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POV Chaeyoung


Ela acordou. Meu coração saltou fortemente ao processar tais palavras. Foram quase dois meses de angústia, senti tanto medo, tanta dor, mas enfim aqueles sentimentos ruins se dissiparam, e em meu peito uma alegria insana se tornava mais forte à cada passo que eu dava em direção ao quarto que ela estava, carregando em mãos as flores quais eu havia trazido mesmo sem saber sobre a notícia qual trouxe alegria e esperança ao meu ser novamente. A vida me devolveu ela.

Girei a maçaneta da porta lentamente, a ansiedade tomava meus batimentos cardíacos, assim como a primeira vez que ela me chamou para sair, a emoção qual eu sentia era surreal, eu não saberia expressar, eu mal sabia como agir, apenas sentia uma imensa necessidade de ver o brilho de seus lindos olhos castanhos pairando em minha direção mais uma vez, me preenchendo com sua luz.

Visualizei ela deitada, fitando a luz que adentrava o quarto pela janela pouco aberta, meu corpo tremeu, assim como meus passos até sua cama. Apoiei as flores sobre o criado mudo, quase não contendo minha vontade de gritar e de agarrá-la, mas me controlei, sabia que ela ainda estava muito frágil e seu corpo ainda necessitava do aparelho para respirar, e se sustentar. Mordi meu lábio inferior ao sentir meus olhos marejarem. Ela me olhou.

- Eu senti tanto a sua falta. - Disparei ao sentir seu olhar dócil em minha direção. O choro me escapou, soluços, tampei meus lábios com minhas mãos tentando conter o sorriso em meio às lágrimas. Eu estava como uma boba à admirá-la.

- Sinto muito. - Disse baixinho, quase inaudível. Seu semblante se tornou tão decepcionado. Me sentei na beirinha de sua cama, segurei delicadamente uma de suas mãos enquanto encarava seus olhos.

- Não se culpe, por favor. - Sorri, não havia motivos para esconder o quão feliz eu estava. Talvez fosse um sentimento muito além da felicidade. - Apenas prometa que não vai me deixar novamente. - Foi como uma súplica. Meu peito se aqueceu com aquele doce sorriso que moldou seus lábios.

- Eu prometo. - Disse baixinho, um pouco confusa, eu diria. Senti uma quase incontrolável vontade de beijá-la. Só não a beijei. Pois suas palavras me deixaram sem reação. - Perdoe meu estado, me explicaram apenas algumas coisas que eu mal me lembro. Mas me diga, quem é você? - E nesse momento, nem eu mesma soube quem eu era. Apenas um grande desespero se fez presente, mas ainda sim, soube sorrir após respirar fundo, e lhe dizer:

- Alguém que nunca desistiu de você.


●●●


- Eu realmente não sei o que fazer. - Murmurei em frustração para a amiga de Jennie, que também havia se tornado muito íntima de mim ao longo dos anos. Estávamos sentadas na sala de espera daquele hospital, eu tentava lhe explicar a situação sem nem eu mesma ao certo entender.

- Você não contou à ela sobre vocês? - Irene indagou preocupada, ansiosa. Sua mão buscou a minha.

- Como contar? Você sabe, assim como ela foi a primeira mulher para mim, eu também fui sua primeira. Aliás, o médico não contou o grau de sua amnésia, minha ansiedade para vê-la foi tanta que eu não o deixei falar, apenas fui pega de surpresa. - Suspirei. - Tenho medo de contar à ela o que somos e ela acabar por se sentir pressionada pela situação, eu pensei que iria perdê-la.

- Ei! - Irene apertou minha mão, me fazendo firmar nossos olhares. - Você não irá perdê-la, okay? - Sorriu, sutilmente. - Você está certa, vamos com calma, tempo ao tempo, acredito que ela irá se lembrando de tudo aos poucos. - Concluiu confiante. Assenti com um sorriso mais calmo, minha amiga provavelmente estaria certa, quem sabe.

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