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Conseguia ver o contorno da névoa graças aos poucos raios que entravam no ambiente. Foi o som da água que denunciou o garoto que estava ali, treinando. Ele obviamente não notou minha presença e eu, gostando da atmosfera do lugar e pensando que provavelmente ela me faria bem, resolvi ficar. Subi até o último andar da arquibancada e me sentei, apoiando minhas costas nos aparadores de ferro.

Depois de poucos minutos, já havia esquecido da existência do nadador e me perdia em alguma playlist aleatória do Spotify. Duas músicas depois baixei meu olhar e me deparei com o garoto saindo da piscina. Ainda não estava totalmente acordada de meu devaneio, então o segui com os olhos, sem realmente absorver o que via. Não me espertei nem mesmo quando este, um pouco assustado e sem saber muito o que fazer, acenou pra mim. Ele me olhou ainda espantado enquanto eu automaticamente acenei de volta, sem expressão alguma em meu rosto.

Isso durou algumas músicas e, em algum momento no meio delas, eu acordei.

A boba ideia de amor à primeira vista sempre foi um mito pra mim mas, agora, eu acho que podia entender o porquê das pessoas pensarem loucuras assim.

Amor é algo construído ao longo do tempo e eu nunca vou mudar minha opinião quanto a isso. Mas talvez, só talvez; E às vezes, e somente às vezes, o universo te dá um segundinho de viagem no tempo. Nada mais que isso, apenas o suficiente pra que você simplesmente saiba que aquela pessoa vai ser importante pra você e que assim, você não cometa o erro de a deixar escapar.

O universo provavelmente deve amar muito alguém pra lhe dar um presente desses: o maior sonho da humanidade, viajar no tempo. Imagine o quanto eu me senti amada então quando eu fiz minha própria viagem.

 Imagine o quanto eu me senti amada então quando eu fiz minha própria viagem

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The Evil Unknown [KTH]Onde histórias criam vida. Descubra agora