Capítulo 4

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No fim do ano, meu pai, ou melhor, o Banco, proporcionou uma festa de réveillon para todos seus melhores investidores. E nesse dia encontrei mais uma vez esse indivíduo aqui ao meu lado, Gustavo.

Cheguei à festa com a Talita e o Jonas e fui vestida para arrasar a paciência do meu pai.

Eu estava de mexas rosa de tom bem forte no cabelos, lente de contato vermelha, vestido "tomara que caia" com corpete preto e saia rodada rosa com muito volume e curto, calcei um scarpin salto agulha, preto, e muitas correntes que prendem ao salto e caprichei na maquiagem. Fora meus acessórios que completavam perfeitamente meu look.

A festa estava um saco. As pessoas só conversavam, por isso peguei meu mp3 e entreguei ao DJ, o operador de som, que foi logo tocando minha música. Os convidados amaram, pois, dez minutos depois já estavam todos se movimentando na pista de dança.

Só então percebi o Gustavo me olhando, embora toda a atenção já estivesse sobre "a estranha" que vos escreve. Esse homem me procurava com seu olhar para onde quer que eu fosse, mas percebi que ele estava acompanhado com uma menina muito bonita.

Em um momento da festa acabei vacilando e meu pai conseguiu me puxar para um canto, segurando meu cotovelo. Ele disse que eu o estava envergonhando e isso me pegou de surpresa.

Eu não queria envergonhá-lo. Queria que ele gostasse de mim, que conversássemos, que nos divertíssemos juntos como fazíamos antigamente.

- Você não se comporta como uma jovem estudada no exterior.

- E como o senhor acha que aquelas jovens se comportavam, pai? O senhor nunca foi me visitar para saber como era.

- Tenho certeza que nenhuma era assim...

Não gostei do modo como me olhava.

- Assim como?

- Fúteis. Vulgares.

- Não sou fútil.

- Eu me envergonho de você. Está satisfeita? Era isso que você queria ouvir de mim?

Woua... Parece que eu havia acabado de tomar um soco na boca do estômago. Meu pai me deixou, pela primeira vez, sem palavras. Ele jogou essa na minha cara e saiu. Fiquei sem saber o que fazer ou para onde ir.

Quando me virei, esbarrei no Gustavo. Meus olhos estavam queimando de vontade de chorar, mas ainda consegui sentir a fragrância dele e humm... Não conseguirei descrever esse detalhe. O cara estava e é muito cheiroso.

Andei um pouco na área da piscina para me acalmar, me sentei e fiquei uns bons minutos, sozinha, respirando fundo para controlar minhas lágrimas, até que o Gustavo chegou.

- Está tudo bem?

- Ai. Dirt! - Levantei no susto, meu coração disparou.

- Desculpa. Você passou por mim igual a furacão. Fiquei preocupado. Está tudo bem?

- Está sim. Se você me der licença... - Tentei sair, mas ele segurou meu braço.

- Desculpa. Até hoje não me apresentei. Sou Gustavo Ramos.

- Ah... Claro. Sou Danielle.

Ele sorriu. Whoa... Ele tem um sorriso lindo e provocante.

Gustavo é mais alto do que eu, mesmo eu estando de salto. Ele é moreno, olhos e cabelos castanhos e mega atraente.

- Sei quem você é. A "revoltada" Danielle Brás. - Falou fazendo o sinal das aspas, porque é exatamente essa a manchete dos últimos jornais online.

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