Good Girls

The Troublemaker

DESCULPEM PELA DEMORAAA

Deu bloqueio, sabe... e preguiça tb

A musica de hoje é Troublemaker,  Olly Murs And Justin Timberlake

E aqui estávamos Michael e eu. Nas cadeiras da sala do diretor, naquele internato ridículo. Enquanto Jauregui conversava com um homem careca e chato sobre minha matrícula, eu ouvia algumas músicas do Nirvana nos fones de ouvido que se escondiam em meus cabelos negros. Eu, sinceramente não ouvia uma palavra dos homens, mas quando as palavras se dirigiam a mim, eu apenas assentia com a cabeça. Às vezes falava um 'Mais Ou Menos' pra variar. Aliás, poderiam desconfiar de que estava foda-se pra eles. Ou seja, desconfiar da verdade.

— Lauren? — Ouvi um grito abafado. Procurei de onde vinha o grito, até perceber que era do careca.

— Oi? — Abaixei disfarçadamente o áudio do celular preso em minha cintura. Artes cínicas é comigo mesmo.

O homem pigarreou, antes de começar a soltar seu monte de palavras inúteis;  — Estava falando com seu pai que aqui têm muitas garotas legais e você vai se divertir.

Ah, qual é?  Ele pensa que eu tenho quantos anos pra vim com esse Papinho? Oh, céus! Alguém me faça evaporar?

— Por que eu gostaria de estar presa com garotas patéticas, senhor? — Perguntei, fazendo minha melhor cara de cínica, com direito a sobrancelhas levantadas e tudo.

Os dois homens da sala me olhavam incrédulos. Mas, não era o próprio Michael que dizia que eu não conseguia me manter fora de encrencas?  Vou fazer jus à suas palavras, aquelas que jogou em minha cara com tanta certeza e superioridade. Eu apenas sorri de lado com o silêncio que havia se instalado na sala.

— Ahn... — O homem parecia procurar palavras em sua mente. Eu, particularmente, adorava deixar as pessoas assim. — ...vou chamar a senhorita Gomez, ela mostrará o caminho. — Me ofereceu um dos sorrisos mais falsos que eu já havia recebido.

— Foi um prazer em conhecê-lo, senhor Cowell. — Michael disse, logo se levantando da cadeira e apertando a mão do careca, que agora, se atendia por Cowell. — Eu amo você, filha.  — Disse por fim. Frase que me causou um embrulho no estômago. Preferi ignorar, sem tirar os olhos de Cowell. E então, Michael saiu da sala.

— Senhorita Gomez? — O homem falava no telefone. — Compareça a minha sala, por favor. Temos uma nova aluna. — Disse, logo desligando o aparelho.

— O que é isto? — Apontou curioso para minha mão direita, a única sobre a mesa.  Então, percebi que se tratava do Fuck You em meu dedo do meio.

— Uma tatuagem?! — Respondi indiferente.

— Seus pais deixaram fazê-la?

— Meus pais não mandam em mim, Cowell. — Disse, arqueando uma sobrancelha. — Mas, se quiser vê-la com mais nitidez, posso mostrar-lhe meu dedo. — Completei, passando a língua por meus lábios e o encarando debochada.

— Não. — O homem respondeu de imediato. Me fazendo dar um sorriso sacana. Aquilo estava tão divertido...

— Tenho meu braço coberto por diversas delas... — Comentei, fazendo o homem arregalar seus olhos acinzentados.

Eu posso me divertir neste lugar, mas não como pensa.

...

— E esse é seu quarto. — A bela mulher disse por fim, depois de me mostrar todo o internato. Desde cozinha, a banheiro.