The Evil Unknown [KTH]

06.

Ultimamente não tenho conseguido ficar muito feliz. Não sei realmente o que está acontecendo, mas eu não vejo mais tanta graça nas coisas. E olha que eu tento. Eu realmente tento. Algumas vezes, eu sinto uma pontinha da alegria que eu sentia antes, quando o momento como um todo é propício. Vezes como agora.

O outono estava começando, então as folhas começaram a trocar de cor e o tempo, a esfriar. Sem duvidas, minha época favorita do ano era essa. Encontrei uma arvore a qual aparentemente não estava perto de um formigueiro, encostei a bicicleta que aluguei no troco e me sentei, abrindo a garrafa térmica que havia enchido mais cedo.

Aquela hora, fim de tarde, em que eu pude literalmente parar pra sentir o vento no meu rosto, a grama em minhas mãos e o gosto de cada parte do chá foi um momento propício.

Era o fato de ser simples que me deixava feliz. Aquilo me acalmava e diminuía a velocidade dos meus pensamentos, dessa forma eu podia pelo menos entender o que se passava em minha cabeça. Meu celular tocou, parando o Drunk que eu escutava no mais alto volume e a vontade de desligar na cara da pessoa foi maior do que seria socialmente aceitável. No entanto, olhei e vi que era meu pai que me ligava.

— Oi, pai. O que foi?

— Queria saber se você já está vindo pra casa, já vai escurecer, Eunji.

— Tudo bem, pai — Me levantei do chão, limpando minha calça com a mão livre. Ele tinha razão, o sol já estava se pondo e o parque logo, logo ficaria perigoso — Já estou indo.

— Você está com sua bicicleta?

— Não, mas aluguei uma por aqui... — Tentei subir nela enquanto segurava o celular com o ombro. Apoiei meu peso sobre uma perna e liberei uma das mãos para o tirar de lá antes que caísse — Já lhe vejo aí, pai.

— Okay, até logo, pequena.

A ligação caiu no momento em que vi algo que, sinceramente, eu poderia ter vivido muito bem sem ver. Enfiei meu celular no bolso interno de minha jaqueta bomber, abaixei meu boné o quanto pude e pedalei o mais rápido o possível pra sair dalí.