— Nossa! Essa é realmente a nossa casa? — Perguntei enquanto olhava freneticamente para o local. Tinha um sorriso gigantesco no rosto. O terreno era enorme, arborizado, repleto de pássaros, borboletas, flores aqui e ali. Um jardim magnífico contornava toda a casa, o prédio principal parecia mais um palácio pelo tamanho, tinha uns quatro andares e era bem extenso. sua arquitetura era coloquial, uma restauração perfeita. Um pequeno palácio branco, um sonho! Perrie guiou o carro para lateral da casa, havia uma garagem lá. Entrou lentamente na garagem, totalmente iluminada pelas paredes serem de vidro.
— Essa casa é enorme! Quem mora aqui além de nós duas? Perguntei a Perrie olhando as lindas máquinas que estavam paradas no amplo estacionamento.
— Bem, moram os empregados responsáveis pela propriedade. — Perrie estacionou ao lado de um carro preto, incrível! Eu não reconheci as marcas, mas sabia que deveriam ser caros.
— Que carro é esse que você dirige? — Perguntei enquanto desafivelava meu sinto, assim como Perrie.
— Um volvo prateado, eu uso para ir ao trabalho. — Saímos do carro e um empregado veio nos recepcionar.
— Senhora Edwards, bem-vinda! — Disse sorridente olhando para Perrie. Seu sorriso desmoronou um pouco quando me viu, parecia sorrir forçadamente. — Bem-vinda senhora Edwards, fico feliz em ver que está melhor. Soube que perdeu sua memória, uma lástima. — Falou em um tom falsamente pesaroso.
— Recolha os pertences da senhora Edwards. A propósito Leigh... — Perrie se pôs ao meu lado— Este é Jason, nosso mordomo. — Apontou para o homem diante de mim, devia ter uns trinta, trinta e cinco anos. Era alto, magro e meio calvo. Jason pegou minha bolsa e a caminhou para o interior grande da casa. Eu fiquei parada olhando para os outros carros do local.
— E esse preto? É seu? — Apontei para um luxuoso carro ao lado do volvo. Perrie deu um meio sorriso.
— Sim, o carro é meu. É um Aston Martin. — Disse. O nome soou familiar e tardiamente me toquei de algo.
— Como é possível isso? Eu me lembro de lugares, comidas, objetos e tudo mais, porém não me lembro de pessoas. — Perrie olhava para seu Aston preto, vago.
— O médico disse que você teve uma lesão cerebral em uma região do cérebro responsável pelo arquivamento de lembranças de pessoas, algo assim. Ele certamente explicará melhor à você a medida em que for sendo submetida ao tratamento. — Falou. Meus olhos vagaram para o espaço enquanto eu assentia em concordância com sua explicação. Vi um carro um pouco afastado do Aston Martin preto, era um conversível vermelho.
— Aquele conversível vermelho é seu?
— Não, ele é seu. — Ela disse com um meio sorriso. Andei cambaleante até o carro afastado alguns metros de nós. O que? Aquele carro incrivelmente lindo era meu?
— Eu sei dirigir? — Perguntei mais a mim mesma do que para Perrie.
— Sim.
— No hospital me falaram que eu sofri um acidente de carro, com o meu carro e que foi perda total. Foi este carro aqui? — Perguntei enquanto tocava a lataria. A pintura de uma cor reluzente.
— Era igual a este. Infelizmente o carro ficou em pedaços, mas a seguradora cobriu o prejuízo com esse carro idêntico ao anterior. Aquela moto também é sua. — Perrie tocou meus ombros virando-me para o lado sul da garagem, havia uma moto linda da cor laranja no canto.
— Nossa! Eu também sei dirigir motos? Legal! Essa moto é linda! — Falei admirada rumando para lá. A moto era fantástica, me perguntei se conseguiria me lembrar de como dirigir.
— Depois que tal passearmos pelo terreno? Assim vamos ver se você se lembra de como dirigir sua moto. — Perrie sugeriu sorrindo, eu sorri também. E então ficamos nos olhando, o silêncio era insuportável. Mas uma vez, eu vi algo nos olhos de Perrie, um brilho imprudente. Ela queria fazer algo, mas hesitava.
— Então... — Murmurou — Vamos? Eu irei lhe mostrar a casa, ou pelo menos boa parte. — Passou a caminhar até uma porta larga que estava aberta desde a passagem do mordomo. Eu segui junto a ela, seguindo uma escada na cor marrom. Quando nos chegamos ao salão principal eu ofeguei. O lugar era lindo em seu interior, uma decoração antiga, com direito a pinturas, esculturas, móveis antigos de sofisticação invejável. Um punhado de empregados, sete do sexo masculino e sete do sexo feminino, estavam colocados um ao lado do outro vestindo uniformes tradicionais das cores branca e azul escuro.
— Sejam bem vindas senhoras. — Falaram num coro. O mordomo descia as escadas agora.
— O quarto da senhora foi devidamente limpo e arrumado e o buque que a senhora comprou foi posto no local. — Jason disse. Eu estaquei. Meu quarto? Ah, claro. Claro que Perrie providenciaria para mim, seria muito estranho mas maravilhoso ao mesmo tempo ter que dormir com ela.
— Sirva o almoço, por favor. Leigh deve estar com fome, não é? — Perrie olhou para mim. Eu assenti.
— Eu gostaria de ir para o meu quarto para tomar um banho e trocar de roupa. Tomei banho apenas pela manhã, então...
— Tudo bem. — Perrie olhou para Jason. — Jason, leve-a até seu aposento. Eu tenho que dar alguns telefonemas e os farei antes do almoço. — Disse seguindo para outro lugar. Os empregados se dispensaram seguindo para seus afazeres. Segui o mordomo subindo a grande escadaria em forma de caracol. Eu me perdia com a grandeza daquele local. Subimos um lance de escadas para o segundo andar e mais um lance para o terceiro. Jason parou em frente a uma porto dupla de cor mogno, assim como as janelas da casa.
— Este é o seu aposento senhora Edwards. —Ele anunciou abrindo a porta. Eu adentrei e fiquei muda. O quarto era lindo, uma parede inteira de vidro com visão privilegiada para o jardim, uma cama king com cobertas vermelhas contrastando com a cor alva do quarto, os móveis vermelhos. Duas portas: uma devia ser o banheiro e a outra o closet, uma estante cheia de CDs e DVDs, uma tela enorme presa na parede com um DVD embutido na parede como a televisão. Era um quarto relativamente simples, mas sua simplicidade me impressionava.
— Uau! Perrie preparou tudo isso para mim? —Comentei para mim mesma. Para minha surpresa Jason negou.
— Não, esse quarto foi decorado pela senhora. —Virei e o olhei, ainda estava na porta.
— Como assim? Eu sempre tive um quarto separado do de Perrie?
Sim senhora Edwards. A senhora nunca dividiu um quarto com ela...Aliás, dividiu por pouco tempo, mas depois exigiu um quarto só para si. Mas ora... O que estou dizendo! Pela sua expressão surpresa, minha senhora não disse nada sobre isso a você. — Jason disse confuso pela minha cara espantada. E eu estava espantada! Afinal, nós éramos casadas. Não deveríamos dormir juntas?! Tudo soava estranho, suspeito.
— Bom, então eu desço logo para comer junto com a Perrie. Diga para ela me esperar, por favor. Eu não quero comer sozinha. Ao falar notei o assombro no rosto de Jason. —O que foi?
— Bem senhora Leigh, não é comum você comer junto a senhora Perrie. Ela quase não faz suas refeições, e quando faz é em algum lugar da casa que não seja próximo a você.
Novamente fiquei surpresa. Não era comum Perrie e eu comermos juntas? O olhei novamente espantada, tudo o que eu estava descobrindo não estava se encaixando no que eu pensava ser um casamento.
— Vejo que a senhora Perrie falou muito pouco de sua antiga rotina, não é? Bem, não serei eu a contar. Perdoe-me por aborrece-la. Se precisar de algo, senhora Edwards, basta chamar algum dos empregados apertando essa campainha. — Jason apontou para um botão branco quase imperceptível próximo a porta. —Esta campainha está ligada a cozinha. Alguém virá para auxiliá-la. — Falou dando um sorriso incrivelmente falso e saindo. Eu olhei desnorteada para tudo. Aquele era o meu quarto. Eu poderia saber as lembranças que me escapavam apenas vasculhando o lugar, mas antes... Corri pela porta e chamei por Jason que ainda caminhava pelo corredor.
— Senhor Jason?
— Sim? — Ela virou-se.
— Diga a Perrie que eu vou descer rapidinho. Diga que eu gostaria que ela almoçasse comigo. — Assim sendo entrei no quarto.
YOU ARE READING
Just Remember Me - Lerrie version
FanficAo abrir os olhos, Leigh notou que tudo ao seu redor era estranho, até mesmo seu próprio rosto. Descobriu ter sofrido um acidente de carro e, como sequela, perdera a memória. Agora tinha de se acostumar a uma vida de luxo e a uma esposa encantadora...