18 ⛓ Ficar

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Quando é para acontecer, acontece. Não importa o tempo, a distância ou qualquer outra coisa. Quando duas pessoas estão destinadas a ficar juntas, elas acabam encontrando o seu caminho de volta.

— Autor Desconhecido.


Clarice Rose Müller

Depois de me instalar no meu novo apartamento, eu dei início ao meu plano.

Eu teria o meu homem de volta.

É complicado, eu sei. Mas assim que eu soube que ele havia expulsado aquela lá da vida dele e que ele tinha declarado todo o seu amor por mim, minhas intenções de machucar ele foram poe água abaixo.

Porém, isso não quer dizer que eu não possa brincar com a mente dele.

"Vai estar disponível? Gostaria de um jantar amigável hoje à noite." — Eu envio.

Volto ao trabalho e deixo meu celular de lado apesar de estar ansiosa pela resposta dele. Stephen King sabia ser irritante quando queria e eu teria toda paciência do mundo.

— Olha quem voltou. — Lia diz assim que abre a porta. — Fico feliz que esteja na empresa novamente, foram longos meses sem você.

— Eu precisava de uma pausa. — Digo.

— Eu soube que o casamento da Beatrice é daqui a dois dias. — Ela senta na cadeira oposta. — Animada para reencontrar o seu amor?

— Nervosa. — Admito. — E se não for pra ser? E se ele chegar com outra pessoa no casamento?

— Você conquista ele de novo. — Ela sorri. — Vocês não podem desistir um do outro assim tão fácil.

— Nós já desistimos antes. — Eu suspiro.

Isso acontece com os melhores casais, Claire. — Ela fecha os olhos. — Vocês estão tendo uma nova chance de fazer dar certo, não desiste.

— Obrigada, eu não vou. — Sorrio. — Por que você sumiu? Tem cara novo na jogada?

— É um cara novo, ele me estressa tanto. — Ela bufa. — Acredita que ele me deixou esperando em um restaurante semana passada e simplesmente me ignora desde então.

— Você ficando plantada por um cara? Quem é ele e me diga o endereço, preciso enviar um Oscar para esse homem.

— Vá se ferrar. — Ela levanta a mão e me dá dedo. — Eu vou transar com ele e depois cair fora.

— Eu também disse isso. — Ela faz uma cara engraçada. — É hora de parar, você precisa de alguém Lia.

— Eu preciso de dinheiro. — Ela se levanta. — Happy hour depois do trabalho?

— Eu te mando mensagem. — Ela concorda e vai embora.

O dia passa rápido e eu envio um SMS avisando a ela que não vou ao tal happy hour, eu precisava da minha banheira e de uma boa dose de sono.

Meu celular vibra e eu encaro o nome de Stephen na tela.

— Me desculpa por não responder mais cedo. — Ele diz antes mesmo que eu diga "alô". — Eu me atolei em trabalho acumulado e só consegui parar agora.

— Tudo bem. — Eu tranco a porta do meu escritório e caminho até o elevador. — Eu imagino que esteja ocupado.

— Não. — Ele grita. — Sobre o jantar, eu adoraria mas tenho que ir fazer a prova do meu terno.

— Ah. — Eu entro no elevador e cumprimento alguns funcionários.

Eu posso pedir comida e te encontrar no seu apartamento depois, o que você acha?

— Por mim tudo bem. — Sorrio. — Vejo você mais tarde.

Meia hora depois, deixei as coisas em cima da bancada e fui até o quarto, eu precisava de um banho urgentemente.

Depois de limpa e cheirosa, guardei minhas coisas do trabalho, abri uma garrafa de vinho e tomei um gole longo o suficiente para me deixar preparada para reencontrar ele.

O interfone toca e assim que eu atendo, libero a entrada dele. Vou para a porta e espero ele chegar.

— Upper east side? Esse lugar não chega aos seus pés. — Ele diz assim que a porta do elevador se abre.

Ele vai chegar, tudo no seu tempo. — King me estende a mão e me puxa assim que eu a pego.

Eu amo o seu cheiro. — Ele beija o meu rosto. — Me desculpe pela demora.

— Está tudo bem. — Me afasto. — Vem, vamos entrar.

Eu mostro a casa pra ele e conversamos sobre coisas relacionadas ao meu trabalho.

— Vinho? Pensei que a gente fosse beber umas cervejas. — Ele sorri.

Que saudades que eu senti desse sorriso.

— Podemos beber os dois. — Eu pego mais uma taça e sirvo um pouco de vinho a ele. — Como vão as coisas no escritório?

— Uma confusão, algumas pessoas pegaram um caso grande e isso inclui eu. — Ele faz uma cara engraçada.

Depois de fazer os nossos pedidos, eu me sentei no tapete e ele me acompanhou.

— Eu imaginei um milhão de coisas pra dizer pra você nesse momento. — Ele diz.

E por que não diz? Nós estamos aqui.

— Porque eu não quero que pense que eu estou me aproveitando da situação. — Ele suspira.

Você... Acha que nós ainda temos salvação?

— Você é a minha garota. — Ele segura minha mão. — E por mais que eu tenha percebido isso tarde demais, eu vou lutar por você.

— Mas e se o nosso destino for ficar longe? E se não for pra ser?

— Eu não vou te deixar ir tão fácil assim, Claire. — Ele me encara. — Você não entende? Nós rodamos o mundo e voltamos para o mesmo lugar.

— Nós voltamos pra casa. — Sorrio.

É aqui onde eu quero estar, é com você. — Eu respiro fundo. — E se estar com você requer te reconquistar, eu vou adorar estar em casa.

— Você sabe o quanto eu sou difícil. — Nós rimos.

Eu estou disposto a me sacrificar por você.

— O que você fez comigo?

— O que você fez comigo? — Ele retribui a pergunta. — Eu não vejo graça em qualquer outra pessoa, eu só consigo pensar no seu sorriso ou nas suas piadas sem graças. Eu admito que tentei seguir em frente mas eu falhei miseravelmente e me arrependo disso.

— Eu acho que nós podemos começar de novo.

Ele segura o meu rosto e me beija.

— Ah, eu amo você garota, eu amo você. — Ele beija a minha testa no mesmo momento que a campainha toca. — Vamos comer e conversar mais sobre estar em casa. 

◇◇◇◇◇

Entre O Amor E O ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora