenas uma que mudará ela toda. Continuação de O Espadachim de Vento, fatos não explicados serão expostos nessa. [Kn...