Fiz várias amizades, entre eles, conheci Luiz Claudio - o pai dele é amigo da minha família e ele me reconheceu. Claudio me apresentou ao Jefferson que é mecânico e disse que qualquer coisa eu poderia contar com ele.
Amo tudo que está relacionado à velocidade. A primeira coisa madura que fiz foi montar meu próprio espaço para trabalhar no que fazia de melhor, modificar carros.
Eu estava muito feliz que tudo estava dando certo e meu avô me convenceu a irmos conversar com meu pai em seu trabalho, pois em casa o diálogo não estava rolando muito bem.
- Vô, já se passaram três meses que não apareço por lá. Isso não é uma boa ideia...
- Claro que é. Teu pai ama tanto aquele trabalho que tenho certeza que não vai conseguir fazer escândalos. Assim vamos conter seus impulsos.
- Mas eu não ligo para o trabalho dele, vô. E também tenho meus impulsos...
- Você não é de gritar, Danielle. Não vai querer fazer escândalo logo hoje. Vai?
- Não, vô. Claro que não.
- Então vamos, minha filha.
- Posso ir de moto, pelo menos?
- Por quê? Não quer andar ao lado do seu avô?
- Eu te amo, vô, mas vou querer sair correndo de lá se ele vier me acusando de novo. E o senhor anda muito devagar...
Meu avô riu da minha observação.
- Está bem, filha. Mas você vai?
- Vou. Prometo. Mas o senhor vai à frente para ir amansando a fera.
Deixei meu avô ir a frente e saí quarenta minutos depois. Primeiro tomei um banho e me vesti de forma mais "normal" possível.
Ainda não descobri o que é "vestir normal" como meu pai sempre fala quando brigamos.
Coloquei uma calça jeans detonada, cinto marrom, camisa preta e bota vermelha quadriculada com várias correntes e salto fino. Evitei caveiras.
Será que já estou "normal"?
Deixei minha moto no estacionamento e vi o carro do meu avô. Então ele já chegou.
Entrei no prédio, cumprimentei quem eu já conhecia e quem eu acho que me conhece, pois estavam me olhando. Subi as escadas e me encaminhei direto para a sala do meu pai que, como eu imaginava, já estava conversando com meu avô e mostrando alguma coisa no computador.
Meu pai estava emburrado.
- Devo dar boa tarde? – Perguntei desconfiada.
- Não, querida. Nem precisa perder seu tempo. – Meu avô me respondeu olhando para mim como se me alertasse do perigo a caminho.
- Você já acabou com minha tarde, Danielle. Como sempre!
- E será que posso saber o que foi que eu fiz, agora?
- Você ainda não viu suas fotos na internet? – Ele me perguntou.
Olhei para a tela do PC e vi várias fotos onde eu estava comemorando minha vitória na corrida de moto.
- E qual é o problema, pai?
- Qual é o problema? – Ele começou subindo o volume da sua voz.
- Calma, Davi...
- Calma? Como posso ter calma, pai? O sobrenome da nossa família está sendo jogado na lama.
- Brás nem é um sobrenome legal. – Ironizei.
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A ilha
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