A ÚLTIMA ROSA

EXTRA: Arte da Capa

JOSUÉ
Texto dedicado para a capa deste livro.

Eu sinto a vibração das membranas espectrais entre a guerra de Jesus e Lúcifer que se instalou dentro de mim. Ambos desejando e querendo a minha alma como uma estatueta. Eu não sei para qual caminho decidir, ou quem eu deveria seguir. Uso a ciência como um exorcismo, e a minha visão se expande. Eu descubro a verdade toda vez que abro os meus livros favoritos.

Eu sou um sobrevivente de Sodoma e Gomorra da atual Gaia. Eu só sinto medo dos que pregam amor sem exercerem. Eles só sabem odiar, e eu me contamino odiando eles. E isso me corrói, e isso me destrói. Eu não quero Jesus, e muito menos o Lúcifer. Eu sigo aquilo que o meu coração manda seguir. Liberdade, apenas liberdade. Entre os justos e os fracassados. Em prol de uma ilusória liberdade.

Eu me perco nas notas musicais, pois eu não consigo expressar o que eu sinto para os meus semelhantes. E não existem quem me compreenda, pois eu sou uma arte abstrata incompreensível. Entre os anjos e os demônios eu fico em cima do muro observando entristecido quem ganha mais almas. Isso não parece espontâneo. Isso é controlador e assustador. Eu só quero ser quem eu sou, mas não consigo neste mundo. A adaptação é dolorosa, e não suporto mais usar máscaras.

Embaixo de uma árvore eu encontrei o meu Santo Graal. Mas ainda existia Jesus e Lúcifer querendo me persuadir. Eu não conseguia conter as batalhas dentro de mim, e por descuido eu segui os caminhos que eu não desejei seguir. Eu chorei. Eu implorei para que a dor cessasse. A culpa me modificou. A culpa me torturou. Eu não escolhi os anjos muito menos os demônios. Eu só sigo aquilo que acredito ser o melhor para mim. Liberdade, apenas liberdade. Entre os justos e os fracassados. Em prol de uma ilusória liberdade.