Capítulo 3

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Após minutos esperando, cerca de trinta minutos, Perrie chega e uma senhora bonita, de cabelos castanhos e roupas de boa marca, chega ao seu lado. Ela me olha emocionada. Deduzi que a mulher era minha mãe.

  — Oi. — Murmurei levantei-me da cama segurando minha bolsa com uma das mãos. Minha mãe correu e abraçou-me.

— É tão bom vê-la de olhos abertos meu bem! Pensei que iria morrer! Como está se sentindo? O médico disse que está bem, mas não confio muito nesses caras. — Ela me olhava de um jeito engraçado, parecia ser uma pessoa divertida. Eu sorri.

— Eu estou bem, por isso estou saindo hoje. Os resultados dos exames serão dados a mim na próxima semana. — Falei.

— Que bom, então vamos! Eu sei que você não se lembra de nada meu bem... Mas vou fazê-la se lembrar. Nada como um evento para reunir você e todos os seus amigos.— Ela disse com a mão em meu ombro guiando-me para saída. Acenei para as enfermeiras conhecidas e para o médico. Eu já havia falado com eles e me despedido adequadamente. Seguimos para o estacionamento. Minha mãe tagarelava sobre algo, eu não conseguia manter a minha atenção em sua conversa. Eu estava tensa por que iria conhecer uma vida tão desconhecida que era a minha. Eu teria que ficar com ela querendo ou não. Temia o que poderia encontrar, embora tudo parecesse agradável.

Tentei ser simpática com minha mãe. Ela parecia estar feliz por eu estar bem e parecia não se importar com a minha amnésia acreditando que logo recuperaria minhas memórias. Ainda sim eu me sentia incomodada pela forma como agia, tão intimamente como se eu soubesse quem ela era. Perrie pareceu notar que eu estava desconfortável, ela estava calada durante todo esse tempo e gentilmente carregou minha bolsa e o buquê dado por ela. Chegamos até seu carro, o tipo de carro que tira o fôlego de qualquer um. Eu não sabia que marca era, mas parecia ser caro. Era da cor prata. Deborah se prontificou a ir à frente, o que eu agradeci, mas Perrie a deteve enquanto guardava meus pertences.

— Senhora Thornhill, poderia deixar Leigh ir na frente? — Ela disse e Deborah forçou um sorriso enquanto entrava no banco de trás. Perrie caminhou com graça em frente ao carro. Eu a olhei. Hoje vestia calça jeans azul escura, uma camisa de botões branca e uma blusa de lã bege. Ela era tão linda.

Minha mãe continuava a falar, mas eu estava atenta demais em Perrie para dar atenção a o que dizia. Quando ela reivindicava minha atenção eu apenas dizia "isso mesmo", fingindo estar atenta à conversa. Perguntei-me se era assim quando tinha minhas memórias. Me permiti ficar perdida em devaneios enquanto seguíamos de carro sem me preocupar em decorar a trajetória até minha casa. Felizmente minha mãe calou-se e pude apreciar apenas o barulho das moléculas de chocando-se com a estrutura metálica do carro.

  — Estamos chegando a sua casa senhora Thornhill. — Perrie disse subitamente.

  — Ué, pensei que iria a casa de vocês a ajudar Leigh com as lembranças! Afinal, quero que ela se lembre de mim! — Falou Deborah com um pouco de rudeza.

— Leigh deve estar cansada. Deixemos os exercícios de memória para outro dia, após o jantar que você está organizando. — Perrie disse calmamente e Deborah calou-se. Agradeci a ela. Não que eu quisesse minha mãe longe, mas não queria receber todas as informações da minha vida no mesmo dia em que sai do hospital. Perrie estacionou em frente a um prédio luxuoso. Devia ser um apartamento por andar. Então minha mãe era rica.

  — Quem é Niall? — Perguntei e ela pareceu se tocar de que eu não me lembrava.

— Uma pessoa qualquer, é melhor que não se lembre dele mesmo. — Ela falou com desdém e percebi que Perrie estava tensa e com uma expressão um pouco nervosa no rosto. Eu me perguntei porque ela ficou assim e tive a impressão de que era pelo nome "Niall".

— Até mais meu amor, vejo você amanhã. — Ela se despediu e saiu do carro seguindo para o portão. Perrie não perdeu o nervosismo enquanto voltávamos para a avenida. Eu não toquei no assunto.

Eu poderia ficar todo o trajeto sem falar com ela por não saber o que dizer, mas Perrie quebrou o silêncio por nós.

— Conversei com o seu médico. Você virá periodicamente ao hospital para fazer exames e terá acompanhamento médico para solucionar seus problemas de memória.

— Que bom. — Disse distraída.

— Nós estamos chegando. — Ela anunciou e notei que íamos para uma parte afastada do centro urbano. Minhas mãos começaram a tremer de ansiedade e nervosismo. Subitamente senti uma mão pegar a minha no banco. Olhei para o banco e vi a mão de perrie segurando a minha com delicadeza.

— Vai ficar tudo bem! Ela sorriu para mim e tão rápido que nem reagi. — Chegamos à nossa casa. —  Os portões se abriram e pude ver, enquanto ela entrava com o carro, uma casa maravilhosa! 

Just Remember Me - Lerrie versionWhere stories live. Discover now