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AMERICA:

O sol que passava pela frestinha da cortina invadindo o quarto e iluminava o ambiente, a primeira coisa que percebi foram as malas colocadas no canto do quarto.
Levantei e como não vi as minhas criadas, resolvi fazer minhas higienes sozinha. Não que eu precisasse delas para isso, mas eu acabei me acostumando um pouco.
Resolvi colocar meu vestido cor creme, que ia até os joelhos e alças finas, confortável suficiente para esse tipo de viajem que eu faria com Adam.
Olhei no relógio e vi que ainda estava cedo, isso explicava o fato de minhas criadas ainda não terem chegado.
Sei que a biblioteca estaria disponível e assim eu não atrapalharia ninguém.
Saí do meu quarto e fui em direção a escadaria dobrando o corredor, ouvi vozes do outro lado e só por curiosidade fiquei quieta por um momento para conseguir ouvir.
—.......resolva....temos........decida....
Foram as únicas palavras que eu entendi, ou pelo menos acho que entendi. A voz me parecia familiar.....não tenho certeza.
Mas acabei não dando atenção e resolvi continuar meu caminho para a biblioteca.

Era enorme, tinha dois andares, cheias de prateleiras lotadas de livros, a maioria em italiano, obviamente, mas alguns eram em inglês e eu poderia desfruta-los até o café da manhã.
Andei, andei e andei, por algum motivo nenhum deles me chamou a atenção.
Voltaria para meu quarto e esperaria o café da manhã ser servido mesmo.
Mas algo me impediu de passar pela porta, Kriss.
Não dei atenção e tentei passar mas ela se colocou na minha frente.
—Eu só vim me despedir. Fiquei sabendo que vai morar na Alemanha até o dia de meu casamento.- disse com um pingo de orgulho na voz, como se não quisesse nada-
Algo estava errado. Como ela sabia que eu só ficaria lá até seu casamento?! Mas não me dei ao trabalho de perguntar. Tentei passar mas novamente em vão.
— Já se despediu. Agora me deixe passar.
Falei mais ameaçadora. Não queria ter que discutir com Kriss naquele momento. Já estava farta daquela garota.
— Claro Ames.
Disse com a voz falsa. Ela me deu passagem mas fiquei até com receio de dar as costas para Kriss. Como se ela fosse tentar me apunhalar. Também fiquei curiosa para saber o porque dela estar tão simpática comigo, provavelmente porque eu iria embora e ela poderia ficar com Maxon, sem minha presença.
Andei com alguns passos rápidos querendo sair de sua vista, ela soltou uma gargalhada baixa da qual não entendi o porque e retribuí com um último olhar.

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O café da manhã já havia passado e já estávamos na sobremesa, sorvete de pistache. Como eu era cinco nunca tive a chance de provar, e eu estava me acabando naquele sorvete.
Até Cel reparou e me lançou uma risadinha da qual retribui.
Depois do almoço iríamos para a Alemanha e eu estava ansiosa, afinal eu sempre tive vontade de sair pelo mundo viajando, meu pai dizia que esse era o sonho dele, sair viajando por aí, pena que eu era pequena e não entendia muito bem na época.
Senti uma pontada atingir meu coração ao lembrar dele, senti lágrimas chegando, mas eu tinha que parecer forte. Como uma princesa.
Adam me chamou com um sinal com a cabeça e me pediu apenas mexendo os lábios para que eu me retirasse da mesa junto com ele.
Obedeci e o segui até os jardins.
— Adam?-chamei- Tem alguma coisa errada?
Ele se virou para mim com um sorriso e  se aproximou do meu corpo passando seus braços pela minha cintura.
— Não é nada demais. Eu só queria te perguntar se você tem certeza.
— Do quê?
— Se quer mesmo vir para a Alemanha....
Revirei os olhos em tom de ironia, mas os olhos de Adam provavam o contrário. Ele estava sério.
— Claro que tenho! Mas que pergunta mais besta....
Ele ficou meio sem jeito e deu de ombros.
— É só para eu saber se não quer mudar de ideia.
Mostrei um sorrisinho e apoiei minha cabeça em seu ombro.
— Não se preocupe, vai ser tudo fantástico como deve ser.
Ele sorriu deixando seus olhos sérios para o lada e apoiou seu queixo em minha cabeça, isso bastou para que eu me derretesse em seus braços.

Eu já estava em meu quarto me preparando para partir junto com minhas malas e meu coração.
Minhas criadas estavam andando para lá e para cá arrumando o quarto como puderem.
Chamei elas com educação que deixaram tudo que estavam fazendo para atender ao meu pedido.
—Eu..... vou embora como vocês sabem, é eu queria me despedir.
Elas sempre foram muito quietinhas e nós quase não nos falávamos, mas dessa vez ao invés de eu ir até elas e dar um abraço nelas, elas que o fizerem.
Me abraçaram e eu estranhei um pouco mas retribuí satisfeita.
— Nunca tivemos uma dama tão humilde quanto você senhorita.
Disse Nely me fazendo quase derrubar lágrimas.
— Sentiremos sua falta.
Foi a vez de Tiffany e eu as abracei um pouco mais forte. Me lembrei de Lucy nesse momento, Nelly era muito parecida com Lucy.

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Peguei minhas malas e levei até o andar de baixo onde Adam e seus pais estavam, assim como Nick, Cel e Daph, e é claro a família de Illéa.
Parei na grande escadaria para tomar fôlego e já vi os olhos caídos sobre mim. Especialmente Adam e Maxon.
O motorista apareceu e pegou minhas malas eu comecei a descer as escadas.
— Pronta?
Pergunta Adam me dando um beijinho em minha bochecha, Maxon cerrou os punhos, ignorei, fiz que sim com a cabeça e fui até as meninas.
— Obrigada Nick. Por tudo.
— Imagina. Você é sempre bem vinda aqui.
Abracei seus pais e Cel que me abraçou com força.
— Vê se dá uns pega no Adam, viu?
— Cel!!
Dei uma bronca em seu ouvido e ela riu.
Depois Daph, não tínhamos tanta intimidade assim, então nossa despedida foi mais rápida. Agora Illéa.
Fiz uma reverência para eles e vi nos olhos de Kriss que ela gostava de me ver aos seus pés. E Maxon apenas me encarava desapontado.
— Deixe disso querida!
Amberly veio até mim e me abraçou. O rei Clarkson com certeza não gostou nem um pouco disso, mas também não reagiu.
— Até a próxima Amberly.
— Até.
Não olhei para Maxon. Não tive coragem, andei até a família de Adam que me olhavam esperançosos, acho que minha presença não era indesejada. Que bom.
Olhei para trás e a cena do final da seleção se repetiu, a diferença é que Maxon não estava pedindo perdão e sim um olhar de raiva, engoli um seco.
Fui em direção ao carro, e em quanto entrava sentia que a partir dali minha vida iria mudar totalmente.

Um final diferente (a seleção)Onde histórias criam vida. Descubra agora