"Quando o mundo era apenas uma mancha resfriando, ele capturou um estranho companheiro--uma esfera incandescente que ficou conhecida nas lendas como Lua Insana. Este pequenho orbe estava cheio de radiação violenta--uma lembrança vizual do conflito nos céus, brilhante o suficiente para competir com a a luz do sol á luz do dia.
Mas a Lua Insana não era uma pedra inerte. Era mais verdadeiramente uma prisão, em que duas inteligências antigas em guerra haviam sido capturadas e lançadas aos eons do exílio antes, uma vez que os vastos Primordiais que subjacam a criação cansaram-se de suas intermináveis contestações. O castigo para esses Ancestrais era para serem trancados juntos em um única forma, caindo para sempre pelo infinito... e assim foi até que nosso mundo infeliz capturou o orbe errante.
Durante as eras, as sociedades primitivas subiram e caíram sob seu estranho olhar; Criaturas de inteligência e sofisticação variadas contemplavam a maravilha e a curiosidade, na medida em que a sua sensibilidade permitia. Enquanto isso, o estresse orbital e as forças da maré permitiram que os habitantes da Lua Insana começassem a explorar o que eram, em primeiro lugar, a menor das fraquezas, quando se puseram a trabalhar, abriram a prisão. As rachaduras se espalharam lentamente, desde as mais pequenas fraturas, até que finalmente havia milhões de fissuras, vastas e agudas com energias estranhas.
Em uma noite apocalíptica, a lua finalmente quebrou, despedaçou-se de dentro. A maioria dos fragmentos foi jogada no espaço ou consumida quando atingiu a atmosfera. Alguns fragmentos raros caíram na terra, tanto como grumos fundidos quanto como cristais irregulares. Os destroços estavam onde caíram, e gradualmente a terra ao seu redor se recuperou. A medida que os sobreviventes do cataclisma pré-histórico se recuperavam, floresciam e desenvolviam civilizações, a Lua Insana tornou-se menos lembrança do que um sonho, com a noite de sua destruição tecida em seus mitos-""Reylee?", uma voz madura disse entre as estantes de livros de uma biblioteca mal iluminada. O dono da voz caminhou até o centro da biblioteca, onde havia algumas mesas e acentos - a maioria velha e rabiscada.
"Ah, eu imaginei que era você. Você sabe que horas-"
"Agal!", a garota disse derrepente, fingindo um tom de surpresa. "O que você faz a essa hora por aqui?", ela disse, roubando a frase que ele diria.
Agal suspirou. "Você sempre deixa as luzes da frente da biblioteca acesas. E também..", ele fingiu um sorriso. "Eu sou o diretor. Acho que posso andar pela minha escola, certo?". Nada como uma boa pergunta retórica.
"Claro. Se esse lugar fosse uma escola.", ela disse enquanto se movia da posição realmente desconfortante na cadeira. "Mas eu tenho que admitir, Agal. Você está quase conseguindo transformar isso aqui em uma escola.", ela fez menção com os braços. Um dos braços segurava o livro que ela estava lendo agora pouco.
"Ah sim! O que seria de mim sem você pra reconhecer meu trabalho.", ele sorriu, obviamente falando ironicamente. "Aliás, esse livro que você está lendo, é um dos que chegaram hoje, não?"
"Esse aqui?", ela olhou pro livro fino e meio velho nas próprias mãos. "Sim. Achronicus. Está falando sobre como a Lua era louca, aí ela caiu e hoje nós somos todos uns fudidos!", ela falou com um sorriso irônico no rosto.
"Olha o palavriado!", Agal alertou e logo suspirou, novamente. "É sempre bom saber como o mundo em que vivemos foi moldado, sabe?", o tom de voz dele era convincente, mas nem tanto.
"Eu sei, diretor.", ela se levantou. "Sempre é bom saber a causa dos problemas. E com problemas eu digo esse lugar."
"Já vi que esse diálogo nosso vai render.", ele disse puxando uma cadeira velha.
"O quê? Não!", ela olhou para ele sentando na cadeira. "Vamos Agal! Está tarde!", ela mudou rapidamente para o tom irônico, desviando de mais assunto.
Ela foi andando para frente, largando o livro em cima de uma das mesas. "Você vai ficar com sono amanhã se não for dormir agora!", ela disse enquanto caminhava entre as estantes de livros, em direção a porta."Não me dê lições como se eu fosse uma criança!", o som da voz estava levemente alto. "Você ouviu?! Reylee?!", ele gritou enquanto se atrapalhava nas cadeiras.
"Ouvi!", Reylee disse com um sorriso no rosto.
----Ela esperava na porta da biblioteca por Agal, encostada na parede. A única iluminação boa vinha das luzes de fora. Ela olhou para um papel preso na parede. "Você ainda acha que essa 'competição' vai dar certo? Qual é, vai ser só mais um jeito dos malucos desse lugar se matarem."
"Apesar da condição de alguns por aqui, acho que a maioria tem algum talento pra batalha.", ele disse se aproximando.
Conforme ele se aproximou da luz, Reylee podia ver Agal claramente. Ele tinha feito a barba, o cabelo curto, castanho escuro, estava bagunçado e os olhos cor de mel estavam rodeados por olheiras."E ainda,", ele continuou. "Vai ser uma ótima forma de arrecadar ouro para a escola."
"Arrecadar ouro?", Reylee perguntou.
"Sim...", ele cruzou os braços. "Eu tenho meus métodos.", um sorriso disfarçado. "Aliás, você não me disse se iria participar.""Eu prefiro não me meter em qualquer coisa que tenha luta envolvida.", ela falou com desdém, começando a andar para fora da biblioteca. Ele foi logo atrás, saindo e fechando as portas.
"Uma pena, aposto que você tem um ótimo talento pra uma luta rápida.", ele falou tentando animar, ainda de costas. Ele terminou de trancar as portas e voltou pra ela.
"Talvez...", Reylee disse, olhando para as lamparinas da parede na frente da biblioteca.
"Vou contar com isso!", Agal disse com um sorriso no rosto.
"Vai nessa!", ela riu e começou a ir embora. "Boa noite, diretor.". Ela não iria sair sem deixar um último toque de ironia no ar.
"Boa noite, Reylee."
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Towers - Conflitos Ancestrais
Fantasia"Não existe mistérios, não existe profecias. Na verdade, não existe nada de mais. Bom, pelo menos não é igual a vida de qualquer uma por aí, mesmo que seja pro lado ruim." Reylee vive em lugar onde as aventuras são possíveis e as batalhas são reais...