Cap-21

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Pov Camila

Estava sentada na areia da praia, vendo Lauren e meu pai conversarem animadamente enquanto chutavam as ondas. Desde que apresentei eles, eles estão bem próximos, ainda não sei o que Lauren pediu em troca da vitoria, mas sei que é algo.

-Podemos conversar agora?. -Mamãe sentou ao meu lado, respirei fundo e neguei. -Nós temos que ter essa conversa Camila, faltam dois dias para você ir embora. -Olhei pra ela.

-Você consegue ver nos meus olhos o quanto esse assunto dói?. -Ela negou. -Claro que não consegue, você nem ao menos me conhece mamãe. -Ela respirou fundo.

-Realmente, não mais, eu te conhecia, você mudou, cresceu, está namorando uma garota.

-Nós não estamos namorando, ainda, mas o assunto aqui não é esse. -Olhei para frente. -Eu tenho o mesmo tempo sem ver o papai, ele me conhece melhor que eu mesma, você é uma péssima mãe, sempre foi. -Ela riu.

-Você que sempre foi uma péssima filha, sempre brigava com as colegas de classe, sempre tinha reclamações suas da direção, e você era insuportável. -Dei de ombros.

-Nada que você vai falar agora, irá doer tanto quanto o que você me disse à 4 anos atrás, você lembra?. -Ela me olhou.

-Que eu te odeio?. -Assenti. -Talvez isso seja verdade, ou talvez eu tenha dito pra te fazer se sentir mal. -Senti meus olhos arderem e as lágrimas começaram a descer.

-Eu só queria que por um minuto, você se colocasse no meu lugar e sentisse o que eu sinto. -Ela deu de ombros e olhou para frente. -A culpa é sua, sempre foi sua, você não pode me culpar por ser uma péssima filha, sendo que você que devia me educar da forma correta, e quer saber mamãe?Eu infelizmente te amo, porque diferente de você, eu tenho um coração, e enquanto ele bater, eu vou te amar, lembre disso, porque eu estou indo embora. -Levantei limpando a areia do short e decidi caminhar pela praia.

Pov Lauren

Vi Camila sair de perto da sua mãe passando a mão no rosto e sua mãe se jogou para trás, olhei para Alejandro e ele me olhava.

-Vai atrás dela, vai. -Dei um tapinha nas minhas costas.

Corri atrás de Camila e ela andava cada vez mais rápido. Acelerei e parei à sua frente fazendo ela dar um sobressalto. Seus olhos estavam marejados e o rosto levemente corado, com as lágrimas descendo.

-Ei Camz, não chora, o que foi?. -Puxei seu corpo para um abraço e ela apertou minha cintura com força.

-Minha mãe me odeia. -Olhei para o lado e respirei fundo. -Ela acabou de confirmar isso, olhando na minha cara Lauren. -Acariciei seus cabelos.

-Você não precisa do amor dela. -Segurei seu rosto. -Você não precisa, nunca precisou. -Ela negou.

-Ela é a minha mãe, eu à amo, e quem vai me amar mais que ela?.

-Eu vou, na verdade, eu já te amo. -Ela passou a mão no rosto e me encarou fixo. -Eu te amo Camila, talvez eu tenha que deixar tudo, mas vai ser por você, e isso já vale à pena. -Ela reprimiu os lábios.

-Você me ama?. -Assenti. -Como?.

-Eu te amo como amo à mim mesma, talvez até muito mais, e eu não sei explicar como isso aconteceu mas, é, eu te amo. -Ela sorriu em meio as lágrimas, me abraçou novamente.

-Eu te amo Laur. -Sorri de lado.

-Não quero que fique triste por causa da sua mãe ok?Se você quiser, nós vamos embora. -Ela assentiu.

-Eu quero. -Assenti e beijei o topo da sua cabeça.

(...)

-Tchau papá. -Disse abraçando Alejandro.

-Eu não entendo por que vocês tem que ir. -Disse beijando o rosto de Camila inteiro tirando boas risadas dela.

-Lauren tem que trabalhar. -Assenti e ele assentiu também. -Tchau Sinu. -Ela disse seca antes de se virar vindo para o meu lado.

Camila abraçou meu braço e entrelaçou nossas mãos, posso dizer que foi a melhor sensação que já tive na minha vida. Me despedi dos seus pais recebendo um vácuo enorme da sua mãe, arqueei as sobrancelhas e assenti falando um "ok né".

Saímos dali direto para o hotel, ainda tinhamos que fazer o check-in e pegar nossas malas.
Camila estava lá em baixo fazendo o check-in e eu estava sentada na cama tentando assimilar tudo, esse processo com a mãe dela vai dar muito ruim.

-Amor você já arrumou as suas malas?. -Ela perguntou e eu pisquei lentamente. -Lauren?Você está me ouvindo?. -Olhei pra ela igual uma boba provavelmente.

-Do que me chamou?. -Perguntei dando um mini sorriso, ela franziu o cenho.

-De Lauren, acredito que esse seja o seu nome. -Se aproximou.

-Não, antes de falar o meu nome. -Ela franziu o cenho parecendo pensar e arqueou as sobrancelhas parecendo lembrar.

-De amor. -Sorri e ela sorriu se aproximando mais. -Gosta quando te chamo assim?. -Ficou em pé entre as minhas pernas, abracei sua cintura e assenti.

-É maravilhoso. -Ela acariciou meu rosto e se inclinou selando nossos lábios repetidas vezes.

Ela soltou os papeis que estavam em suas mãos e sentou no meu colo intensificando o beijo. O beijo de Camila era lento, e isso me deixava muito mais excitada.

-Não. -Falei entre o beijou quando ela ameaçou colocar suas mãos na minha nuca.

-Por favor, é bom fazer carinhos na sua nuca. -Neguei.

-Eu não respondo pelos meus atos se você continuar fazendo "carinhos" na minha nuca Camila. -Ela soltou um riso nasal.

-E quem disse que eu quero que você responda?. -Olhei para ela inacreditada. -Não me olha assim. -Escondeu o rosto na curva do meu pescoço e me deu uma mordida ali. -Laur. -Disse abafado.

-Sim?. -Acariciei sua cintura.

-Eu te amo. -Sorri e ela me olhou. -Isso é bom de dizer, ainda mais quando eu sei que você corresponde. -Sorri mais.

-Eu te amo, e muito. -Ela sorriu, colou sua testa na minha e respirou fundo. -O que foi?.

-Você não vai me machucar?Como ele?. -À afastei segurando em seus braços com delicadeza.

-Eu jamais irei te machucar amor. -Ela sorriu com o cenho franzido. -Você é um ser muito fofo, é impossível te machucar.

-Me chamando de gorda de novo?. -Revirei os olhos.

-Mesmo que eu te chamasse de gorda, seria uma mentira porque você é mais magra que eu. -Ela riu.

-Você, literalmente, é cega. -Revirei os olhos.

-Levanta, vai. -Ela levantou e eu levantei junto. -Vem aqui. -Puxei ela para o banheiro. -Se olha no espelho, você é magra garota. -Ela franziu a testa e negou lentamente.

-Não sou não. -Me olhou e seus olhos estavam marejados.

-Eu não consigo decifrar você agora, não entendo por que não consegue se ver magra, não consegue se ver como eu te vejo. -Ela olhou pra baixo. -Você é linda Camila. -Toquei seu rosto e ela me abraçou.

-Desculpa, eu acho...Acho que eu não sou tão perfeita quando você espera que eu seja. -Respirei fundo.

-Você é perfeita aos meus olhos, quantas vezes preciso te dizer isso?.

-Eu não sei, até eu conseguir acreditar. -Sorri e ela me olhou. -O que foi?.

-Nada, só estava pensando, vamos terminar o que começamos?. -Ela sorriu mordendo o lábio e assentiu.

À empurrei no balcão que tinha no banheiro e começamos à nós beijar.

Sin ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora