Everlasting

Me provoque

Pov Chaeyoung 

Mais alguns dias e então faria dois meses que Jennie havia tido alta, que ela havia sido finalmente liberada para recomeçar sua vida. Se antes eu já me sentia orgulhosa pela sua recuperação, de uns dias até então eu estava mais que radiante por suas melhoras. E seu empenho tornava tudo muito especial.

Jennie continuava tendo relances de lembranças, pois era como se ela se lembrasse mas não por completo, mais precisamente ela não parecia notar se lembrar. Certo dia eu havia levado ela para jantar no restaurante qual ela me levou em nosso primeiro encontro mais formal, sua mente trabalhou por lá, e ela chegou a comentar que o ambiente lhe passava conforto, algo especial, e que por algum motivo se familiarizou com o local, fazendo meu peito se encher de alegria, pois era mais outro fato relacionado à nós e de importância para ela, mesmo que ela não notasse isso.

Faziam duas semanas que Jennie havia voltado a trabalhar, claro que não como antes pois infelizmente sua perda de memória também afetava seu conhecimento profissional, mas aos poucos ela estava se adequando, fazia parte de seu costume, ela sempre teve contato com os demais exercícios e voltar à interagir, se exercitar, lhe fazia um grande bem.

Sobre nossa relação, estávamos realmente nos aproximando mais a cada dia, certas intimidades foram renascendo, mas não íntimas demais, apenas o normal entre duas amigas. O carinho de Jennie se tornava aos poucos mais evidente, e eu, me deixava ser afetada pelo seu jeito, pela sua aproximação calma. Ao mesmo tempo que era torturante, era gostoso ver seu receio, a confusão que pairava em seus olhos em certos momentos, seu olhar profundo tentou me desvendar por várias vezes, mas creio que para ela era difícil obter uma resposta, seja lá qual for a que ela procurava.

O importante a ressaltar era que estávamos vivendo uma nova fase em nossa vida. Uma fase de superação, quem sabe um teste para as nossas emoções e nossos corações. Era de fato um recomeço, uma segunda chance, estávamos lidando bem com isso, até então, para o alívio contínuo de meu coração.

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Após mais um dia cansativo, devido à rotina do meu trabalho, finalmente cheguei em nosso apartamento. Soltei um suspiro aliviado ao adentrá-lo e rumei para o meu quarto, minhas pernas doíam, aquela roupa colada em meu corpo estava a me matar. Faltavam poucos passos para alcançar o cômodo, já pude sentir o cheiro natural de Jennie se fazer presente, sorri, sabendo que encontraria a morena por ali, afinal, ela saía mais cedo da academia do que eu costumava a ser liberada da revista para qual eu trabalhava.

Silenciosamente me escorei na porta, para minha surpresa vi a morena frente ao espelho posto na parede, porém, a parte de cima de seu corpo estava coberto apenas por seu top preto em contraste com sua calça cinza, seus cabelos presos, me permitindo uma linda visão de seu perfil, parte de suas costas. Céus, era tentação demais observar aquele corpo tão maravilhosamente esculpido à minha frente, ainda levemente suado. Era de perder o fôlego. 

Jennie estava concentrada em passar as mãos por certos pontos de seu corpo, fazendo um calor repentino me tornar, não entendi de imediato o que ela estava fazendo, mas após um tempo lhe observando e quase arrancando minhas roupas de uma vez, percebi, assim que ela passou sua mão por seu ombro direito, que ela estava tateando as cicatrizes de seu corpo.

- Jennie. – A chamei num tom baixo, a fim de não assustá-la, e consegui. Ela me olhou um pouco surpresa, mas ainda sim tranquila. 

- Rosie. – Esboçou um leve sorriso e voltou a fitar seu ombro pelo reflexo no espelho. 

- Como está? – Indaguei ao deixar minha bolsa sobre a cama e me aproximei mais da morena.

- Estou bem, apenas com um pouco de dor. – Se virou de frente para mim, ficando então de costas para o espelho. - E você, como está?