Três Demônios... E uma virgem?!

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Mas a sombra rápida que passou por detrás de Samantha não permitiu que ele se distraísse por nem mais um minuto com seus pelos se arrepiando alto e rápido, o aguçar dos instintos e a nítida mudança na cor dos olhos que foi notado por Samantha. Porém, o tempo para perguntas terminou a tocha deles se apagou...

[...]

Samantha o encarou alguns segundos antes de depositar seus olhos a volta da floresta envolta de neblina e a má iluminação da Lua devido ao número excessivo de árvores e suspirou. Algo não estava bem e ela sentia isso tanto quanto Siriús, ambos estavam com os sentidos alertas e em completo silencio ao olhar para todos os cantos. E mais um vulto forte veio rápido com o vento e os corvos no topo das arvores se movimentaram para o céu chamando atenção dos dois.

"Sam, vem." Siriús sussurrou sendo encarado pela morena que pareceu hesitar por alguns segundos. Não estava nenhum pouco habituada a ser chamada pelo apelido, pelo menos não por ele. "Venha, Sam." A voz rouca e grave dele a fez despertar e acatar o pedido caminhando até ele. "Shiu! Não faça barulho." O que a fez caminhar mais cautelosa até ele.

"O que acha que é isso?" Ela sussurrou para ele encarando tudo a sua volta enquanto caminhavam.

"Seja lá o que for é melhor não ficarmos pra descobrir." Siriús estendeu sua mão para trás indo de encontro a Samantha ao mesmo tempo que puxou as rédeas de Linos sussurrando. "Vá na frente e veja se encontra uma saída." O Cavalo relinchou baixo como se pudesse respondê-lo e afastou-se de forma barulhenta com seus cascos e ferradura movimentando as plantas e a terra que surgia do chão.

"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!" O grito saltou da Floresta espantado os pássaros que dormiam tranquilos sobre as arvores. Era uma mulher. Siriús e Samantha aguçaram ao máximo e só o que vieram foi mais gritos. "NÃO!! POR FAVOR, NÃO!! SOCORRO!! AAAAAAAH!"

"Acha que pode ser de alguém de verdade?!" Samantha perguntou sobressaltada com os gritos. O ar que invadiu suas narinas fora certeiro e lembrava o mar. Salgado e fedendo a peixe. Ela o encarou.

"Eu sei, maresia." Ele respondeu entendo o olhar quente dela. "Vem comigo, sem lupina." Samantha o encarou como se visse uma Hidra de vinte cabeças.

"Ficou louco?! Nós estamos sem equipamento." Ela sussurrou indignada para Siriús que revirou os olhos mais uma vez.

"Olhe pra mim e vê se eu tenho cara de quem precisa de equipamento?!" Mesmo que ele não tivesse olhado-a um segundo sequer desde que começaram a caminhar novamente, ainda mais atentos, sabia que ela tinha bufado, revirado os olhos e cruzado os braços como uma criança birrenta. 

Mas nada foi dito a medida que algumas risadas foram ouvidas ao longe de homens que pareciam bêbados e se divertindo. De longe, Sirius ainda podia ouvir os cascos de Linos batendo no chão que agora pareciam mais rápidos. Logo não o ouviria mais tão perto e não gostou de pensar nisso. Ele sempre voltava e continuaria. Samantha caminhou para a direção oposta dele e adentrou a mata escura e alta. O vento batia forte ao redor dele fazendo as folhas se movimentarem sem ritmo. E ela continuou. Pode sentir o cheiro no ar de madeira queimando e pela primeira vez quis que fossem saqueadores acampando, pensar o contrário fez sua espinha gelar. Mas quando um galho se quebrou atrás de uma das árvores altas, ela parou. E por instinto apanhou os dois revólveres na cintura de forma simultânea olhando para todos os lados. Sirius atravessou ao seu lado em silêncio.

"Onde conseguiu isso?" Sussurrou de forma sombria. Ela não respondeu e o encarou por apenas segundos. Sua guarda não baixou assim como soube que a dele também não.

O barulho surgiu de dentro da árvore atrás deles como se a mesma fosse se quebrar ou algo sair de dentro dela e foi a vez de Sirius sacar a arma e virar-se de costas pra Samantha. O coração dela bateu mais forte, ele ouviu. O cheiro de queimado aumentou assim como o vento. E árvore grossa não quebrou. Mas de dentro saiu um monstro alto que não tinha olhos, nariz ou ouvidos apenas uma boca cheia de dentes enormes com um bafo de enchofre. Sirius atirou na hora, sem pena e sem pensar. O sal saído de uma cápsula do tamanho de uma bala do revólver se libertou espalhando-se e fazendo o monstro rosnar e virar fumaça.

E de repente foi como se fossem engolidos pela escuridão e depois jogados direto no Inferno. Um fogo sem procedentes se alastrou ao redor deles encurralando-os juntos o modo como a mata se mexia fazia uma sombra escura aparecer e sumir de ante dos olhos. Samantha saltou quando sentiu o que parecia ser uma mão puxar seu pé com força quase fazendo-a cair. Por outro lado, Sirius atirava contra os demônios que apareciam cada vez mais e mais rápido. E rosnou quando a munição acabou.

A mulher gritou no ouvido de Samantha muito alto e por um minuto ela perdeu o sentido. Aquele grito zumbiu em seu ouvido e seus olhos escureceram rapidamente. A morena caiu de joelhos sentindo suas veias saltarem e uma escuridão profunda invadiu sua mente. Sirius puxou o braço dela forçando o corpo da mais nova contra o seu e a segurou nos braços. O fogo em torno deles pareceu aumentar e um vento que lembrava o mesmo que enormes árvores fazia quando grandes asas batiam o arrepiou.

O mais alto mordeu o dedo com força o suficiente para sangrar e fez o símbolo da cruz na testa de Samantha que gritou. Aquele grito que a mulher violentada ali havia dado.

"Ego te condemnabo vade ad inferos tergum in nomine Miguel Angel et in nomine domini." Ele sussurrou no ouvido dela e a morena sentiu como se seus ossos fossem abrir e atravessar a pele. Sirius tirou o terço do próprio pescoço e pôs no dela.

O fogo em torno deles sumiu e a floresta pareceu fria. Todas as árvores e folhas continuaram no lugar como se não tivessem queimado a pouco e os olhos de Samantha finalmente deixavam a escuridão para retornar ao castanho que ele tanto conhecia. Ela o olhou e se sentindo zonza se afastou dele cambaleante. Uma pontada deu em sua mente e ela sentiu o cansaço. Em sua mente as imagens do que havia acontecido a mulher deixou seu estômago embrulhado de nojo e a mente atordoada por tamanha crueldade.

Mas sem que eles esperassem uma mão enorme a pegou a força puxando-a dali rapidamente. Sirius se transformou em um lobo negro gigante e saltou sobre ela mordendo a mão a ponto de rancar o dedo polegar e sentiu um embate nas costelas que o jogou com força contra uma árvore. Samantha foi solta e jogada no chão com brutalidade e mesmo com dor Sirius voltou a forma humana para acudi-la. O trotar de um cavalo foi ouvido e o lobo sorriu. Linos voltava rapidamente.

"O que foi isso?" Ela perguntou assustada. E pela primeira vez Sirius se perguntou a quanto tempo ela não saia da Transilvânia e caçava. Aquela era a segunda vez que havia visto ser pega e o fato de parecer tão vulnerável o fez estranhar.

Linos chegou trotando e girou em torno deles como se dissesse o caminho. Sirius pegou Samantha no colo e a ajudou a montar. A dor na costela o fez resmungar e ela ouviu um estalo que vinha de dentro dele. O homem jogou o sobretudo que tinha ido parar no chão sobre ela.

"Leve-a para saída onde achou e fique com ela. Eu não demoro." O cavalo relinchou meio contrariado, mas obdeceu antes que ela pudesse falar qualquer coisa. E Sirius ainda pode vê-la sumir pelo mesmo caminho que viu seu companheiro Linos apareceu.

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⏰ Última atualização: Feb 01, 2022 ⏰

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