Cap-35

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Pov Lauren

Eu já estava em Cuba à 4 dias, eu falava com Camila todos os dias, mas hoje ela não me ligou, o que me deixou confusa, afinal ela sempre me acordava.

Desci as escadas depois de ter feito minhas higienes matinais, encontrei Sofia assistindo na sala, dei um beijo no topo da sua cabeça e segui para a cozinha.

Encontrei Sinuhe cortando algo devagar, como se não tivesse pressa pra fazer aquilo, me aproximei e segurei sua mão fazendo ela me olhar.

-Deixa que eu faço isso. -Falei calma e ela soltou a pequena faca deixando eu manuseiar.

Ela se afastou e eu continuei a cortar o frango que antes ela estava cortando. Olhei para ela de um jeito rápido, mas pude perceber que seus olhos estavam fundos.

-Não dormiu?. -Ela negou. -Por que?.

-Minha mente, está confusa. -Disse colocando a mão na cabeça.

-Confusa como?. -Ela deu de ombros e sentou na mesa.

Terminei de cortar e lavei as mãos, enxuguei e sentei ao seu lado, ela me olhou de canto e suspirou.

-Eu só quero ajudar, não vou te julgar. -Ela assentiu.

-Eu só queria que a Karla me perdoasse. -Olhei pra ela e franzi o cenho.

-Karla?. -Ela me olhou e respirou fundo.

-Karla Camila, eu achei que soubesse o nome dela.

-Oh, ela não me disse que tinha um segundo nome. -Olhei para minhas maos. -Ela já te perdoou Sinuhe, ela me disse isso, ela só não quer que você à decepcione de novo. -Ela assentiu.

-Eu sou uma péssima mãe não é?. -Respirei fundo.

-Sinceramente?Sim, você está sendo uma péssima mãe. -Ela respirou fundo e meu celular começou a tocar.

Levantei em um pulo na esperança que fosse Camila, mas quando o capturei em cima do balcão era Ally.

-Hey Allycat, boa tarde. -Falei animada ao atender.

-Aconteceu de novo Lauren, aconteceu. -Sua voz era de choro, mas o que aconteceu?.

-O que aconteceu Ally?Respira e me explica. -Pedi.

-Camila...Camila se cortou de novo Lauren. -Arqueei as sobrancelhas e fechei os olhos.

Eu queria não ter ouvido isso, eu queria não ter ouvido isso.

-Lauren?Você está aí?. -Perguntou soluçando.

-Si-sim baixinha, eu estou aqui. -Engoli à seco. -Me explica direito o que aconteceu Ally.

-Eu saí da empresa para o horário de trabalho, e quando eu cheguei ela estava no banheiro, tinha vomitado de novo e os pulsos esquerdos estavam cortados. -Soluçou. -Eu não sei o que fazer Lauren, ela não sai do quarto, eu estou com medo. -Respirei fundo.

-Eu...Eu vou dar um jeito ok?Tente se comunicar com ela. -Desliguei o telefone e coloquei em cima da bancada. -Sinuhe, depois conversamos. -Ela assentiu.

Saí pela casa à procura de Alejandro e não achei ela. Saí no jardim e o vi em pé na areia da praia com as mãos no bolso.

Fui até ele e toquei seu ombro, eu não precisei dizer nada, apenas com o meu olhar, ele entendeu.

-Vá, eu cuido de tudo aqui. -Assenti e dei um abraço forte nele virando as costas logo em seguida. -Lauren. -Ele me chamou, olhei para ele que sorria. -Cuide da minha Kaki.

-Eu vou cuidar senhor. -Ele assentiu e eu voltei correndo para o quarto.

Minhas malas não estavam tão baguncadas, afinal eu era amante de organização. Logo estava dentro de um táxi à caminho do aeroporto.

Pov Camila

-Camila, abre essa porta, por favor. -Eu chorava baixinho, eu não queria que Ally me visse novamente, eu sabia que ela estava chorando. -Amor, por favor, eu sei que você está aí, eu posso te ajudar.

Ela nunca ia desistir, mas eu não queria ver ninguém agora, a minha base, a minha proteção, minha auto estima, estava longe de mim, estava em Cuba.

Respirei fundo e me joguei para trás na cama ouvindo as batidas frenéticas de Ally. Fechei os olhos e acabei dormindo.

(...)

Pov Lauren

-Como assim ela não quer abrir a porta?. -Quase gritei quando Ally disse que ela não respondia.

-Ela só não quer abrir a porta Lauren. -Ally se encolheu.

Larguei as malas na sala e andei à passos longos até a porta do quarto de Camila.

-Camila. -Gritei batendo na porta. -Camila abre a porta. -Gritei batendo com mais força.

-Ela não vai abrir, eu estou com medo. -Disse enconstando na parede perto da porta.

-Não fala nada Allyson, nada de mal aconteceu com ela, eu acredito nisso. -Me afastei da porta.

-O que você tá fazendo Lauren?. -Allyson perguntou quando me viu respirar fundo.

Peguei impulso e chutei a porta com força fazendo-à abrir. Camila estava deitada na cama, os braços abertos e os pés no chão, ela estava apenas com o tronco na cama.

-Camz. -Falei correndo até seu corpo. -Amor, não, acorda. -Dei tapinhas em seu rosto. -Amor, por favor. -Pedi segurando sua mão.

-Laur?. -Ouvi sua voz suave soar e ergui meu olhar. -Você está mesmo aqui?. -Ela perguntou de olhos arregalados tocando meu rosto.

-Eu estou amor, estou por você. -Ela fechou os olhos e os abriu novamente fixando os olhos nos seus braços, olhei também e neguei. -Vamos esquecer isso ok?. -Ela me olhou.

-Desculpa, eu falhei de novo. -Soluçou.

-Você é humana Camz, essa caminhada vai ser difícil, porém eu estou do seu lado ok?Eu já disse isso, eu estou do seu lado.

Ela assentiu e me abraçou, abracei seu corpo com força e olhei para Ally que chorava baixinho também. Respirei fundo e à afastei.

-Vamos pra casa?. -Ela franziu o cenho.

-Estou em casa Lauren. -Soltei um riso nasal.

-Pra minha casa Camz. -Ela sorriu e segurou meu rosto em suas mãos.

-Sim amor, sim, vamos. -Ela selou nossos lábios em um selinho rápido e eu me levantei junto com ela.

Demos tchau para Ally, Camila me ajudou a colocar as malas na mala do carro e entramos em nossos devidos lugares.

Coloquei no modo automático e entrelacei minhas mãos com a de Camila, ela me olhou e sorriu.

-Eu senti sua falta. -Ela disse, apertei o volante com a outra mão e parei no semáforo que estava vermelho.

Olhei pra ela e sorri, me inclinei e selei nossos lábios sorrindo entre os selinhos que eu dava.

-Eu também senti a sua. -Ela levou a mão até meu rosto e sorriu selando nossos lábios novamente.

O sinal abriu e eu acelerei tirando do automático e passando a marcha.

Sin ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora