XXIII - O CONTRATEMPO

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Dois olhos muito arregalados e sobrancelhas arqueadas me assustaram em um pulo quando acordei.

­­– Uou, que susto!

– Ah, você está me comendo viva e você quem assusta Jeremiah! – Eu ria olhando a cara engraçada de um elfo assustado.

– Fredo me pediu para ver como você estava.

– Acho que ele já sabe. – Acenei para trás de seus ombros baixos. – Olá Fredo.

– Olá menina Gabe, antes que comece a falar sem parar preciso que tome este chá e lhe prometo que é o último que vai precisar.

Eu virei de uma vez a cumbuca na boca porque a aparência já não era agradável.. e assim se fez igual o gosto.

– Pelos deuses, tenho certeza que é o último que vou querer também. – Exclamei enquanto me vestia com as melhores caretas de ânsia.

Eles riram bastante de mim.

– Preciso que saiam para eu tirar essa roupa estranha. – Eu disse me olhando vestida em uma túnica de cor verde sem divisórias em meus membros, apenas uma capa.

Quando sai, todos vieram me cumprimentar e abraçar, aparentemente felizes demais por minha recuperação. Ao fundo Salvator se aproximava em passos lentos e pesados de um grande viking.

– Menina Gabe, fico feliz em ver seu sorriso novamente . – Se aproximou colocando a mão em minha cabeça levemente. Podemos conversar?

– Mas é claro óh grande homem! – Eu ri enquanto caminhava ao seu lado até uma das mesas.

– Gabe, não sei do que se lembra sobre o que houve, mas você foi corajosa demais fazendo o que fez. A atitude de enfrentar um mago é apenas para outro mago, mas você mostrou que a diferença está na coragem e não capacidade.

– Me lembro de tudo. – Respondi. – Porém, sabemos que eu teria me dado mal se não fosse a presença de Fredo. Eu vi aqueles olhos negros com tanto ódio se aproximando de mim.

– Ainda assim, fez um trabalho digno de uma criatura fantástica e não de um humano qualquer. Estou me referindo a sua coragem e não ao resultado. – Ele esboçou um sorriso curto tirando o chapéu da cabeça e continuou. – Mas eu quero também te pedir perdão por ter a colocado junto com Lola nessa enrascada.

– Pare! Não diga bobeira Salvator. Nós nunca estamos em enrascada quando estamos com os amigos e fazemos algo por eles. Tenho aprendido isso na prática desde que decidi sair de casa com os meus.

– Você é especial menina valente. Mas seu trabalho com o tronco foi essencial, o druida teria fugido antes mesmo de tentarmos algo contra ele, porém o temos por preso agora e o lado negro perde um aliado bem forte.

Ele estende sua enorme mão com os punhos cerrados para mim e eu complemento com o mesmo movimento em um leve toque.

– Qual o próximo passo dessa jornada então? – Eu pergunto enquanto risco o chão com meu dedo.

– Bom, a última saída dos rapazes nos trouxeram mais alguns homens e conseguiram mais alguns aliados, um número considerável. – Ele me respondeu com um olhar bastante confiante.

– Mas onde estão todos estes homens? – pergunto.

– Os primitivos não são muito sociáveis, já têm combatido o mal onde moram mesmo, e aliás não moram, eles migram constantemente. Se recusaram vir, mas só esperam nosso sinal para o ataque.

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⏰ Última atualização: Jul 09, 2017 ⏰

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