Um final diferente (a seleção)

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AMERICA:

O escritório era pequeno, havia duas poltronas na frente da grande mesa marrom escura que devia ser o lugar do rei Clarkson, mas não entendo por que uma mesa de trabalho se ele nem está em seu próprio país. Me voltei para Amberly, que soltou um suspiro.
—Bom, quero que saiba que Adam talvez tenha feito coisas ruins no passado, mas pode ser que os sentimentos dele por você sejam verdadeiros.
Assenti. E ela começou:
— Adam conheceu uma menina alguns anos atrás, seu nome era Louisa, ela era uma criada no palácio alemão, muito bonita aliás. Eles namoraram por um tempo, e diziam que seriam os próximos rei e rainha da Alemanha. Até aí tudo bem. Mas Adam descobriu que ela tinha um amante, provavelmente um guarda, eles brigaram, passou um tempo e Louisa foi encontrada morta em seu quarto. Concluíram que foi assassinato, a jovem tinha marcas de agressão no corpo todo...... pobre moça, tão jovem....
Fiquei chocada. Adam nunca me falou sobre nenhuma Louisa. E se ele tivesse assassinado essa tal de Loisa?
— Mas isso não quer dizer que Adam a matou.
Ela me olhou nos olhos.
— Não, não mesmo. Mas e se ele a matou America? Tudo indica que foi ele. Ele foi acusado de assassinato, mas é claro, ele é príncipe, seus pais jamais o deixariam ir preso.
—Amberly, obrigada. Por ter sido sincera comigo.
— Disponha querida. Mas prometa que vai falar com ele sobre isso.
— Eu prometo. Obrigada de novo.
Ela se levantou e abriu a porta do escritório para mim, e depois a do quarto.
Lancei um último olhar para Maxon e Kriss para depois sair.
Eu tinha que procurar Adam, falar com ele e perguntar por que nunca me falou sobre essa menina. Achei que não haviam segredos entre nós.
Fui em direção ao seu quarto ali perto, bati de leve na porta na esperança de que ele já estivesse lá. A porta se abriu.
— America! Já tem uma resposta?
— Pelo contrário, você que vai me responder.
Fiz uma expressão séria. Não estava brava, mas queria a verdade, só isso.
— Entre.
Ele também ficou sério. Não queria que ele sofresse.
— Adam, precisamos conversar.
—Sobre?
Fiquei com as mãos trêmulas.
— Não vou te dizer como consegui essas informações. Mas quero saber a verdade. E você precisa cooperar. Ok?
—Ok.
Fiz uma pausa.
— Por que nunca me contou sobre Louisa?
Ele ficou pálido. Acho que eu não deveria ter sido tão direta. Ele sentou na cama e eu me sentei ao seu lado. Balançando a cabeça ele começou:
— America, Louisa é passado.
— Mas dizem que você a matou.....e....
—EU NÃO A MATEI!!!
Ele gritou  se levantando e eu recuei um pouco assustada, não esperava essa reviravolta de sua parte.
— Eu só quero saber a verdade Adam.
Ele respirou fundo e se sentou novamente. Dessa vez com os olhos cravados nos meus.
— É verdade, eu a amei muito, mais do que tudo nesse mundo. Mas ela me trocou por um ninguém. E depois alguém a matou. Eu fui culpado. MAS NÃO É VERDADE!!
— Eu sei que você não faria algo assim.
Ele levantou e se ajoelhou na minha frente, segurou meu rosto com as duas mãos.
— America, você confia em mim?
Perguntou com os olhos lacrimejando.
Sim eu confiava, Adam se tornou meu Porto Seguro. Ele não faria mal para ninguém. Sei que posso confiar nele.
— Eu confio.
— Obrigado America. De verdade.
Foram suas palavras, para logo depois me obrigar a levantar, e me ergueu no ar. Ele girava comigo em seus braços enquanto eu soltava gritinhos e risadas com seu ato.
— E você vai vir para a Alemanha? Não vai?
— Claro que vou!
Ele me colocou no chão e me beijou delicadamente, um beijo sereno e verdadeiro, tudo que eu queria era ficar naquele abraço ao seu lado.
— Eu gostaria de congelar este momento. Mas tenho que ajudar meu pai em seus negócios. Nós vamos embora amanhã de tarde.
— Pode ir.
Ele me deu um selinho rápido e eu saí de seu quarto.
Eu tinha que falar com minha mãe sobre morar na Alemanha. Mas sei que ela vai entender.
Pensei em ir até meu quarto e pedir para minhas criadas trazerem o telefone sem fio, mas resolvi ir até o com fio mesmo, eu precisava pensar um pouco sozinha.
Andei até a cabine de telefone e disquei o número de minha casa, estava ansiosa.
—Alô?
— Alô. Oi mãe!
— Olá querida! Que saudades de ouvir sua voz!
— Estou com saudades também.
— E então novidades?
— Sim!! Mãe, Adam me pediu para morar na Alemanha com ele!
— Ahhhhhh amor, isso é maravilhoso!!! E o que você que respondeu?
— Que sim!! Mas queria falar com você antes. Nós vamos amanhã.
— Querida não se preocupe com nós, May está vendendo seus quadros e estamos lucrando bastante!
— Que bom mãe. Ficarei com saudades.....
— Eu sei querida.... nós te amamos muito. E seu pai estaria orgulhoso.
— Obrigada mãe. E mande abraços para May e Gerad por mim.
— Pode deixar. Beijos querida.
— Beijos. Ligarei depois.
E desliguei o telefone no gancho. Suas palavras me encheram o peito de alegria. Sei que não estavam precisando de mim lá, mas mesmo assim acho que deveria ficar e ajudar como der.
Levei a mão ao coração acelerado e derrubei algumas lágrimas.
Olhei para fora da cabine, e lá estava Maxon me encarando.
Suspirei fundo e abri a porta.
Fui em direção a escada sabendo que ele me pararia, e ele o fez. Eu não disse absolutamente nada e foi a deixa dele.
—M- me diz que ele não te pediu.
Sua voz vacilou e eu encarei-o confusa.
— Como?
— Me diz que ele não te pediu em casamento.
Revirei os olhos.
— Ele não me pediu em casamento. Pediu que eu fosse morar com ele.
— E você vai?
— Vou Maxon.
Ele balançou a cabeça inconformado.
— Não faça isso.
Por um momento estourei por dentro de raiva. Tentei manter a calma.
— Se eu não for o que você vai fazer hein? Me levar para Illéa? Fazer de mim sua esposa? Sua querida? - fiz uma pausa- Não, não vai. Você vai fazer isso com Kriss.
Ele ainda não tinha olhado nos meus olhos. Isso foi suficiente para eu ir embora.
Subi as escadas correndo e entrei em meu quarto. Não queria pensar em Maxon. Eu tinha que me concentrar em outras coisas, como Adam. Falar com as meninas..... poxa, eu tinha que despedir. E das minhas criadas também.
Sentirei saudades. Mas sei que é o melhor para mim nesse momento.