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INSTAGRAM: há 30m
tae.ur.hyung: Oi?

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Enfiei meu celular na mochila antes de a jogar sobre o ombro. Desci a escada resmungando sobre como os homens de hoje em dia são uma causa perdida, não existe coisa mais previsível e chata que flerte online. Ao me aproximar da cozinha, no entanto, cheiro do chá de erva-príncipe recém feito acalmou um pouco meus nervos me apressando para a mesa do café.

— Você acordou cedo, Eunji. — Nana estava na pia lavando a louça que usou, os cabelos bem amarrados em um coque alto, bem vestida e impecável como de costume. Apesar de ainda nem ter dado 6:30, ela provavelmente já havia feito mais coisas do que eu farei no dia inteiro.

— Meus pais ainda estão dormindo? — Me estiquei sobre a mesa de madeira para pegar o bule e me servir um pouco do meu chá favorito, o doce aroma limpando minha mente imediatamente.

— Sim, o ultimo caso que seu pai pegou é bem... complicado. Pra você ter uma ideia, sua mãe não lava o cabelo faz dois dias — puxando uma cadeira, sentou-se ao meu lado. Nana segurava sua xícara nas duas mãos encarando o líquido quente entre sobrancelhas franzidas. Tenho praticamente certeza de que ela, novamente, está tentando experimentar aquele chá amargo que o Appa insiste em comprar. Desde pequenas vimos ele o preparando, esperimentando e sempre reclamando, mas nunca pondo a xícara de lado antes que terminasse de a esvaziar. Nana, sem sombra de duvidas, é o que eu tive mais próximo uma irmã mais velha e, hoje em dia, eu agradecia por termos essa relação.

— Ela deve estar bem absorta no caso mesmo... — Apesar do enjoo matinal, consegui engolir uns pedaços da torrada com cream cheese a minha frente. Enquanto eu provavelmente encarava o resto no prato com uma expressão um tanto enojada, Nana me jogou um olhar incrédulo através da curta cortina de fios negros lisos.

— Que garota de 19 anos fala a palavra "absorta" hoje em dia?

— Uma que literalmente mora em um escritório de advocacia. Agora, deixa eu ir, se não vou me atrasar pra faculdade — Enchi minha garrafa térmica com o que sobrou da infusão e busquei na mochila meus fones, conectei no celular para por Phoenix no random, pronta pra sair.

— Mas você quase não comeu e, além disso, o ônibus não chega só daqui a 15 minutos? — Elevou sua voz o suficiente para que eu escutasse e meus pais não acordassem. Podia escutar uma pequena ponta de preocupação o que, mesmo que eu não quisesse, me deixou saudosa... mas espantei o pensamento rapidamente.

— Eu vou a pé hoje. Até mais! — E fechei a porta.

 Até mais! — E fechei a porta

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The Evil Unknown [KTH]Onde histórias criam vida. Descubra agora