Tara

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ZAYN

Com os olhos fechados, e a mente vagando por mais um outro sonho fora de realidade e perspectiva, eu me permitia desfrutar disso. Eu até mesmo iria rir, se eu estivesse 100% acordado.

Era algum tipo de piada, mas eu era obsessivamente oposto ao típico. Eu gostava de lamborghinis, telões e fama. Então quando eu sonhava, e parte disso entrava em questão, eu me sentia livre em dizer que adorava sonhar.

Acordar me trazia de volta para a realidade, mas as vezes eu não queria voltar, eu queria viver o meu próprio real, e não a suposta vida de um trabalhador de classe média, que se limitaria a comprar um carro de segunda mão, ou então que não trocaria mais de casa, ou de vida! Eu estava amarrado a todos esses compromissos, então sim, eu gostava de sonhar.

Some uma filha nesse x da questão, e pronto! Minha vida havia se tornado um desastre, completamente limitada.

Mas também, as vezes não era tão ruim acordar.

Principalmente quando isso acontecia com tímidos cutucões no meu braço, que iam se intensificando e enraizando a medida que minha filha pegava confiança, até finalmente começar a balançar meu ombro, pra um lado e pro outro.

- Papai, acorda. Você 'tá morto? - a inocência na sua voz me fez soltar uma risada, mas mesmo assim não abri os olhos, amava quando provocava a minha pequena e ela ficava brava. Então agora eu fingiria que ainda estava dormindo.

- Papaii! - Tara insistiu, e atentei ao abrir um dos olhos e fechar rapidamente, o suficiente para ela ficar brava.

Eu estava adorando provocar, mas o clima mudou rapidamente quando a campainha foi escutada, e como um furacão Tara se esforçou ao subir na minha cama, então deitou ao meu lado, se cobrindo e se encolhendo ao meu lado. Foi aí que decidi despertar.

- Tem gente na porta, madame? E você não me avisou? - perguntei, já sentando na cama e me espreguiçando. A minha medrosa apenas assentiu com a cabeça.

- Medrosa. - provoquei mostrando a língua ao que ela fez o mesmo, algo tão simples mas que me fez soltar uma gargalhada. Poderia continuar ali por mais tempo, mas como minha pequena espertamente apontou, havia gente na porta.

Nesse caso, me espreguicei mais uma vez e levantei junto com Tara. Observando pela meia que faltava no seu pé, a ideia de que ela perdeu a meia no meio das cobertas enquanto dormia era adorável. Seu cabelo curto estava desgrenhado, e sua carinha de sono era amável.

Segurando na minha mão, e balançando nossos braços enquanto andávamos, fomos atender a porta. E meu dia estava muito bom, até abrir aquela porta.

No momento em que vi Perrie, fiquei genuinamente feliz, e acho que o mesmo para ela, porém a situação mudou quando ela notou a pequena que agora se escondia atrás de mim. Na verdade tudo mudou, porque a garota que eu estava saindo há duas semanas estava aqui, e não era assim que eu planejava contar para ela que tinha uma filha.

Perrie era linda, e eu realmente estava interessado nela. Eu gostava das suas qualidades, e porra ela era linda demais. Hoje com uma calça vermelha, sapatilha e uma blusa branca de mangas que mostrava seus ombros, e que as mangas só iam até o cotovelo, tudo tinha seu charme por si só. Seu cabelo estava solto, e a maquiagem só a deixava mais bonita.

De repente eu era o bobo de calça de moletom e camisa.

De repente eu era o cara que tinha uma filha se escondendo em vergonha atrás de si.

A atenção de Perrie voltou para Tara, ela estava sem reação também, então reprimi um suspiro ao saber que tinha que me impôr.

Nesse caso, apenas sorri para ela dando um bom dia e me virando para pegar a minha pequena de três anos. Perrie deu uma piscadinha para Tara, o que a fez se esconder no meu pescoço. Soltei uma risada, e pedi pra ela entrar, me contentando apenas com um beijo na bochecha quando Perrie entrou.

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